quinta-feira, 9 de novembro de 2017

TCCs – Trabalho de Conclusão de Curso





O meu pai ensinou-me a trabalhar; não me ensinou a amar o trabalho.
Abraham Lincoln
O  trabalho de conclusão de curso(TCC), eventualmente chamado  tese de conclusão de curso, trabalho de graduação interdisciplinar, trabalho final de graduação, projeto de formatura, projeto experimental ou monografia de curso, com suas respectivas siglas, é um tipo de trabalho acadêmico  amplamente utilizado no ensino superior e técnico no Brasil, como forma de efetuar uma avaliação final dos estudantes, que contemple a diversidade dos aspectos de sua formação educacional.

As diversas finalidades do trabalho acadêmico podem se resumir em apresentar, demonstrar, difundir, recuperar ou contestar o conhecimento produzido, acumulado ou transmitido. Ao apresentar resultados, o texto acadêmico atende à necessidade de publicidade relativa ao processo de conhecimento.

A pesquisa realizada, a ideia concebida ou a dedução feita  perecem  se não vierem a público, razão maior da elaboração dos TCCs. A demonstração do conhecimento é necessidade na comunidade acadêmica, onde esse conhecimento é o critério de mérito e acesso. Entretanto, a bem da verdade, ao longo de muitos anos a universidade não tem sabido aplicar com rigor a exigência na confecção desses trabalhos, ao contrário, os despreza, por exemplo deixando de manter um exemplar na biblioteca da instituição, divulgando-os pelo site da faculdade, recomendando e apoiando uma publicação por editora. Não, vão todos para gavetas encontrando milhares de outros anteriores, E mais, embora muitas instituições tenham um regulamento sobre o assunto poucas ou nenhuma reprova aos membros que se apresentam com um trabalho medíocre, de nenhum aproveitamento.  

Assim, teremos perdido muito, expresso em tempo, papel, paciência, e demais condições que aviltam as inteligências e cultura. E os docentes são os principais culpados, tornando-se reféns, quando não, cúmplices dos alunos.
Ainda sobre o docente, falta-lhe a boa vontade na orientação, falta-lhe estímulo e paixão pelo magistério. Faltando-lhe o pagamento salarial com certeza não é o que acontece.

Parece haver uma clara e significativa cooptação das mentes dos estudantes em se negar a produção para o mundo capitalista, quando um TCC bem formulado pode muito bem ser a iniciativa de qualquer empreendedorismo, a fundação de alguma startup. A presença nos currículos de disciplinas como Business Plan poderiam muito bem ser um guia para percepção de novos mercados.

Assim, existem as provas, concursos e diversos outros processos de avaliação pelos quais se constata a construção ou transmissão do saber. Difundir o conhecimento às esferas externas à comunidade acadêmica é atividade cada vez mais presente nas instituições de ensino, pesquisa e extensão, e o texto correspondente a essa prática tem característica própria sem abandonar a maior parte dos critérios de cientificidade. Melhor dizendo, assim deveria ser.  A recuperação do conhecimento é outra finalidade do texto acadêmico. Com bastante frequência, parcelas significativas do conhecimento caem no esquecimento das comunidades e das pessoas; a recuperação e manutenção ativa da maior diversidade de saberes é finalidade importante de atividades científicas objeto da produção de texto.

Em muitas instituições, o TCC é encarado como critério final de avaliação do aluno: em caso de reprovação, o aluno estará impedido de obter o diploma e consequentemente exercer a respectiva profissão até que seja aprovado.

O escopo e o formato do TCC (assim como sua própria nomenclatura) variam entre os diversos cursos e entre diferentes instituições, mas na estrutura curricular brasileira ele possui papel de destaque no último semestre ou ano do curso.
 
A execução e conclusão  é uma apresentação de um projeto perante uma banca examinadora entre 3 e 5 professores (não necessariamente com Mestre /ou Doutor). Nesse particular, deixando de contar com docentes que tenham pós-graduação a banca fica a desejar quanto às cobranças que podem ou devem ser feitas. Afinal o evento tem uma finalidade formativa e não como se fora uma festinha de despedidas. Afinal o que falta é competência e habilidades para o docente conduzir uma orientação de TCC?

A banca examinadora formada para tal propósito não cria nenhuma expectativa de originalidade. Portanto, pode ser uma compilação (e não cópia) de outros ensaios com uma finalidade, um fio condutor, ou algo que forneça um roteiro, uma continuidade. Motivo: inabilidade e incompetência, desconhecimento e afastamento profissional dos mercados, o que a maioria dos docentes carrega.
Aliás, há uma indústria que avança forte produzindo sob encomenda TCC
sobre qualquer assunto.

Professores orientadores recomendam aos alunos, que o tema escolhido seja um assunto com o qual o aluno possua afinidade. Ele vai passar talvez um ano ou mais escrevendo sobre um determinado assunto. Se não for um assunto cativante, será muito mais difícil para o aluno conviver com ele todo esse tempo.

O tema deve ser procurado através de perguntas. Uma grande dúvida deve ser o início de um trabalho acadêmico. Algo que não foi respondido ainda. Alguma área do curso escolhido que ainda tenha algo escondido dos cientistas.
Ou seja, que tenha identidade temática, que seja de seu agrado.

Talvez nisso resida insuficiências que resultam em trabalhos totalmente descomprometidos com realidade sociais, de empregabilidade, cultural, de aplicabilidade e por aí vamos. E a propósito, o grupo de orientadores mantidos pela instituição deve somar teóricos mas também profissionais dos mercados, gente que conhece o chão da fábrica.

Lamentavelmente as próprias instituições de ensino não têm respostas à principal pergunta se consultadas sobre os TCCs dos últimos 30 anos , que deve somar mais de milhão, o aproveitamento real deles  seria de quanto. 10 / 1.000.000 ?
 
Qual teria sido o tempo despendido com tão mínimo ou nenhum retorno?
Milhares de horas de cérebros humanos desperdiçadas.

Em resumo, falta o caráter utilitarista nos TCCs, aliás, que em nada diferem de muitas dissertações de Mestrado ou teses de Doutoramento com muito dinheiro jogado fora. Como se pudéssemos (nos) permitir isso.

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