Sugestão ao Ministro
Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor Educacional
signorinironey1@gmail.com
Assessor e Consultor Educacional
signorinironey1@gmail.com
Na
edição de 28/01 o Valor Econômico recheou
o jornal de assuntos ligados à educação, mais exatamente sobre o novo
ministério da educação e algumas ações a colocar em prática. E o título de uma
das matérias foi aquele que incomoda muito, dito pelo próprio Ministro Ricardo Vélez
Rodrigues[1]: “Ideia de universidade para todos não existe”. E acrescentou, “As
universidades devem ficar reservadas para uma elite intelectual, que não é a
mesma elite econômica”. Teria ele refletido sobre as consequências advindas ,
como exemplo, o cenário de empregabilidade ? Deixou para depois. Aguardemos
mais um pouco, melhor sem tanta jactância.
Foi
uma explosão e tanto junto à sociedade e sobretudo junto aos operadores da
educação porque a manter-se os níveis da educação básica nas públicas (Fundamental
e Médio), pouco se pode esperar que esses jovens logrem sucesso nos seletivos,
salvo raras exceções, aí não incluídas os cotistas.
Na
entrevista ao Valor, conduzida pelo jornalista Hugo Passarelli, o Ministro
Vélez também disparou outra bomba ao afirmar que ainda não está em estudo a
cobrança de mensalidades em universidades públicas, mas é urgente reequilibrar
seus orçamentos. Estará algum dia ?
Com as duas máximas mais importantes da oportunidade tomo a liberdade de sugerir ao Ministro que componha urgente um Conselho de Notáveis, e existem muitos no país, perto de dez seria o suficiente, para uma reunião mensal de quatro horas, com mandato de somente um ano. Após o período haveria renovação. Mas que não seja outra instância de carcomidos e inexperientes no setor. Gente que conhece e sabe o que fala, sobretudo os da área privada que sabem muito bem tratar com orçamentos. A pauta o Ministério recomendaria.
Com as duas máximas mais importantes da oportunidade tomo a liberdade de sugerir ao Ministro que componha urgente um Conselho de Notáveis, e existem muitos no país, perto de dez seria o suficiente, para uma reunião mensal de quatro horas, com mandato de somente um ano. Após o período haveria renovação. Mas que não seja outra instância de carcomidos e inexperientes no setor. Gente que conhece e sabe o que fala, sobretudo os da área privada que sabem muito bem tratar com orçamentos. A pauta o Ministério recomendaria.
Um
tanto prudente para não dizer lento, Vélez diz que elabora apenas as diretrizes
do que deverá ser a marca de sua gestão à frente do MEC, com metas alinhadas ao
propósito político do governo(?). Os
diagnósticos e elaboração de programas ficam a cargo de seus secretários, que
ainda estão se debruçando sobre as medidas de gestões anteriores.
Ainda presente a lentidão, que no entanto reclama agilidade, considerando o início de novo ano letivo com enormes desafios pela frente, quando é preciso mexer com as formações nas licenciaturas, a aplicação das BNCCs, reexame do FIES e por aí vai.
Ainda presente a lentidão, que no entanto reclama agilidade, considerando o início de novo ano letivo com enormes desafios pela frente, quando é preciso mexer com as formações nas licenciaturas, a aplicação das BNCCs, reexame do FIES e por aí vai.
Graduado
em filosofia e teologia fez mestrado e doutorado nessas áreas o que lhe enseja
grande poder articulador e ótimo frasista como esta: “As pessoas chegaram até a
escola, é hora de a escola chegar às pessoas” , sem no entanto mostrar como
isso será feito e viabilizado. Como se a estrada, o percurso e os caminhos
fossem os mesmos. Há séculos acompanhamos esse trajeto que parece ser rua de
duas mãos quando não é. Na educação todos vão juntos num mesmo sentido e os que
se atrasam(arem) devem ser puxados mesmo que à força.
De
certa forma, é mais fácil uma criança sentar-se no banco escolar (universalização)
do que a escola abraçá-lo e conduzi-lo, dada a orfandade que a colocam pelo
desinteresse pedagógico e desmotivação dos docentes, motivando a evasão. Os índices estão aí mostrando tal realidade.
Os certames internacionais consagram a falência educacional brasileira.
Conforme
Vélez, Carlos Francisco de Paula Nadalim (secretário de alfabetização)
conduzirá o programa Alfabetização Acima de Tudo (prioridade dos cem primeiros
dias do MEC). Ele carrega na pasta a experiência de coordenador de uma escola
da família, O Mundo Balão Mágico, mas não tem nenhuma simpatia por Paulo Freire
e Magda Soares(UFMG), palavras dele.
Vélez,
ao que tudo indica até aqui, carrega bom trato político adotando um tom
conciliador quando perguntado sobre temas polêmicos. Demonstra entusiasmo
quando vem à conversa as principais bandeiras de Bolsonaro como o Exame
Nacional do Ensino Médio(Enem) ou as já um tanto desgastadas questões de
ideologia de gênero, sexualidade e outras pérolas do mesmo mar. É intransigente
defensor dos valores da família, no que a maioria da população concorda.
De
início, quando de sua nomeação, a mídia buscou fontes que pudessem melhor
oferecer posicionamentos pessoais ou profissionais por declarações. Encontraram
uma lapidar em seu blog hoje desativado, muito reproduzida: “O MEC tornou os
brasileiros reféns de um sistema de ensino alheio às suas vidas e afinado com a
tentativa de impor, à sociedade, uma doutrinação de índole cientificista e
enquistada na ideologia marxista [...]".
Veléz
não cede terreno, não retrocede, o que é ótimo a demonstrar que só tem
compromisso com o acerto e não com o erro, referindo-se às suas convicções de
que construiu-se um suporte estatal criado exatamente para influenciar a
sexualidade ou posições políticas dos estudantes, o que ele abomina.
Em um programa publicado em seu blog,
intitulado Um roteiro para o MEC, dia 7/11/2018, defende a
descentralização do sistema educacional. Vélez Rodríguez é anticomunista e
estudioso do liberalismo
clássico. Em seu blog Rocinante (nome do cavalo
de Dom Quixote de La Mancha), ele critica o que
considera a influência marxista sobre
a educação brasileira. Para ele, é necessário
limpar todo o "entulho marxista que tomou conta das propostas educacionais
de não poucos funcionários alojados no Ministério da Educação".
(Wikipedia)
(Wikipedia)
[1] Ricardo Vélez Rodríguez,
o atual Ministro da Educação do Brasil, o 53º, nasceu aos
15/11/43. Suas visões
políticas são descritas por algumas fontes como de extrema-direita.
Fez seus estudos básicos no Liceu de La Salle (Bogotá) e cursou bacharelado em Humanidades, no Instituto Tihamér Tóth, na mesma cidade. Licenciou-se em Filosofia pela Pontifícia Universidade Javeriana (Bogotá), em 1963. Entre 1965 e 1967, fez o curso de Teologia no Seminário Conciliar de Bogotá.
Iniciou a vida docente em 1968, como professor de Literatura e Filosofia, na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Pontifícia Bolivariana (Medellín), e Ética Empresarial, na Escuela de Administración de Empresas e Instituto Tecnológico, também na Colômbia, permanecendo em ambas as instituições até 1971. Entre 1972 e 1973, lecionou Filosofia e Humanidades na Universidade Externado de Colômbia e na Universidade do Rosário, em Bogotá. Realizou estudos de pós-graduação no Brasil, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, obtendo o título de Mestre em Filosofia, em 1974.
Fez seus estudos básicos no Liceu de La Salle (Bogotá) e cursou bacharelado em Humanidades, no Instituto Tihamér Tóth, na mesma cidade. Licenciou-se em Filosofia pela Pontifícia Universidade Javeriana (Bogotá), em 1963. Entre 1965 e 1967, fez o curso de Teologia no Seminário Conciliar de Bogotá.
Iniciou a vida docente em 1968, como professor de Literatura e Filosofia, na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Pontifícia Bolivariana (Medellín), e Ética Empresarial, na Escuela de Administración de Empresas e Instituto Tecnológico, também na Colômbia, permanecendo em ambas as instituições até 1971. Entre 1972 e 1973, lecionou Filosofia e Humanidades na Universidade Externado de Colômbia e na Universidade do Rosário, em Bogotá. Realizou estudos de pós-graduação no Brasil, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, obtendo o título de Mestre em Filosofia, em 1974.