sábado, 4 de julho de 2015

Côncavo e Convexo do Empreendedorismo



Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor Educacional
roney.signorini@superig.com.br
Sempre acreditei que “empreendedor já nasce feito” e conheci centenas deles, muitos dos quais bem sucedidos.
Parece que ao nascerem acertaram na mosca do Zodíaco e só ficam esperando a hora certa para receber e refletir luminosidade em qualquer atividade humana. É certo que também devem “colaborar” para isso um pouco de sorte, um empurrãozinho aqui, uma freada ali, um sopro benfazejo e uma grande dose de vontade, perseverança e insistência. Há quem diga que são “sortudos”, embora não se saiba se tenham ganho em qualquer loteria.
Tudo isso somado, há que se agregar disposição para correr riscos, encarar desafios e problemas de percurso com muita chance de vulnerabilizar o empreendimento, podendo levá-lo ao fracasso.  Uma lista enorme de pesos pesados já mostraram que nas primeiras tentativas do negócio próprio as coisas não foram lá muito bem. Com dose excessiva de entusiasmo e persistência deram os últimos e necessários apertos nos parafusos, sem espanar.
Mas afinal, empreendedor brasileiro é igual ao de outros cantos do mundo ou não tem nada a ver ?
Empreendedor americano é tudo isso que dizem, que gosta de correr riscos e não é muito preocupado em perder seu “rico dinheirinho” mesmo que a empreita seja meio atabalhoada? Carregam no sangue o desbravamento do Oeste? E os europeus ou asiáticos, que DNA carregam ? Isso de espaço geográfico altera atitudes e comportamentos ou é o capital inicial que manda e comanda qualquer propósito para negócios/empreendedorismo?
Empreendedores sempre existiram, desde a caverna e o medievo, alguns menos outros mais na proatividade. Aqueles que começam sozinhos seus negócios e não têm conhecimento para tocá-lo à frente desconhecem o apoio que o Estado ou instituições diversas oferecem. Ou seja, por aqui impera a orfandade de sustentação e de informação de negócios. Assim, como empreender?
É sabido que a micro, pequena e média empresa fazem parte e representam significativamente o PIB nacional, apenas com a coragem e o Deus me ajude.
Por aqui, é de conhecimento que o Ministério das Ciências e Tecnologia tem a batuta do maestro da orquestra mas pouco se sabe em que porta bater, longinquamente, em Brasília. Daí perguntar quantas representações do Ministério existem em todos os estados da federação.
Os teóricos apresentam vários passos para se tornar um empreendedor de sucesso, como os a seguir:
1-Avalie se a ideia representa um modelo de negócios: Existe um mercado potencial? É preciso entender antes de tudo a lógica que permeia o negócio. Nem sempre as melhores ideias irão se transformar em um negócio viável. Pesquise, modele, repense. Só assim você chegará ao formato adequado para começar a dar vida ao seu sonho. .
2-Não seja mais um na multidão: Se a oportunidade é realmente válida, é hora de encontrar uma boa diferenciação. Por mais inovadora que sua ideia seja, a partir do momento que você entrar no mercado outras empresas com o mesmo perfil surgirão. E nessa hora vale lembrar que sobrevive quem sabe se fazer presente e trazer constantes novidades para o mercado. .
3-Modele seu negócio: Tenha um plano de negócios, um canvas ou um mapa estratégico. Qualquer coisa que lhe ajude a validar sua ideia passando por pilares importantes e vitais para a empresa existir.
4-Time to market: Do momento em que percebeu a oportunidade até o primeiro dia de funcionamento da sua empresa, o problema ainda existirá? O tempo é crucial quando o assunto é criar e desenvolver um novo negócio. Se você demorar demais, outro empreendedor poderá ter avançado no mesmo segmento. Se você, contudo, atropelar as etapas básicas de planejamento e implementação, seu projeto irá naufragar. .
5-Faça o que gosta: Invista em um negócio relacionado a algo que te emprega prazer.Empresas que nascem somente para ganhar gerar lucro tem menos chance de sobreviver. Se você tem um propósito, será mais fácil de engajar pessoas, transmitir seus diferenciais para os clientes e manter a operação integrada.
6-Analise suas capacidades e deficiências: Ninguém é bom em tudo. Saber onde você precisa de ajuda é imprescindível para buscar os colaboradores - ou sócios - que embarcarão com você nesta empreitada. Vale a máxima: se eu não sei, eu sei quem sabe! Relacionamento elimina distância e reduz o tempo, melhora o resultado e ajuda a planejar a longo prazo.
7-Cerque-se de mentores ou conselheiros: Ser empreendedor é muito solitário. Tenha conselheiros que possam ajudá-lo no processo de empreender. Pessoas que não estão no dia a dia da empresa podem indicar boas saídas e ajudar na tomada de decisão. .
8-Desenvolva pessoas: Um time competente, capacitado e engajado é imbatível. E tem baixíssima rotatividade..
9-Comece pequeno: Você não vai acertar de primeira. Comece pequeno para ser mais fácil corrigir os erros. É mais fácil consertar uma prancha de surf que um navio! Depois será mais fácil e seguro crescer.
10-Meça tudo: O que não pode ser medido, não pode ser melhorado. Defina indicadores relevantes para a sua operação e acompanhe-os de perto.
11-Respeite o ciclo do negócio: Cada segmento e cada empresa tem uma velocidade. Se acelerar ou reduzir mais do que ele permite, você quebra. A exemplo disso, da abertura da loja até a conquista de uma clientela fiel existe um ritmo a ser respeitado e ele depende de fatores como localização, concorrentes, perfil do público, tipo de produto comercializado etc. Um início “fraco” não é motivo para abrir mão do seu plano de negócios.
12-Jamais entre num mercado em declínio: Busque oportunidades de negócios que ainda estão em crescimento. Geralmente possuem mais clientes e menos concorrentes. Os mercados consolidados têm uma concorrência acirrada e predatória. Os em declínio não têm clientes. Uma nova operadora de telefonia celular não é das melhores opções, assim como uma empresa especializada em manutenção de máquinas de escrever..
13-Busque escalabilidade: Cuidado com negócios que dependam muito de você. Este tipo de negócio tem seu crescimento limitado a capacidade de atendimento do dono, como um sapateiro, um arquiteto, dentista ou advogado. Pense, desde o começo, como sua empresa crescerá para atender muitos clientes com o mesmo cuidado, atenção e competência que você atenderia;.
14-Evite buscar capital financeiro em bancos: Para tirar a ideia do papel, é preciso ter recursos. O ideal é não precisar recorrer a recursos de terceiros, mas se não houver saída o ideal é tentar obter o capital necessário com amigos e/ou familiares – mas tenha em mente que é preciso firmar um acordo de prazos e valores a serem devolvidos mesmo com pessoas próximas. Uma outra opção, dependendo do perfil do negócio, é encontrar um investidor anjo. O empréstimo bancário deve ser feito apenas em último caso devido aos altos juros..
15-Tenha uma reserva para se manter inicialmente: Além do negócio em si, você também tem contas pessoais a pagar. É preciso ter uma reserva financeira para que você possa se manter no momento inicial do negócio, quando a empresa ainda não gerar receita suficiente para garantir uma retirada suficiente para sua subsistência.
16-Divulgue seu negócio: O marketing é uma poderosa ferramenta para que a sua marca se consolide e, consequentemente, conquiste melhores oportunidades comerciais. Por isso, jamais considere a divulgação do seu negócio como um investimento secundário , que pode ficar para o futuro..
17-Busque conhecimento sempre: Não importa se está no início do negócio ou já atuando em uma empresa própria. O mercado evoluí, e você não pode ficar para trás. O modelo de negócios inovador de hoje, amanhã já estará batida. Cursos preparatórios entregam uma série de conhecimentos e promovem o networking. Há também boas opções de aulas gratuitas que podem ser feitas online para quem deseja se preparar e também se reciclar.
18-Tenha cicatrizes: Aceite, você não acertará tudo de primeira. Da ideia à empresa o mercado mudou, as pessoas mudaram, você mudou. Cicatrizes são essenciais para o crescimento de uma empresa. Não precisa sofrer uma fratura, mas um arranhão, um corte ou uma marca roxa podem ajudar muito no seu desenvolvimento como empreendedor e trazer contribuições valiosas ao sucesso do seu negócio.
Cerca de 38,5 milhões de brasileiros têm a intenção de abrir o próprio negócio. É o que diz a pesquisa do Instituto Data Popular, divulgada nesta terça-feira (23), que mostrou um aumento de cinco pontos percentuais na comparação com 2013: de 23% para 28%. Baixo salário é um dos principais motivos.

Mas, então, quais são as habilidades que realmente importam na hora de empreender? A paulistana Bel Pesce, que figura na lista da revista Forbes entre os 30 jovens mais promissores do país, acredita que são as pequenas coisas. Atitudes comportamentais tão simples que se tornam óbvias, mas correm o risco de serem esquecidas com facilidade. Ter perseverança, iniciativa e aprender com o momento são algumas das ações destacadas pela brasileira que já empreendeu no Vale do Silício (EUA), considerado um celeiro de startups e palco das grandes empresas mundiais de tecnologia.
Pesquisas recentes já apontam que empreender se tornou o sonho de mais da metade dos jovens. Questionada sobre essa nova demanda, Bel Pesce afirma que ela está relacionada ao desejo de assumir o protagonismo. “A palavra empreendedorismo, no sentido de abrir uma empresa, tem sido usada como um ponto de fuga. As pessoas falam em ser empreendedoras porque querem ser chefes”, explica. No entanto, ela também destaca que não é preciso abrir o próprio negócio para assumir as rédeas da sua vida, sendo possível ter atitudes empreendedoras ocupando cargos dentro empresas que estão abertas para inovação.
Todo cuidado, muito cuidado é pouco.

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