quinta-feira, 29 de abril de 2010

Faculdade sucumbe diante de pretoria

Prof. Roney Signorini - Assessor Educacional
roneysignorini@ig.com.br


Em recente notícia, a Faculdade Sumaré, em São Paulo, foi submetida à semelhança de tribunal romano, o dos tribunos ensandecidos, mandando suspender(vagas) ingresso de alunos em Pedagogia. Afora mal entendidos, a escola se defenderá. Leia abaixo o conteúdo da pendenga:



Portal G1, 23/04/2010

MEC suspende ingresso de alunos em Pedagogia na Faculdade Sumaré

Segundo portaria, instituição oferece mais vagas que o permitido. Faculdade tem 15 dias para apresentar defesa

Fernanda Nogueira

A Secretaria de Educação Superior (Sesu) instaurou processo administrativo contra a Faculdade Sumaré, que tem cinco unidades em São Paulo, por oferecer mais vagas do que o permitido para o curso de pedagogia, segundo portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta-feira (23). A Sesu determinou, como medida cautelar, a suspensão de novos ingressos de alunos no curso, tanto por seleção como por transferência. A instituição tem 15 dias para apresentar defesa. O diretor-superintendente da Faculdade Sumaré, Eliseu Lourenço Pereira, disse acreditar que o problema ocorreu na publicação do reconhecimento do curso de pedagogia no ano passado.

De acordo com Pereira, a faculdade já oferecia 900 vagas em pedagogia com autorização do MEC quando o curso normal superior, que tinha 400 vagas, passou a ser denominado Pedagogia. A partir de então, a faculdade passou a oferecer 1.300 vagas. No entanto, o MEC reconheceu apenas 400 vagas em portaria publicada no Diário Oficial em 15 de junho. "Pedimos retificação da portaria que autorizou o curso, porque diminuiu o número de vagas, mas ainda não tivemos resposta”, disse Pereira. O diretor afirmou que a instituição ainda não teve acesso às informações técnicas da portaria. "Devemos receber a notificação oficial no início da próxima semana e temos uma audiência marcada para apresentar a defesa na quarta-feira", afirmou. De acordo com o diretor, a faculdade espera resolver a situação antes da abertura do processo seletivo do segundo semestre, prevista para o final de maio.

Tem cabimento, quando o país precisa de mais formadores desde a creche até o final do fundamental ? Despropósito. Se a escola tem os 1.300 candidatos ( com muita sorte dela, pois é particular, em detrimento das vagas ociosas nas escolas públicas na mesma área ) qual é a questão em discussão ?

Só na cidade de São Paulo há milhares de vagas não cobertas por ação política ( intencional ? ) ou por incúria de governo nesse segmento.

Qual a efetiva razão da medida ?
Qual o problema quando a instituição tem condições de atender ao público ?
Ou seja, tem acomodações ( prédios - salas - professores, etc. ) limitar-lhe as vagas ! Quisera tivessem como atender mil, dois mil. É uma cegueira absoluta.

E as metralhadoras continuam a cuspir fogo sobre as licenciaturas. Com a palavra a profa. Eunice Durhan .

O que há nelas se têm espaço, carteiras ociosas, bibliotecas, brinquedotecas, laboratórios diversos, corpo docente e coordenação capaz ?

Ora, já tomou a sua dose de cicuta hoje ? Deixe a Devassa pra lá.

É inadmissível quando em São Paulo o próprio Estado tem em seus quadros docentes que não lograram aprovação, em recente exame de qualificação, no qual quase 50% foram reprovados, com ciência e admissibilidade disso. Onde é que estamos, em tempos de inquisição espanhola ?

Os nomes dos integrantes da(s) comissão(ões) que avaliaram a instituição têm que vir a público, senão também as autoridades superiores.
Dezenas de IPEs estão oferecendo graciosamente tais cursos exclusivamente para mantê-los vivos no rol de cursos ofertados, com peso financeiro próprio e com isso dar sua contribuição às formações (Pedagogia e Licenciaturas), de que tanto carecemos.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Bicho Papão de Três Cabeças

Prof. Roney Signorini - Consultor Educacional
roneysignorini@ig.com.br

Os mantenedores têm verdadeiro pavor das Desistências, Trancamentos e Cancelamentos.
Não sem razão pois eles acontecem, provavelmente, por algum defeito na fabricação.
Entram na linha de montagem mas sucumbem na primeira curva da esteira rolante que aprova ou condena a matéria prima utilizada.
Há percentagens perigosíssimas quando uma somada com outra(s) cenarizam o final do semestre letivo com menos 10 a 20% do alunado.
Mas, porque essa tríade maldosa ocorre quando "tudo está bem, tudo ia muito bem" ?
Algumas estilingadas rápidas e lá na frente, no stand de tiro ao alvo no macuco, não tem erro.
É macuco no bornal. Ou seja, vai tudo pro saco: CPA mal conduzida e incompetente(ineficaz); corpo docente desengajado; conteúdos programáticos à deriva do mercado e na empregabilidade, dissociados e avessos às diretrizes curriculares; atendimento despersonalizado ao aluno; horário de aula incompatível com o horário de trabalho do aluno; acomodações impróprias; coordenações de cursos totalmente órfãs; ausência de docentes às aulas; enganos(embromation) escancarados em bibliotecas e laboratórios; barzinhos nas esquinas próximos da IES, afora praças de alimentação cada vez mais "apetitosas", etc.

Programado para os dias 4 e 5 de maio, em Belo Horizonte, acontece o Curso de Captação e Retenção de Aluno, promoção da Carta Consulta, Editau e Consae.
Serão palestrantes os americanos Tent Argo, Marcus C.Whitt, Vanedson Ximenes e Thomas M.Huebner Jr. além do brasileiro Willie Muriel Cardoso.
A oferta do curso, publicada em www.cartaconsulta.com.br, tem como material informativo os vastos currículos dos experientes expositores, as ementas temáticas, além do texto abaixo, justificador da proposta.

"Os processos de captação e retenção de alunos ganham cada vez mais a atenção dos dirigentes das Instituições de Ensino Superior. A captação não se resume no preenchimento das vagas oferecidas. É preciso ir além.
Preencher as vagas é condição fundamental para a sustentabilidade do projeto acadêmico institucional. Ir além é buscar o melhor aluno possível, aquele mais preparado para aprender e para contribuir como discente, envolvendo-se com a sua formação até o final, sem evadir.
Este é um ponto de semelhança entre organizações educacionais no mundo todo, não importando o marco regulatório, o meio acadêmico ou contexto mercadológico a que se vinculem. Todas precisam captar e manter os melhores alunos possíveis, sobretudo, num ambiente onde o número de vagas oferecidas excede o número de candidatos preparados para o ensino universitário. "

O curso vem bem a propósito do momento quando os índices de evasão começam a majorar e esvaziar salas de aulas, preocupantemente frente à manutenção dos custos mas com perda de receitas.
Inseridas num contexto altamente competitivo, as universidades americanas implantaram departamentos de recrutamento, de admissão, de orientação financeira e de egressos, dentre outras estruturas. Criaram estratégias e táticas e aprenderam a captar e a manter os melhores alunos possíveis. Atualmente elas contam com alunos do mundo inteiro.
No Brasil vivenciamos o mesmo contexto competitivo, mas ainda não implantamos uma gestão capaz de cuidar de todo o processo de captação e principalmente de retenção de alunos, indo até a implantação de uma política de egressos eficaz. Estamos realizando uma série de ações, é verdade, mas ainda não paramos para pensar e planejar nossas estratégias.
Falta-nos, inclusive, a mais simples das pesquisas para conhecer e entender os processos da tríade maldosa, que tem muito a ver com a qualidade da matéria prima, transformação e produto final.
Está na hora das IES nacionais se preocuparem mais sobre a retenção e menos na captação,
predatória. A segunda não é garantia para a primeira. Quem (sobre)viver verá.

Na ausência de quem culpar, há os que atribuam as perdas ao FIES, ao ENEM, ao Prouni, ao
confronto das gerações "X" e "Z" nas salas e por aí vamos. Pode ???