terça-feira, 29 de outubro de 2013

Conteúdos e NDCs



Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor Educacional
roney.signorini@superig.com.br

Desde quando deixaram de existir os currículos mínimos dos cursos – então apresentados por Resoluções do extinto CFE (Conselho Federal de Educação), os quais traziam um rol de disciplinas a ofertar, com ementas “mínimas” – e o surgimento das NDCs (Novas Diretrizes Curriculares), muita coisa mudou no cenário da oferta dos componentes e conteúdos. Há quem chame de Matrizes Curriculares.
Algumas já decenárias, outras nem tanto, provocam o bom senso do que devem conter os programas em todos os cursos de graduação, inclusive os tecnólogos, para fazer frente à boa formação, atualizada e contemporânea, de forma a dar sustentação para a empregabilidade. Isso, sem se falar no que o candidato ao Enade deve/precisa ter aprendido para responder com suficiência as baterias de testes propostos.
Currículos e conteúdos sempre foram grande desafio para as IES, predeterminados sob consenso que espelham o projeto institucional e que devem ser estruturados, exatamente consensualmente, pelos membros integrantes de departamento, em reuniões ao menos anuais de maneira somatória, para constituir uma arca de conhecimento a ser oferecida e assim buscar o fim precípuo da universidade. Deve-se desenhar também o que será preocupação contida nas Atividades Complementares, que atuarão subsidiariamente sobre o currículo, lógica e organizadamente, para cerzir a intra e transdisciplinaridade. E porque tudo envolve conteúdos, os TCCs não podem exorbitar a tal ponto que tomem o alunado em histeria e ela chegue a tal ponto, que em muitas IES os TCCs beiram a ansiedade incontrolável, de torná-los uma pré de pré-dissertação, sem um bom encaminhamento dessa tarefa, com rigor, aos moldes e padrões fundados em metodologia científica.

Aliás, padecemos da falta de currículos e conteúdos desde o Fundamental passando pelo Médio em todo o país, existindo em alguns Estados e faltando em outros. Onde existam, não há semelhanças de conteúdos, indicando alguns predicativos: desinteresse, negligência ou desídia, talvez despreparo diretivo, quem sabe do próprio corpo docente das escolas, para não falar da ausência de regramento das secretarias municipal e estadual de Educação. E veja o leitor que o Enem tem cunho nacional. Assim, vamos à deriva em todos os quadrantes do país.

Fato é que no superior, fase terminal para o preparo ao mercado de trabalho, também existe resistência na formulação dos conteúdos, cada um achando que não há muita propriedade nas NDCs, ou obsolescência de temas/assuntos a discutir no andamento do curso. Então, diretrizes curriculares são abstracionismo ou realidade, é sugestão ou um magister dixit do CNE?

A ausência de conteúdos bem determinados pressupõe alguns equívocos a partir da dosimetria, das cargas horárias das disciplinas, sejam quais forem, sobretudo se adotado um título/nome genérico como, por exemplo, Língua Portuguesa I, Língua Portuguesa II e daí por diante. Escolas há que publicam os currículos, mas sem os conteúdos respectivos como que a ocultá-los deliberadamente e assim não deixar ao uso da concorrência. Discussão de currículos e conteúdos é dever de casa para o docente, a cujas reuniões não pode ausentar-se. Nesse trabalho deve-se agregar o novo que bibliografias recentes trouxeram à tona ou foram motivo de congressos e fóruns. E dê asas aos conhecimentos, caso a dissertação ou tese seja o fulcro da disciplina assumida. Caso contrário, simplesmente “persiga” o conteúdo determinado.

Definitivamente, conteúdo é tudo e não basta estar depositado nas secretarias do curso, antes deve ser exercido na plenitude sem o que a bússola não terá um norte magnético.
Por extensão, reflitamos sobre a produção de conteúdos e sua relevância que ora domina a web, quando dentro do contexto da otimização de sites e do planejamento estratégico do marketing digital, como um todo, o conteúdo constantemente é apontando como uma das principais estratégias, senão a principal.

De fato, o conteúdo representa uma das estratégias mais seguras na geração de relacionamentos, principalmente em EAD. Porém, não é qualquer conteúdo que gera engajamento, isto é, o seu conteúdo precisa ser único e incrivelmente relevante para a sua audiência (aula/alunos). Conteúdo relevante é todo aquele que imanta, que terá utilidade operacional no presente e no futuro. E por incrível, todo aluno percebe isso a partir do primeiro ano do curso. Já é tarde mas é preciso parar de falar os nomes dos afluentes da margem esquerda e direita do Rio Amazonas. Quem quer saber busca no “Tio Google”.

Também por aproveitamento, leia a importância do buzz(burburinho) marketing estreitamente relacionado com conteúdo no site http://pt.wikipedia.org/wiki/Buzz_marketing

Parabéns se você já utiliza ferramentas de MKT em suas aulas, adaptando os quatro (?) Ps (Produto-Preço-Praça-Promoção) em cada sessão. Com boa reputação e certeza suas exposições estão indo parar nas conversas das mesinhas da praça de alimentação da escola.   

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