sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A Educação não Educa. É uma Fraude




Até hoje conhecemos apenas revoluções políticas e
 ideológicas, e o que sucede agora é uma revolução
 da consciência… Só despertando de nosso cego
                                                         sonambulismo poderemos evoluir.   Claudio Naranjo

Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor Educacional
roney.signorini@superig.com.br

Conhecer pessoalmente Cláudio Naranjo, professor em Berkeley desde 1968, depois de ter lido algumas de suas obras, ouvir suas palestras e sobretudo mergulhar reflexivamente nas suas teorias, é algo extraordinário. Não sem razão estão a indicá-lo para o Prêmio Nobel da Paz 2015. Ultimamente esteve em São Paulo nos meses de maio e agosto proferindo palestras no Colégio Dante Alighieri. A revista Época, no final de maio, trouxe-o de volta à cena em extensa entrevista.
            De postura serena, voz tranquila e olhar amistoso, o médico psiquiatra chileno, de 83 anos, ao falar se impõe: A educação não educa. É uma fraude. Não se deve confundir instrução com educação".. Com essa saraivada, procura influenciar a opinião pública e as autoridades com a ideia de que só uma transformação radical na educação poderá mudar o curso catastrófico da História.
Em sua mais nova obra—A Revolução que Esperávamos–(Verbena Editora), Cláudio Naranjo afirma que a crise atual só pode ser superada por uma mudança profunda no modelo educacional. No mundo da psicoterapia, é reconhecido como um dos mais expressivos profissionais da atualidade. Há mais de 40 anos em atividade e com diversos livros publicados, Naranjo fundamentou linhas psicológicas, integrou a sabedoria oriental aos processos científicos ocidentais de estudo do comportamento humano e fundou uma abordagem de desenvolvimento denominada SAT (sigla em inglês para Seekers After Truth, ou Em Busca da Verdade), um programa holístico constituído por práticas da psicoterapia moderna, concepções espirituais, meditação, terapias corporais e de gestalt.
Do alto dos cabelos e longa barba branca, ele sentencia que a crise que estamos enfrentando não é apenas econômica, mas multifacetada e universal, e pode ser um sinal da obsolescência do conjunto de valores, instituições e hábitos interpessoais que chamamos civilização. E vai além dizendo que precisamos de uma mudança da consciência e o melhor caminho é a transformação da educação, por meio de uma nova formação de educadores – orientada não só para a transmissão de informações, mas para o desenvolvimento de competências existenciais. Assim, a crise de valores exige revolução na educação. E conclui que os livros podem transmitir conhecimento, mas atitudes só podem ser ensinadas por pessoas; e o atual modelo educacional deixa o aspecto pessoal do professor em segundo plano. Assim, as escolas ainda não cumprem um dos quatro pilares estabelecidos pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em 1990: o de educar para Ser.
A proposta do professor Naranjo é estabelecer o desenvolvimento de competências existenciais, não técnicas, classificadas como amor ao próximo (empático); amor aos ideais (devocional); amor a si (desejos); a consciência do presente; o autoconhecimento (quem sou) e o desapego. Para ele, essas competências, negligenciadas ao longo dos anos, são a forma ideal de os professores difundirem, entre si, os resultados encontrados no desenvolvimento a partir de suas experiências, de sua transformação. A formação permite a eles que sejam mais completos como pessoas, consequentemente, melhores profissionais. E isso não se restringe ao educador, mas a todos os profissionais, em qualquer área. Equivale dizer que é preciso ser uma boa pessoa, é preciso relacionar-se com o outro como pessoa, ser um modelo de pessoa, e não apenas um modelo de saber.
Nas plateias, Naranjo inquieta os acomodados, nas poltronas, nas consciências e no ensimesmamento, e na soberba com disparos de grosso calibre como quando afirma que a educação destina-se ao desenvolvimento humano, não à incorporação de conhecimentos. Para que passar anos oferecendo ao jovem o conhecimento do mundo exterior quando já o encontramos no Google? De que serve essa prática? Isso é um roubo da vida do jovem. Isso serve para quê? Para passar anos somente para aprender a se sentar quieto? Para treinar a obediência? Nesse contexto, o educador tem imposta uma vestimenta interna de atitude, de respeito à autoridade educacional. Isso dificulta que ele tenha uma voz transformadora. Algo como impor que o objetivo da educação seja manter as pessoas adormecidas, robóticas, obedientes à força do trabalho construída com a Era Industrial, o que continua sendo a motivação opressiva da educação.
Temos um sistema que instrui e usa de forma fraudulenta a palavra educação para designar o que é apenas a transmissão de informações. É um programa que rouba a infância e a juventude das pessoas, ocupando-as com um conteúdo pesado, transmitido de maneira catedrática e inadequada. O aluno passa horas ouvindo, inerte, como funciona o intestino de um animal, como é a flora num local distante e os nomes dos afluentes de um grande rio. É uma aberração ocupar todo o tempo da criança com informações tão distantes dela, enquanto há tanto conteúdo dentro dela que pode ser usado para que ela se desenvolva. Como esse monte de informações pode ser mais importante que o autoconhecimento de cada um? Para Naranjo, o nome educação é usado para designar algo que se aproxima de uma lavagem cerebral. É um sistema que quer um rebanho para robotizar. A criança é preparada, por anos, para funcionar num sistema alienante, e não para desenvolver suas potencialidades intelectuais, amorosas, naturais e espontâneas.
Toda a placidez com que Naranjo coloca suas ideias em público parece acompanhar uma expressão usada pelo presidente americano Theodore Roosevelt: “Fale suavemente, mas tenha sempre um porrete na mão. Você irá longe”. Frases de efeito – como “A educação atual produz zumbis” e a afirmação de que ”As crianças são tachadas como doentes com distúrbios de atenção e de aprendizado, mas em muitos casos trata-se de uma negação sã da mente da criança de não querer aprender o irrelevante” – caem como bombas nos auditórios.
Com atitude politicamente correta, ele diz que “os ministros da Educação me recebem muito bem. Eles concordam com meu ponto de vista, mas na prática não fazem nada. Pode ser que isso ocorra por causa da própria inércia do sistema. O ministro é como um visitante que passa pelos ministérios e consegue apenas resolver o que é urgente. Ele mesmo não estabelece prioridades”.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

10 lições de empreendedorismo de Steve Jobs



O fundador da Apple, morto há quase dois anos, deixou ensinamentos atemporais para quem quer inovar sempre.
Marcelo Nakagawa[1] -

Em qualquer lista dos maiores empreendedores de todos os tempos, lá estará Steven Paul Jobs. Para o mundo: Steve Jobs. E para as pessoas mais próximas, simplesmente Steve. Assim como qualquer grande físico ou arquiteto precisa estudar os maiores físicos ou arquitetos da história, empreendedores poderiam adotar a mesma linha. O próprio Jobs fazia isso. Era fascinado por Thomas Edison, da GE, Henry Ford, da Ford, e Edwin Land, da Polaroid, por exemplo. Com Edison, aprendeu o papel da inovação para o desenvolvimento de uma empresa; com Ford, sobre como levar inovações para as massas; e, com Land, sobre como ficar atento para que a inovação não seja a causa mortis da empresa.
Mesmo os que conhecem muito pouco sobre Jobs ficam impressionados com a sua capacidade de se expressar por meio de frases de impacto. A seguir, reuni dez lições que qualquer empreendedor pode utilizar no seu dia a dia e no seu negócio.
1.“Todas as coisas que estão ao seu redor e que você chama de vida foram criadas por pessoas que não eram mais espertas que você.” Não entenda mal. No contexto em que foi dita, essa frase quer dizer que qualquer pessoa pode criar algo, já que sempre haverá pessoas que não sabem que podem ou não querem fazer aquilo. A imensa maioria dos empreendedores não eram prêmios Nobel do mundo, dos seus países, sequer da sua turma. Mas foram lá e fizeram.
 
2.“Alô... É o Bill Hewlett da Hewlett-Packard?” Sim. “Estou montando um frequencímetro para um trabalho escolar e precisava de algumas peças...” Jobs tinha 12 anos quando ligou para Bill Hewlett, cofundador da HP e um dos empresários mais importantes dos Estados Unidos naquele momento. Ele não só conseguiu as peças como arrumou um estágio de férias e se tornou amigo de Bill e seu sócio Dave Packard. Peça e receberá!

3.“Quando tinha 17 anos, li uma frase que dizia algo como: ‘Se viver cada dia como se fosse o último, um dia estará certo’. Isso me impressionou muito e, nos últimos 33 anos, me olho no espelho todas as manhãs e me pergunto: se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de ter feito o que farei hoje? Se a resposta é 'não' por muitos dias seguidos, eu sei que preciso mudar algo.” Se existe algo que me irrita são pessoas que reclamam do seu trabalho pois não se orgulham do que fazem. O que foi dito por Jobs deveria estar impresso no espelho do nosso banheiro para ser lido todas as manhãs.

4.“Um grande marceneiro não vai utilizar madeira vagabunda para o fundo de um armário, mesmo que ninguém veja.” Um grande produto, serviço, empresa ou mesmo pessoa está nos detalhes. Não dá para ser excelente na aparência e sofrível nos detalhes. Cedo ou tarde, ficará claro que aquilo é ruim ou, pior, é medíocre. E tudo o que é medíocre é esquecível e, consequentemente, é invisível. Se for fazer, faça muito bem-feito.

5.“Os botões do Mac OS são tão bem-feitos que você vai querer lambê-los.” Se você tem um equipamento Apple, sabe o que Jobs queria dizer com essa frase. Mais do que bonito, tudo é belo e harmônico. E a beleza não está apenas na aparência, mas em como o produto é percebido. As primeiras caixas do iPod deveriam dar a mesma sensação de estar abrindo uma caixa de joias, daí um pequeno vácuo que se forma para induzir que a caixa seja aberta em câmera lenta. O excelente também deve ser belo!

6.“Criatividade é só conectar coisas. Quando se pergunta a pessoas criativas como fizeram aquilo, elas se sentem um pouco culpadas pois não fizeram aquilo, só vislumbraram algo novo a partir da combinação de experiências que já tinham vivenciado.” Essa frase resume a genialidade reconhecida em Steve Jobs.

7.“Picasso tinha um ditado que afirmava que artistas bons copiam, e grandes artistas roubam. E nós nunca sentimos vergonha de roubar grandes ideias. Tudo se resume a tentar se expor às melhores coisas que os seres humanos fizeram e, depois, tentar trazer essas coisas para o que você está fazendo.” Se a frase anterior resume, essa explica de onde vinha a genialidade de Jobs.

8.“Seu tempo é limitado, assim, não o perca tentando viver a vida de outra pessoa. Não seja ludibriado por crenças daquilo que é viver de acordo com o que outras pessoas pensam. Não permita que o barulho das opiniões alheias cale a sua voz. E o mais importante, tenha a coragem de seguir o seu coração e a sua intuição.” Uma lição para todos os que querem ser o próximo Steve Jobs. Não precisamos de um novo Steve Jobs.

9.“Continue com fome. Continue ingênuo.” Talvez seja a lição mais difícil de ser aplicada pelos empreendedores. Continue querendo aprender coisas novas, mas aberto às novidades. Achar que já sabemos tudo não é ingenuidade, é ignorância.

10.“Ser o homem mais rico do cemitério não é importante para mim. Ir para a cama todas as noites dizendo que fizemos algo extraordinário... isso é o que importa para mim.” Foi a última lição de Jobs e a que o colocou na lista dos maiores empreendedores de todos os tempos.

[1]Marcelo Nakagawa é professor de empreendedorismo do Insper, membro do conselho da Artemísia Negócios Sociais e da Anjos do Brasil, mentor da Endeavor e autor de diversos livros de empreendedorismo e inovação.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

As lições de Walt Disney para transformar sonhos em realidade



Exigente e ousado, o empreendedor contou com a ajuda de administradores para levar a empresa ao sucesso sustentável

Marcelo Nakagawa [1]-

Se Walt Disney administrasse o seu negócio, provavelmente ele já teria quebrado! Walt Disney foi um grande empreendedor, mas era um péssimo gestor de empresas. É reconhecido como um grande desenhista, mas não desenhava muito bem. “Nunca desenhei algo de que realmente tivesse gostado”, disse certa vez. Mas como ele entrou para a história como um dos maiores empreendedores de todos os tempos? A partir de lições simples, que qualquer líder pode aplicar em seu negócio.
Como são ensinamentos sutis, é difícil consolidá-los. A seguir, apresento as lições de Walt Disney que podem ser seguidas por qualquer empreendedor que queira tornar seus sonhos realidade.

1.  Sonhe grande e sonhe sempre
“Se você tem um sonho, pode transformá-lo em realidade. Sempre se lembre de que tudo isso começou com um sonho e um rato”, disse Disney. Muitos empreendedores não sonham grande, e outros têm até medo de fazê-lo. É nesse momento em que o sonho se vai, e fica apenas o rato. “Todos os nossos sonhos poderão ser tornar realidade se houver a coragem de querer realizá-los”, afirmou o criador do Mickey. “E a forma de começar é parar de falar e começar a fazer.”

2.  Seja persistente
“Eu acredito que não haja uma altura que não possa ser escalada por alguém que conheça o segredo de tornar sonhos realidade. Esse segredo é resumido em quatro Cs: curiosidade, coragem, confiança e constância. O mais importante é a confiança. Quando acreditar em algo, acredite com todas as suas forças!”, disse. Poucos sabem, mas a primeira empresa de Disney, a Laugh-O-Gram, faliu a ponto de ele mudar de cidade para fugir das dívidas. A falta de dinheiro era tanta que Disney procurava comida em latas de lixo, dormia de favor e tomava banho uma vez por semana na estação de trem. Mas tudo isso não o impediu de criar um novo estúdio em Los Angeles, para onde se mudou. “Todos caem. Dar a volta por cima é aprender a andar novamente.”

3. Não traia o seu sonho, mesmo que vire um pesadelo
Disney enfrentou muitas dificuldades. Mas nada o marcou tanto quanto a perda dos direitos do seu primeiro personagem de sucesso, Oswald, o Coelho Sortudo, e de parte da sua equipe, que o abandonou. Na viagem em que recebeu essa notícia, entre Nova York e Los Angeles, jurou para a esposa que trabalharia por conta própria e começou a dar vida a um novo personagem. Era um ratinho esperto, que ele chamou de Mortimer. Mas sua esposa disse que Mickey soava melhor... “Todas as adversidades que tive na vida, todos os problemas e obstáculos me fortaleceram. Você não entende quando isso acontece, mas um chute no dente pode ser a melhor coisa do mundo.”

4. Tenha o empreendedor e o administrador

Não raro, o empreendedor é a estrela que brilha na empresa. É o criativo. É o que traz resultados. Mas é preciso ter a pessoa que paga a conta da energia para a estrela brilhar. Que transforma criatividade em realidade, e garante que a realidade se torne, de fato, resultados duradouros, e não a simples explosão de uma estrela. “Eu tive a sorte de ter um grande irmão. Ele ainda está comigo. E eu ainda o amo. Eu brigo com ele. Às vezes, acho que ele é o sujeito mais burro que encontrei na vida. Mas não sei o que faria sem ele, que é o presidente da empresa. Nós começamos o negócio em 1923 e, se não fosse pelo meu irmão, eu teria sido preso várias vezes por cheques sem fundos. Eu nunca sabia o que tinha no banco. Ele me trouxe foco e disciplina.” Todos os grandes empreendedores, sem exceção, tiveram um Roy Disney, o irmão a que se refere Walt Disney nessa passagem.

5. Tenha os convidados, os membros do elenco e o show

Essa percepção consolidou-se com a Disneyland. Nos parques da Disney, não há clientes, consumidores ou usuários. “Os visitantes são nossos convidados.” E devem ser sempre tratados como convidados. Também não há empregados, funcionários ou colaboradores. Todos, do diretor ao pipoqueiro, passando pelos responsáveis pela limpeza, são chamados de membros do elenco. São atores que exercem um papel em um show. E o show é a única palavra de deve ilustrar a experiência vivida pelo convidado quando interage com um produto ou serviço Disney.

6. Trate os clientes como seus convidados

O convidado primário é a criança, e o secundário são os pais. Todo membro do elenco da Disney sabe a ordem dos valores e das prioridades: primeiro vem a segurança, em seguida, a cortesia, depois o show (qualidade do produto/ serviço) e, por fim, a eficiência. Por isso, os colaboradores têm liberdade para agir da forma que julgarem mais conveniente. “Não é difícil tomar decisões quando você sabe quais são seus valores” – dizia Roy Disney. Mas Walt Disney sabia que o seu convidado será sempre a criança: “Eu não faço filmes prioritariamente para crianças. Eu os faço para a criança que está em todos nós, não importando se estamos com 6 ou 60 anos de idade.”

7. Seus colaboradores são membros de um elenco

Disney sempre se preocupou com as condições de trabalho que oferecia à sua equipe. Móveis ergonomicamente pensados, construções elegantemente integradas às atividades do negócio. Mas, desde o primeiro momento como empreendedor, sabia da importância de ter os membros corretos do elenco nos papéis principais para contar uma grande estória. Roy Disney, por exemplo, cuidava da gestão dos negócios; Ub Iwerks liderava a equipe de desenho; e Herman Kamen cuidou do licenciamento da marca, tornando a Disney uma marca global. “Você pode desenhar, criar e construir o local mais maravilhoso do mundo. Mas são as pessoas que transformam os sonhos em realidade”, disse Walt Disney. “Eu tenho uma organização em que as pessoas são realmente especialistas. Elas precisam estar todas juntas, e essa é a minha função.”

8. Seu produto (ou serviço) deve ser (sempre) um show

Walt Disney soube sofisticar com sutileza o seu show. “Nós sempre nos guiamos pela ideia básica de que na descoberta do conhecimento deve haver uma grande diversão. Da mesma forma, em todo bom entretenimento deve haver alguma semente de sabedoria, humanidade ou iluminação a ser ganha.” Por essa razão, suas mensagens se tornaram universais e eternas e continuam a conquistar crianças de todas as idades e de todas as partes do mundo.

9. O show sempre pode ser melhorado
Uma das partes mais polêmicas da trajetória de Disney era sua obsessão por sempre querer fazer melhor, mesmo que isso não fosse lucrativo, que fosse arriscado demais, que todos fossem contra e que a sua equipe se esgotasse. Disney não ficava satisfeito. Quando tudo era preto e branco, ele produziu desenhos coloridos, mesmo que custassem mais caro. Quando os desenhos eram mudos, ele incluiu sons, mesmo que não houvesse uma tecnologia consolidada para isso. Quando todos produziam desenhos para crianças, Disney queria atingir pessoas de todas as idades, mesmo que os críticos achassem que era irracional uma flor cantar ou uma árvore dançar. Quando todos os parques estavam indo à falência, Disney queria criar o parque mais caro do mundo. “Mesmo quando dou um passeio, estou sempre pensando sobre o que está errado com as coisas e como poderiam ser melhoradas.” Por isso, conversava com todos para receber sugestões de melhorias. “Você nunca sabe de onde a próxima grande ideia virá.”

10. Seu show começa na sua casa 

A preocupação em oferecer entretenimento com sabedoria para as famílias começava com suas próprias filhas e esposa. Disney sempre se orgulhou de ser um pai presente e apaixonado, que protegia suas filhas da sua enorme fama. Foi só aos 6 anos que a sua primeira filha, Diane, se deu conta de que seu pai era “o” Walt Disney. Naquele momento, ela pediu um autógrafo ao pai... “Um homem jamais deve negligenciar sua família em favor do seu negócio.

[1]Marcelo Nakagawa é professor de empreendedorismo do Insper, membro do conselho da Artemísia Negócios Sociais e da Anjos do Brasil, mentor da Endeavor e autor de diversos livros de empreendedorismo e inovação.