Nos acostumamos a uma espécie de
mentira intergeracional que volta a nos cobrar o preço da verdade tardia, mas
ainda é cedo para saber se vamos optar pela verdade
que exige sacrifícios ou seguiremos no rumo da ilusão continuada; ou se
vamos cair no sacrifício sem uma proposta alternativa para além dele. Cristovam Buarque
que exige sacrifícios ou seguiremos no rumo da ilusão continuada; ou se
vamos cair no sacrifício sem uma proposta alternativa para além dele. Cristovam Buarque
A revista O Cruzeiro [1] foi sepultada nos idos de 1975.
Integravam o corpo editorial nomes de destaque no jornalismo brasileiro, cada
um ao seu modo, como David Nasser; Millôr Fernandes, com o pseudônimo Van Gôgo [2];
e o impagável cartunista Péricles [3], com o seu O Amigo da Onça. A revista era
a rainha das bancas e dos salões de barbeiros, disputando o público com a
revista Manchete.
Da leitura de O Cruzeiro, ficou-me a impressão de que todos temos um “amigo da onça” nos rodeando. No meu caso é um sugestionador de assuntos/temas a tratar aqui na coluna, que não mede consequências: se haverá aplausos ou apupos.
O assunto de hoje é uma sugestão do “mui amigo” sobre a formação de uma Rede Brasileira de Compartilhamento sobre/para Soluções Nacionais, acerca dos desafios brasileiros. Como juntar especialistas de cada área para proporem soluções para os nossos problemas? Com certeza, o repertório/acervo acumulado seria riquíssimo. Lembro-me de um documentário a que assisti sob título Os profetas da maldição, exibido pelo canal History Channel. (https://www.youtube.com/watch?v=yix8Q-69xBQ). Nele arriscam-se prognósticos sobre o futuro da humanidade. Compartilhar ideias é o principal benefício das nossas redes de internet.
Dias atrás um grupo de intelectuais voltados à educação trocou mensagens pela web fazendo surgir boas ideias, inusitadas e de muita atualidade. Protagonizaram o encontro o senador Cristovam Buarque; o reitor da Universidade Estácio; Ronaldo Mota; Alex Sandro Gomes, da UFPE, e tantos outros.
Na troca de postagens, é reveladora a ausência de cenários futuros, cenários de futuros, no Brasil, para o país. E como essa ausência torna a espera das novas gerações muito angustiante.
Seria muito oportuno que uma rede da sociedade civil,
colaborativamente, pudesse alinhavar de forma ampla alguns cenários sobre a
relação entre Educação Básica, Ensino, Tecnologia, EAD e Ensino Superior, Criatividade,
Inovação, Competitividade da indústria nacional e Bem-estar geral (welfare
state).
Quem poderia assumir a liderança tão necessária de tal construção? Como as inteligências individuais poderiam se articular em estruturas sociais amplas para criar tais cenários e orientar discussões de forma mais clara em nossa sociedade? Como podemos construir e difundir juntos esses cenários de futuros?
Para propor algo assim necessitamos com urgência do tipo de “inteligência coletiva” operando no país.
E a iniciativa vai exigir certo disciplinamento, proposta
de primeiro laborar-se uma disposição sobre o planejamento e a gestão
estratégica no âmbito universitário acadêmico-administrativo e a partir daí o
grupo passar a considerar, como órgão constituído, uma condução de atualização
administrativa com a atribuição de propostas/sugestões ao ensino universitário.
Poderia elencar vários exemplos suscetíveis de opiniões como as questões curriculares, as atividades complementares, o assunto FIES, os planos de carreiras, etc. etc. Ou seja, onde muita IES acertou e tantas outras erraram. Por quê? Falta de comunicação, de orientação na base do respeito ao traditionis mores majorum (o conhecimento está com os mais velhos).
Nada que se oponha ou imponha às administrações locais, mas que o resultado possa ser adicionado em razão da soma de expertises que comporão o órgão. Considerar as propostas apresentadas por todos os segmentos, universidades, centros universitários e faculdades compondo os macrodesafios do setor, formulados por uma assemelhada rede de condução colaborativa que poderá se constituir como grande alavanca contributiva, seja às particulares, seja às públicas. Quando não, algo próximo a um Conselho Nacional de Colaboração Universitária (Conacu).
Dos resultados de suas decisões, o órgão colegiado, integrado por voluntários, poderá emitir resoluções com fins opinativos, mas como sugestões pensadas e discutidas, sem viés político-partidário ou normativo, simplesmente sugestional e proativo, no sentido de antecipar-se aos problemas. Não é nada senão uma soma de dezenas ou centenas de anos de experiências, de todos os integrantes do Conselho. Inimaginável desprezar tal acervo.
Afinal, a composição do órgão levará em conta, em seus fazeres, a Missão, a Visão, os Valores e os Macrodesafios componentes do cotidiano universitário. E como desejo e interesse totalmente democráticos, seus pares poderão surgir de quaisquer instituições bastando um documento protocolar de apresentação
para incluir-se no “conselho”.
Também à semelhança dos Centro de Serviços Compartilhados (CSC), onde fomos buscar incentivo e orientação, ele é uma unidade de organização orientada à excelência na prestação de serviços e atendimento às necessidades dos clientes internos da corporação, no prazo adequado, buscando padronização dos processos, melhoria na qualidade das entregas, aumento da produtividade, maximizando a utilização de seus recursos com controle das atividades executadas, indicadores e gerenciamento de custos. O modelo existe há vários anos, regrados pela Administração.
Talvez a educação superior esteja demorando muito para
assumir a tarefa, pois no setor ainda existem muitas individualidades e, por que
não?, egoísmos, que não somam, só subtraem.
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