Prof. Roney Signorini
Consultor Educacional
roneysignorini@ig.com.br
Embora com 64 anos de idade, e não entenda nada de armas nem de munições, começo a pensar na possibilidade de fazer um curso sobre esses artefatos, tiro ao alvo, defesa pessoal, e comprar revistas especializadas. Quem sabe iniciar por estágios em “paint ball”. O mais perto que chego sobre algo contundente é o velho estilingue e nunca consegui sequer acertar um pardal, na infância.
Mas, cá pra nós, o futuro se avizinha em escuridão, preto total, de onde precisarmos todos nos tornar Senhor da Guerra ou Senhor das Armas.
Essa foi minha percepção ao ler notícia no site www.notícias.r7.com sobre as declarações do candidato do PSOL à presidência nas próximas eleições,Plínio de Arruda Sampaio, mais um que começa a dar tiros pra todo lado, nas quais ele “defende o fim das escolas privadas”, querendo tornar o sistema educacional totalmente público. Valha me Deus ! É o que faltava para uma festança, tipo farra do boi educacional.
O candidato está senil para ocupar o cargo pretendido ou antes da entrevista se entregou a Baco. Por mais razões que ele tenha ( ? ) com tal afirmação/proposta, com certeza, não ganhou nem mais um voto. Seja pelo tresloucado e disparate, não quanto à idéia mas quanto a realidade numérica e estatística que se mostra.
Os números falam por si quanto ao universo de alunos no básico e no superior, ao volume de escolas, cursos, e sobretudo valores. O SEMESP — www.semesp.org.br — abriga tais informações, senão também o MEC-INEP.
O candidato sabe quanto custa um aluno em escola particular e o mesmo aluno na pública ?
Nas públicas, em alguns deles, 2 ou 3 vezes mais, em outros, 4 a 5 vezes mais.
O patrimônio/investimento das particulares ronda aos bilhões de reais.
Mas, vamos à crítica construtiva sobre as afirmações do candidato, ainda que com ironia, por força de estilo:
1-)Com a medida ele pretende o fim das escolas particulares evitando a desigualdade social no país. É mesmo por aí ?;
2-)Os imóveis dessas escolas devem ser desapropriados para que o acesso ao centro (?) se torne universal e cita o Colégio Santa Cruz, de São Paulo. O candidato não conhece o patrimônio das demais escolas, básicas ou superiores ! ;
3-)Duvidando da meritocracia, os professores devem receber o mesmo salário. Com todo o respeito, o candidato sabe do investimento pessoal de um professor do Piauí e de São Paulo ou Rio de Janeiro ?;
4-)Ao se referir ao ProUni afirma que é preciso dar mais atenção ao ensino básico, antes de investir muito no universitário. Prezado candidato, com todo o respeito, novamente, recomendo ler uma crônica do Stanislaw Ponte Preta que relata a saga de uma madre dirigindo uma Lambretta pela Ponte da Amizade, em eventual contrabando de algo.
5-)Ao se referir às cotas ele diz que “de certo modo é um mal necessário e que na verdade não deveria ser racial, deveria ser de pobreza. Comé que é ? Certa feita meu motorista se apresentou pedindo aumento de salário porque a mulher dele estava grávida, sem que eu tivesse feito sexo com ela. Eu deveria pagar pelo “bem bom de alguém” ? Pode ?
6-)Quanto à educação no campo é enaltecida a ação do MST, cujos expedientes seriam a redenção. Um momento, vamos organizar o galinheiro. Solução educativa para qual fim? Ocupar/invadir terras de outrem sem que a Lei admita ? É negar o Poder Legislativo! ;
7-)Quanto à religião, deveriam fornecer curso de pensamento religioso e os estudantes obrigados a participar da escolha. Os pais dos alunos deveriam ter o direito de escolher a religião do professor. Quer dizer, a comunidade é quem escolhe as habilidades e competências do docente, não importando suas propriedades profissionais e formativas mas só em função da prática religiosa ?
Nesse quesito, questionado se a religião poderia tornar-se um tema de segregação entre o povo brasileiro o candidato admitiu que o risco existe,. “mas também existe o intercâmbio de cultura”. Ah! existe mas qual a solução e efetividade dos resultados?
Desculpe os contraditos no foco ideológico. Deram-se por razão de deferência ao septuagenário, a quem credito respeito pela cultura e Inteligência.
Sem bola de cristal na minha frente, não vai dar certo, não mesmo, embora adote o bordão latino “traditiones mores majorum”.
Em Tempo, recomendo a leitura de excelente artigo/considerações sobre o Ensino Privado, Benefício Público, autoria de Luiz Roberto Liza Curi ( www.amanhã.com.br ), de 28/07/2010, replicado no blog www.abmeseduca.com
quarta-feira, 28 de julho de 2010
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Inteligentzia Eleitoral
Prof. Roney Signorini
Consultor Educacional
roneysignorini@ig.com.br
Nunca fui partidário político senão pela forma de governo: republicano e democrático.
Avizinhando-se outro momento de eleições, os candidatos começam a dar tiros pra todo lado e os eleitores ficam reféns de afirmações e promessas de campanhas que extravasam o bom senso, ou melhor, vão ao risível, ao ridículo, como o perpetrado pela candidata Dilma ao prometer em entrevista de rádio numa emissora de Londrina, no Paraná, que criará, com o ProMédio, bolsas de estudo em escolas privadas para alunos de baixa renda, abrindo vagas no ensino particular a alunos carentes. A promessa decorre do ranking divulgado pelos resultados do Enem, que apontou o enorme desastre do ensino público.
A candidata não está interessada em alocar verbas para melhorar o fundamental e o médio em escolas públicas, mesmo com os demonstrativos de que tais escolas estão em desespero socioeducacional. Não, ela quer resolver por vias políticas que os carentes, mais uma e outra vez, se beneficiem do cardápio de benesses de outra “bolsa” no curtume governamental.
Para ela, o programa funcionará(ia) nos moldes do ProUni, que oferece vagas em faculdades ou universidades particulares, com todas as mazelas de seus resultados. Dilma admitiu que “Fica claro que as escolas estaduais e municipais se saíram bastante mal” , quando comentou sobre o resultado do Enem, no qual escolas privadas tiveram os melhores resultados. Nem poderia ser diferente. Alguma dúvida ? Ora, ora, santos e divindades!
Resta saber se a “coisa” acontecerá por adesão e voluntariedade das IES particulares ou por “decreto”.
Aliás, não se sabe porque ainda não subjugaram as escolas da educação básica às avaliações pretorianas a que o Inep submete o ensino superior. Seria porque é “possível” avaliar escolas de educação superior, públicas e privadas nos mesmos gabaritos? Engano, crasso erro. Nada a ver.
Em recente artigo publicado pela Consae, sob o título “A Agonia das IES Nanicas”, o autor, Samuel José Casarin, com todo o respeito pela autoria, se equivoca no título da matéria. As IES, localizadas em cidades com até 50 mil habitantes estão, isto sim, em total desespero, na beira do abismo. Não contra o “canibalismo” das grandes e também das médias instituições mas ante o holocausto. Seja em presencialidade, seja em EAD. Não tem volta nem atalho. Aliás, o texto do autor é rico em detalhes estatísticos que comprovam as “quebras dos empreendimentos nanicos” (www.gestaouniversitaria.com.br).
Qual organismo educacional pode sobreviver diante da volúpia legisferante como indica o portal www.enciclopediadaeducacao.com.br, quando 13.606 normas querem regular a educação no país? É o acervo atual que acumula mais de 30 itens entre portarias, pareceres, despachos, resoluções, decretos, medidas provisórias, etc. etc. É bolero, cha-cha-cha, tango, valsa, funk e polca à vontade. Santa Maria!
Só para registro, com os resultados do Enem 2009, está consolidado que das mil piores escolas do país, 97,3% são estaduais. Como dizia o prof. Wagner Horta, em escola de ensino ruim a vítima é você, aluno.
Nenhum candidato, nem mesmo o atual governo, se deu conta de que a solução, definitivamente, está mais embaixo, com a formação ideal e adequada dos alunos de hoje que serão professores amanhã, ou seja, tratar com a máxima atenção os fazeres das pedagogias e das licenciaturas. Não temos professores capazes por competências e habilidades no manejo do fundamental e médio, porque tais cursos de formação não têm pessoal para tais propostas. A educação formativa na pedagogia e nas licenciaturas é mais do que deficiente, é mentirosa, e ninguém assume a irresponsabilidade. Currículos anacrônicos, conteúdos defasados, laboratórios inexistentes, aplicação de estágios e práticas obsoletos, tutores senis, salários em perspectivas irrealistas com o mercado colocam tais cursos em marcha a ré. Salvo melhor juízo de avaliação, pouquíssimos são os cursos que preparam pedagogos e licenciados para a EAD. Não conquistam capacitação para essa modalidade. Pode?
Novamente, o articulista Samuel José Casarin mostra isso com muita competência na amostragem da participação de grandes grupos na educação EAD. Os números falam mais do que a retórica.
Então, para os milhões de rádiouvintes que escutaram a baboseira de Dilma, configura-se estelionato educacional ou eleitoral? A candidata está inteirada do universo que compreende uma proposta dessa natureza, baseada em números históricos do real significado na eventual implementação do ProMédio? Com tal projeto o que fica de preocupante é que o governo de fato assumiria que suas escolas básicas não têm a saúde necessária para preparar os estudantes à universidade. E mais, gravíssimo, leia o publicado na Gazeta do Povo, transcrito a seguir, dando visão clara dos desacertos em políticas de não resultados de 8.165 “tadinhos”:
Eles passaram no ProUni, mas não ganharam a bolsa
Gazeta do Povo – 19/07/2010
“Abriram uma porta e logo depois a fecharam na minha cara”. Dessa forma o motorista Roberto Cosme Raimundo, 33 anos, explica a sensação de conquistar e perder, no mesmo dia, uma bolsa de estudos do Programa Universidade Para Todos, o ProUni, em que o governo federal concede bolsas em instituições privadas de ensino superior. No começo de julho, ele soube que havia sido pré-selecionado na segunda chamada para o curso de Comunicação Social com habilitação em Ra¬¬dialismo da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Na hora da matrícula, descobriu que a bolsa tinha sido cancelada, porque a instituição não havia recebido número suficiente de inscrições para formar uma turma.
O estudante não é o único bolsista do ProUni a enfrentar esta situação. Só no primeiro semestre deste ano, 8.165 candidatos tiveram a mesma decepção. Segundo o Ministério da Educação (MEC), esse foi o número de pré-selecionados pela nota do Enem, mas que acabaram sendo reprovados por não haver alunos suficientes para formar turma. O número representa 6,5% das 125.496 bolsas ofertadas para o período.
Então, pode ?
Em quermesse de igreja, o estande do coelho não tem porta pra ele entrar e assim pode levar um tiro, do atirador caolho, sem pontaria, do estande vizinho. O leitor está com a palavra.
Mesmo assim, os mantenedores das IES superiores estão com a atenção voltada para a “qualidade” de suas atividades e expedientes formativos frente às avaliações movediças, que pra tirar animal caído nelas só dando um tiro de misericórdia, na testa.
O presidente Lula faz tanto esforço para impor sua avaliação sobre a conduta do Irã na questão do enriquecimento do urânio, por que não fazer o mesmo para colocar um dedo no problema da educação básica? E já está tarde demais.
Pensa-se muito na Copa de 2014, mas ela não é tão importante quanto o futuro da educação nacional.
Consultor Educacional
roneysignorini@ig.com.br
Nunca fui partidário político senão pela forma de governo: republicano e democrático.
Avizinhando-se outro momento de eleições, os candidatos começam a dar tiros pra todo lado e os eleitores ficam reféns de afirmações e promessas de campanhas que extravasam o bom senso, ou melhor, vão ao risível, ao ridículo, como o perpetrado pela candidata Dilma ao prometer em entrevista de rádio numa emissora de Londrina, no Paraná, que criará, com o ProMédio, bolsas de estudo em escolas privadas para alunos de baixa renda, abrindo vagas no ensino particular a alunos carentes. A promessa decorre do ranking divulgado pelos resultados do Enem, que apontou o enorme desastre do ensino público.
A candidata não está interessada em alocar verbas para melhorar o fundamental e o médio em escolas públicas, mesmo com os demonstrativos de que tais escolas estão em desespero socioeducacional. Não, ela quer resolver por vias políticas que os carentes, mais uma e outra vez, se beneficiem do cardápio de benesses de outra “bolsa” no curtume governamental.
Para ela, o programa funcionará(ia) nos moldes do ProUni, que oferece vagas em faculdades ou universidades particulares, com todas as mazelas de seus resultados. Dilma admitiu que “Fica claro que as escolas estaduais e municipais se saíram bastante mal” , quando comentou sobre o resultado do Enem, no qual escolas privadas tiveram os melhores resultados. Nem poderia ser diferente. Alguma dúvida ? Ora, ora, santos e divindades!
Resta saber se a “coisa” acontecerá por adesão e voluntariedade das IES particulares ou por “decreto”.
Aliás, não se sabe porque ainda não subjugaram as escolas da educação básica às avaliações pretorianas a que o Inep submete o ensino superior. Seria porque é “possível” avaliar escolas de educação superior, públicas e privadas nos mesmos gabaritos? Engano, crasso erro. Nada a ver.
Em recente artigo publicado pela Consae, sob o título “A Agonia das IES Nanicas”, o autor, Samuel José Casarin, com todo o respeito pela autoria, se equivoca no título da matéria. As IES, localizadas em cidades com até 50 mil habitantes estão, isto sim, em total desespero, na beira do abismo. Não contra o “canibalismo” das grandes e também das médias instituições mas ante o holocausto. Seja em presencialidade, seja em EAD. Não tem volta nem atalho. Aliás, o texto do autor é rico em detalhes estatísticos que comprovam as “quebras dos empreendimentos nanicos” (www.gestaouniversitaria.com.br).
Qual organismo educacional pode sobreviver diante da volúpia legisferante como indica o portal www.enciclopediadaeducacao.com.br, quando 13.606 normas querem regular a educação no país? É o acervo atual que acumula mais de 30 itens entre portarias, pareceres, despachos, resoluções, decretos, medidas provisórias, etc. etc. É bolero, cha-cha-cha, tango, valsa, funk e polca à vontade. Santa Maria!
Só para registro, com os resultados do Enem 2009, está consolidado que das mil piores escolas do país, 97,3% são estaduais. Como dizia o prof. Wagner Horta, em escola de ensino ruim a vítima é você, aluno.
Nenhum candidato, nem mesmo o atual governo, se deu conta de que a solução, definitivamente, está mais embaixo, com a formação ideal e adequada dos alunos de hoje que serão professores amanhã, ou seja, tratar com a máxima atenção os fazeres das pedagogias e das licenciaturas. Não temos professores capazes por competências e habilidades no manejo do fundamental e médio, porque tais cursos de formação não têm pessoal para tais propostas. A educação formativa na pedagogia e nas licenciaturas é mais do que deficiente, é mentirosa, e ninguém assume a irresponsabilidade. Currículos anacrônicos, conteúdos defasados, laboratórios inexistentes, aplicação de estágios e práticas obsoletos, tutores senis, salários em perspectivas irrealistas com o mercado colocam tais cursos em marcha a ré. Salvo melhor juízo de avaliação, pouquíssimos são os cursos que preparam pedagogos e licenciados para a EAD. Não conquistam capacitação para essa modalidade. Pode?
Novamente, o articulista Samuel José Casarin mostra isso com muita competência na amostragem da participação de grandes grupos na educação EAD. Os números falam mais do que a retórica.
Então, para os milhões de rádiouvintes que escutaram a baboseira de Dilma, configura-se estelionato educacional ou eleitoral? A candidata está inteirada do universo que compreende uma proposta dessa natureza, baseada em números históricos do real significado na eventual implementação do ProMédio? Com tal projeto o que fica de preocupante é que o governo de fato assumiria que suas escolas básicas não têm a saúde necessária para preparar os estudantes à universidade. E mais, gravíssimo, leia o publicado na Gazeta do Povo, transcrito a seguir, dando visão clara dos desacertos em políticas de não resultados de 8.165 “tadinhos”:
Eles passaram no ProUni, mas não ganharam a bolsa
Gazeta do Povo – 19/07/2010
“Abriram uma porta e logo depois a fecharam na minha cara”. Dessa forma o motorista Roberto Cosme Raimundo, 33 anos, explica a sensação de conquistar e perder, no mesmo dia, uma bolsa de estudos do Programa Universidade Para Todos, o ProUni, em que o governo federal concede bolsas em instituições privadas de ensino superior. No começo de julho, ele soube que havia sido pré-selecionado na segunda chamada para o curso de Comunicação Social com habilitação em Ra¬¬dialismo da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Na hora da matrícula, descobriu que a bolsa tinha sido cancelada, porque a instituição não havia recebido número suficiente de inscrições para formar uma turma.
O estudante não é o único bolsista do ProUni a enfrentar esta situação. Só no primeiro semestre deste ano, 8.165 candidatos tiveram a mesma decepção. Segundo o Ministério da Educação (MEC), esse foi o número de pré-selecionados pela nota do Enem, mas que acabaram sendo reprovados por não haver alunos suficientes para formar turma. O número representa 6,5% das 125.496 bolsas ofertadas para o período.
Então, pode ?
Em quermesse de igreja, o estande do coelho não tem porta pra ele entrar e assim pode levar um tiro, do atirador caolho, sem pontaria, do estande vizinho. O leitor está com a palavra.
Mesmo assim, os mantenedores das IES superiores estão com a atenção voltada para a “qualidade” de suas atividades e expedientes formativos frente às avaliações movediças, que pra tirar animal caído nelas só dando um tiro de misericórdia, na testa.
O presidente Lula faz tanto esforço para impor sua avaliação sobre a conduta do Irã na questão do enriquecimento do urânio, por que não fazer o mesmo para colocar um dedo no problema da educação básica? E já está tarde demais.
Pensa-se muito na Copa de 2014, mas ela não é tão importante quanto o futuro da educação nacional.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Um tesouro chamado EGRESSO
Prof. Roney Signorini – Consultor Educacional
roneysignorini@ig.com.br
Em outras oportunidades já destaquei a imensa importância que as IES deveriam atribuir aos egressos de seus cursos, voltando-se com políticas atraentes para a manutenção da relação deles com a escola (se é que ela existiu desde o ingresso, como manda o figurino), como quem cuida de um cliente cativo, reputando o MKT da fidelidade.
Afinal, o maior tesouro de uma escola é o aluno. Podem existir prédios, corpos docente e administrativo, bibliotecas e laboratórios, mas sem o aluno a escola padece, perece e desaparece.
São poucas as IES que dão atenção ao seu egresso e pouco se sabe deles após a solenidade de formatura.
Sequer podem se cadastrar numa AEA – associação de ex-alunos – por esta inexistir ou ex-alunos não se prestarem a alvo de pesquisas, por exemplo, a ser feita pela CPA da instituição.
Assim, com bom motivo, razão e propriedade, a Carta Consulta, de Belo Horizonte, vai promover em agosto um curso sobre a Política de Egressos — coisa nova por aqui —, contando com palestrantes americanos que sabem das coisas, três grandes nomes da gestão universitária americana. E que trajetória profissional eles têm, incríveis e inusitadas.
O relacionamento com alunos egressos é uma das mais importantes questões para a gestão universitária brasileira, lamentavelmente, insisto, quase inexistente no setor. Os egressos podem auxiliar no recrutamento e na retenção de alunos porque são os principais "opinion makers" do produto ensino, que consumiram. Assim, depoimentos e testemunhos autênticos consolidam uma boa imagem de serviços obtidos. Podem constituir uma base de empregadores potenciais, se mantiverem um longo vínculo com a IES. Mas não, até o foco da educação continuada é relegado, pois não se abre a eventual pós-graduação. Este relacionamento, muitas vezes, é ignorado como um recurso e não faz parte do plano estratégico da instituição.
Mas como pensar e estabelecer uma política de egressos capaz de gerar recursos humanos e financeiros para o nosso sistema educacional? Como usar o máximo do potencial dos egressos? Um caminho pode ser trilhado pela análise de políticas de sucesso, implantadas e desenvolvidas por instituições que prosperam em mercados altamente competitivos. Está aí uma oportunidade para quem nunca ouviu falar do assunto.
EGRESSOS EM CAPTAÇÃO DE ESTUDANTES
Muitas escolas subestimam a importância de terem os egressos envolvidos em seu plano de captação de alunos. Os egressos desempenham um papel fundamental em ajudar sua “alma mater”. A questão é se todos os bons alunos com alto nível de empregabilidade se disporiam a dar seus testemunhos. Quem arrisca a resposta?
Um dos palestrantes da Carta Consulta, o professor Trent Argo (Georgetown College – Oklahoma Baptist University), foi Diretor de Captação, Retenção, Seleção e Desenvolvimento de alunos da Oklahoma, bem como, na mesma função, da Campbellsville University. Aí desenvolveu planos de marketing e Estratégia para Crescimento dessas universidades com aumento de 198% para os projetos de captação e retenção. Foi presidente da Associação Americana dos Diretores de Captação de Estudantes das universidades americanas. Ou seja, cá pra nós, nunca ouvimos falar que isso existe(ia).
PARTICIPAÇÃO ATIVA DE EGRESSOS NA IES
Os egressos são o maior recurso que as Instituições de Ensino têm e, sem a participação ativa deles, as IES não podem alcançar seu melhor potencial. Um pequeno perfil da professora Libba Andrews, outra participante do seminário: nos últimos 20 anos, ela atuou em uma série de funções na Universidade Estadual do Mississipi (MSU) e atualmente detém o título de Diretora de Relações com os Egressos, gerenciando um universo de mais de 115 mil ex-alunos. Com esta capacidade, ela tem sido responsável por elaborar o plano estratégico da Associação dos Egressos.
RELACIONAMENTO COM OS EGRESSOS
O tema relações com egressos é um dos assuntos mais críticos para as instituições de ensino hoje. Relações saudáveis com os egressos reforçam a base de apoio das instituições de ensino nas áreas de captação de novos alunos, retenção dos alunos atuais e sustentabilidade financeira dessas instituições. Quem argumenta com bases sólidas e profundos conhecimentos sobre a matéria é o professor J. Robert Gaddis, também da Campbellsville University. Com um currículo bem diferenciado, o Dr. Gaddis tem o bacharelado em Música e Mestrado em Educação pela Universidade do Kentucky. O foco de sua atuação é na direção de programas de música com espantoso crescimento de 25 programas de graduação para os atuais 160, entre graduação e pós-graduação.
Fato é que a desatenção aos egressos vai além da desídia institucional, negligência e descaso, porque não é interpretada como um dos canais mais vivos de interação e comunicação com a coletividade, que se avoluma a cada formatura, podendo atingir números muito significativos, decorrentes de alguns anos na oferta de cursos.
E hoje, com a internet, não há o que se pensar em custos para "falar" com todos eles, seja um expediente simpático de cumprimentar pelo aniversário, seja para informar sobre uma atividade de extensão ou algum curso de especialização, seja um convite para a comemoração de alguma efeméride, etc. Em pouco tempo acaba se tornando uma rede social das melhores (e que já existe, por iniciativa dos próprios ex-alunos, basta conferir no Orkut, Facebook e outros). E mais, o egresso solteiro de hoje é pai amanhã, com prole caminhando para os estudos.
roneysignorini@ig.com.br
Em outras oportunidades já destaquei a imensa importância que as IES deveriam atribuir aos egressos de seus cursos, voltando-se com políticas atraentes para a manutenção da relação deles com a escola (se é que ela existiu desde o ingresso, como manda o figurino), como quem cuida de um cliente cativo, reputando o MKT da fidelidade.
Afinal, o maior tesouro de uma escola é o aluno. Podem existir prédios, corpos docente e administrativo, bibliotecas e laboratórios, mas sem o aluno a escola padece, perece e desaparece.
São poucas as IES que dão atenção ao seu egresso e pouco se sabe deles após a solenidade de formatura.
Sequer podem se cadastrar numa AEA – associação de ex-alunos – por esta inexistir ou ex-alunos não se prestarem a alvo de pesquisas, por exemplo, a ser feita pela CPA da instituição.
Assim, com bom motivo, razão e propriedade, a Carta Consulta, de Belo Horizonte, vai promover em agosto um curso sobre a Política de Egressos — coisa nova por aqui —, contando com palestrantes americanos que sabem das coisas, três grandes nomes da gestão universitária americana. E que trajetória profissional eles têm, incríveis e inusitadas.
O relacionamento com alunos egressos é uma das mais importantes questões para a gestão universitária brasileira, lamentavelmente, insisto, quase inexistente no setor. Os egressos podem auxiliar no recrutamento e na retenção de alunos porque são os principais "opinion makers" do produto ensino, que consumiram. Assim, depoimentos e testemunhos autênticos consolidam uma boa imagem de serviços obtidos. Podem constituir uma base de empregadores potenciais, se mantiverem um longo vínculo com a IES. Mas não, até o foco da educação continuada é relegado, pois não se abre a eventual pós-graduação. Este relacionamento, muitas vezes, é ignorado como um recurso e não faz parte do plano estratégico da instituição.
Mas como pensar e estabelecer uma política de egressos capaz de gerar recursos humanos e financeiros para o nosso sistema educacional? Como usar o máximo do potencial dos egressos? Um caminho pode ser trilhado pela análise de políticas de sucesso, implantadas e desenvolvidas por instituições que prosperam em mercados altamente competitivos. Está aí uma oportunidade para quem nunca ouviu falar do assunto.
EGRESSOS EM CAPTAÇÃO DE ESTUDANTES
Muitas escolas subestimam a importância de terem os egressos envolvidos em seu plano de captação de alunos. Os egressos desempenham um papel fundamental em ajudar sua “alma mater”. A questão é se todos os bons alunos com alto nível de empregabilidade se disporiam a dar seus testemunhos. Quem arrisca a resposta?
Um dos palestrantes da Carta Consulta, o professor Trent Argo (Georgetown College – Oklahoma Baptist University), foi Diretor de Captação, Retenção, Seleção e Desenvolvimento de alunos da Oklahoma, bem como, na mesma função, da Campbellsville University. Aí desenvolveu planos de marketing e Estratégia para Crescimento dessas universidades com aumento de 198% para os projetos de captação e retenção. Foi presidente da Associação Americana dos Diretores de Captação de Estudantes das universidades americanas. Ou seja, cá pra nós, nunca ouvimos falar que isso existe(ia).
PARTICIPAÇÃO ATIVA DE EGRESSOS NA IES
Os egressos são o maior recurso que as Instituições de Ensino têm e, sem a participação ativa deles, as IES não podem alcançar seu melhor potencial. Um pequeno perfil da professora Libba Andrews, outra participante do seminário: nos últimos 20 anos, ela atuou em uma série de funções na Universidade Estadual do Mississipi (MSU) e atualmente detém o título de Diretora de Relações com os Egressos, gerenciando um universo de mais de 115 mil ex-alunos. Com esta capacidade, ela tem sido responsável por elaborar o plano estratégico da Associação dos Egressos.
RELACIONAMENTO COM OS EGRESSOS
O tema relações com egressos é um dos assuntos mais críticos para as instituições de ensino hoje. Relações saudáveis com os egressos reforçam a base de apoio das instituições de ensino nas áreas de captação de novos alunos, retenção dos alunos atuais e sustentabilidade financeira dessas instituições. Quem argumenta com bases sólidas e profundos conhecimentos sobre a matéria é o professor J. Robert Gaddis, também da Campbellsville University. Com um currículo bem diferenciado, o Dr. Gaddis tem o bacharelado em Música e Mestrado em Educação pela Universidade do Kentucky. O foco de sua atuação é na direção de programas de música com espantoso crescimento de 25 programas de graduação para os atuais 160, entre graduação e pós-graduação.
Fato é que a desatenção aos egressos vai além da desídia institucional, negligência e descaso, porque não é interpretada como um dos canais mais vivos de interação e comunicação com a coletividade, que se avoluma a cada formatura, podendo atingir números muito significativos, decorrentes de alguns anos na oferta de cursos.
E hoje, com a internet, não há o que se pensar em custos para "falar" com todos eles, seja um expediente simpático de cumprimentar pelo aniversário, seja para informar sobre uma atividade de extensão ou algum curso de especialização, seja um convite para a comemoração de alguma efeméride, etc. Em pouco tempo acaba se tornando uma rede social das melhores (e que já existe, por iniciativa dos próprios ex-alunos, basta conferir no Orkut, Facebook e outros). E mais, o egresso solteiro de hoje é pai amanhã, com prole caminhando para os estudos.
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