terça-feira, 25 de agosto de 2015

O Técnico valorizado indo para oTecnológico



Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor Educacional
roney.signorini@superig.com.br

Atribui-se as mazelas encontradas no ensino superior, quanto à formação obtida até o ingresso a essa etapa, aquelas desenvolvidas/aplicadas no Fundamental e Médio.

O Fundamental, antigo Ensino de Primeiro Grau, ganhou novos horizontes com o advento da LDB (1996), promovendo a fusão dos antigos curso primário – com quatro anos de duração – e do curso ginasial – também com quatro anos, este último considerado ensino secundário.

A duração do Fundamental foi ampliada para nove anos pela Lei 11.274-2006 quando passou a abranger a Classe de Alfabetização – CA - , (momento anterior à 1ª. série, com matrícula obrigatória aos seis anos de idade) que, até então não fazia parte do ciclo obrigatório.
Nas redes públicas --Estado e Município-- e particular, a alfabetização só era realizada na 1ª. série, que não contava como agora com a Classe de Alfabetização.

Assim, a 1ª. série se colocou no 2º. ano de estudos do Fundamental, sendo concluído na 8ª. série, no 9º. ano calendário. Críticas à parte, só para complicar a cabeça da criança, depois de ter estudado nove anos termina o ciclo pela 8ª. série.

No Brasil, o Ensino Fundamental está dividido, na prática, em dois ciclos: o primeiro correspondendo aos cinco anos iniciais – chamado de anos iniciais do ensino fundamental--, com um único docente regente e o segundo ciclo correspondendo aos anos finais quando o trabalho pedagógico é desenvolvido por uma equipe de professores especialistas em diferentes disciplinas, cujos conteúdos serão a base para a continuidade no ensino médio.
De supor que a criança estaria com 15 anos.

Até 1967 o ensino médio (antigamente chamado de segundo grau) compreendia três cursos, todos desenvolvidos em três anos: o Científico, o Clássico e o curso Normal chamados de “colegial”, igualmente se supondo estar o jovem preparado para ingresso no ensino superior, com 17 para 18 anos de idade.
O ensino técnico é um nível ou subsistema de ensino enquadrado no nível médio dos sistemas educativos, referindo-se normalmente a uma educação realizada que confere diplomas profissionais, constituindo uma modalidade de ensino vocacional, orientada para a rápida integração do aluno no mercado de trabalho.


No Brasil, o ensino técnico é voltado para estudantes de ensino médio ou aos que já possuam este nível de instrução. Pode ser realizado por qualquer instituição de ensino com autorização prévia das secretarias estaduais de educação ou secretarias estaduais de ciência e tecnologia, dependendo do Estado. Seria um nível intermediário, ensanduichado entre o ensino médio e o ensino superior.
São três as modalidades para a educação profissional de nível técnico:
Ensino técnico integrado
O aluno faz o curso técnico integrado ao ensino médio, obedecendo à opção de curso técnico feita no processo seletivo. Nesse caso, o aluno deve ter concluído o 1° ano do ensino médio, para assim dar início ao curso técnico.
Ensino técnico com concomitância externa
O aluno faz o curso técnico simultaneamente ao ensino médio cursado em outra instituição. Nesse regime, o aluno deve estar cursando, o 2º ou 3º ano do ensino médio, para efeito de matrícula no respectivo curso técnico.

Ensino técnico subsequente
O aluno aprovado no processo seletivo e portador do certificado de conclusão do ensino médio ou equivalente, pode iniciar o curso técnico pretendido.

O FNDE, pelo Conselho Deliberativo, baixou a 
RES. Nº 30, de 5 de JULHO/ 2013, que estabelece procedimentos para o pagamento da Bolsa-Formação Estudante às mantenedoras de instituições privadas de ensino superior e de educação profissional técnica de nível médio, ofertada na forma subsequente, no âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Sua fundamental legal está baseada na Constituição Federal de 1988, Título VIII, Capítulo III; -- Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996; -- Lei nº 12.513, de 26 de   outubro de 2011; -- Portaria MEC nº 160, de 5 de março de 2013; -- Portaria MEC nº 168, de 7 de março de 2013.

Primeiro caminho :  Sisutec
Sisutec – Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica é um sistema informatizado, criado para ser monitorado pelo MEC, tendo como objetivo oferecer bolsas de estudo para que alunos de baixa renda possam ter acesso a cursos de Ensino Técnico Superior de qualidade.
Por esse sistema as instituições técnicas de Ensino Superior, públicas ou privadas, oferecem vagas gratuitas para alunos que fizeram o Ensino Médio em escolas públicas (ou em escola particular desde que tenha tido bolsa integral) e que possuam baixa renda.

É imperativo que o candidato que desejar se inscrever no SISUTEC tenha feito a prova do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, apresentado um bom desempenho e não tenha obtido nota zero na redação.

Acessando o link indicado, o leitor pode esclarecer dúvidas: http://sisutec.mec.gov.br/tire-suas-duvidas
Pela seleção de agosto estavam relacionados 120 cursos ofertados por centenas de escolas no país, com milhares de vagas à disposição.

Segundo caminho : PRONATEC
Em 28 de abril de 2011, foi lançado o PRONATEC, Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, com o objetivo de aumentar o número de escolas técnicas no Brasil e a quantidade de alunos da Escola Técnica Aberta do Brasil (E-Tec).
O Progrma tem várias iniciativas :
Expansão da rede federal de educação profissional, científica e tecnológica que já conta com centenas  de unidades em funcionamento;
Programa Brasil profissionalizado – integração ao ensino médio nas redes Estaduais, em parceria com o Gov. Federal;
Rede e-TecBrasil – oferta de cursos em EAD;
Acordo de  Gratuidade com os Serviços Nacionais de Aprendizagem – SENAI - SENAC – SESC – SESI  - Fies Técnico e Empresa  e  Bolsa Formação

Os cursos superiores de tecnologia constituem um tipo de curso da educação superior do sistema de educação profissional brasileiro. Trata-se de cursos de graduação que conferem o grau de tecnólogo ao seu concluinte.

Sendo parte da educação profissional, são cursos cuja vocação é atender a demandas específicas do mercado de trabalho. Os primeiros cursos de tecnologia datam da década de 1970 e hoje são ministrados em todo o Brasil, tanto em instituições públicas como em instituições privadas.

Os cursos superiores de tecnologia são abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente, abrangendo diversos setores. Os graduados neste cursos denominam-se "tecnólogos" e são profissionais de nível superior, especializados em segmentos de uma ou mais áreas profissionais com predominância de uma delas. São autorizado pelo Ministério da Educação (MEC) e, assim como os bacharelados e licenciaturas, confere diplomas de graduação, possibilitando a continuidade dos estudos em especialização (lato sensu) e pós-graduação (stricto sensu).Para não haver erros ou equívocos na escolha da área profissional convém consultar o site http://pronatec.mec.gov.br/index.php

Atualmente são classificados em 44 eixos tecnológicos -- áreas profissionais conforme a RES. Nº 4, de 6 de JUNHO de 2012,  CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO.
Por atenderem sempre as necessidades específicas das empresas conquistam cada vez mais espaço no mercado, com extraordinário crescimento na última década.
Dados do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) informam que esses cursos cresceram muito sendo que em 2002, existiam no país 636 cursos tecnológicos e treze anos depois passam de um milhão.
Em 2008, o país contava com 539 mil matrículas, número que subiu para 680 mil em 2009, aponta o MEC.
O impacto do aumento levou o número de matriculados em cursos tecnológicos a saltar de pouco mais de 81 mil em 2002 para 870 mil em 2011. Para se ter ideia do adensamento, importância e crescimento dos tecnológicos, para o vestibular de meio de ano em 2013 eram oferecidas 60.556 vagas.

Os tecnólogos aos poucos perderam o estigma de cursos menores também contribuindo para o crescimento das matrículas, definindo de vez o que era confuso, tecnológico com o técnico.
Agora, com visão mais própria, o Ministro Janine exalta a importância do ensino técnico dizendo que “ A educação profissional é, para o Brasil de hoje e do futuro, uma das políticas centrais para promover o desenvolvimento pessoal, socioeconômico e, ao mesmo tempo, acelerar o ritmo da produtividade e da competitividade.”Em oportuna intervenção na WorldSkills, evento realizado em São Paulo, o Ministro Janine assinou conjuntamente aos ministros da Coreia, Holanda e Rússia uma carta de apoio ao ensino profissional. Nela estão relacionados os  oito objetivos a cumprir, para que a educação profissional possa ocupar a esteira das políticas e estratégias para o desenvolvimento socioeconômico. As principais propostas são: aperfeiçoar a articulação entre governo, setor produtivo, família e mídia para a promoção e valorização da educação profissional; ofertar cursos que integrem teoria e prática, com foco no desenvolvimento cognitivo e das competências profissionais em acordo com as demandas dos meios produtivos; desenvolver e fortalecer programas para atender aos adultos e trabalhadores que já passaram por uma qualificação profissional inicial; incentivar e promover a mobilidade estudantil em intercâmbios profissionais e participação em competições de capacidade técnica.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Salas de aula para o futuro



Luís Paulo Kufner
Psicopedagogo e Orientador Educacional

É possível aproximar de forma inteligente tradição e inovação? Há espaço para conquistar o sucesso sem acompanhar a evolução dos tempos? Quando se discute isso no âmbito da educação as respostas não parecem tão simples.
Há alguns dias tive o prazer de ler um artigo muito interessante, intitulado “A Implosão da Sala de Aula”, de autoria do professor Roney Signorini. O texto convidava a uma reflexão sobre a imperiosa necessidade de fazer chegar ao mundo universitário uma espécie de atualização estrutural. A proposta versava sobre a possibilidade de uma ampla discussão que ousasse abranger novas arquiteturas, revisar programas, conteúdos, currículos e propor um expressivo investimento na didática, com base no incentivo à criatividade e utilização de todas as tecnologias e metodologias disponíveis. Simplesmente instigante! Deixei lhe um comentário no blog.

Motivado pelas ideias do articulista, fui convidado pelo próprio a prosseguir no caminho dos questionamentos que envolvem a questão e a apreciar o não menos instigante artigo do professor Gabriel Mario Rodrigues, “O descompasso entre universidade e realidade empresarial”. O conteúdo, que também recomendo, joga luz à dramática situação de boa parte dos jovens alunos, obrigados a conviver com o inaceitável distanciamento existente entre a realidade das empresas e os defasados conteúdos acadêmicos. Também deixei-lhe um comentário no blog.

O assunto parece tão relevante que poderia ensejar um seminário para discuti-lo, ou muito mais que isso. Não se trata de questionar tudo o que existe, absolutamente! Bem sabemos que há conteúdos tradicionais e fundamentais que sempre deverão ser mantidos. Todos reconhecemos aqueles valorosos e destacados professores, exemplos do que há de mais nobre na docência. Estes, principalmente, já pautam suas aulas por iniciativas que privilegiam didática, organização de conteúdos, criatividade e um pragmatismo compromissado com o futuro de seus discentes. Por isso, não se permitem desvincular os conteúdos de sua aplicabilidade no mercado de trabalho e se tornam tão importantes. Mas, infelizmente, não constituem a regra!

É comum nos depararmos com toda a sorte de profissionais nas universidades.
Parte dos professores acadêmicos se refugia nas universidades à procura de mestrados e doutorados, muitas vezes estimulados somente por bolsas de estudo. Muitos, até por mediocridade, após não lograrem êxito em suas profissões, com o intuito de complementar suas rendas e/ou sobreviver, ministram aulas sem demonstrar qualquer vocação ou compromisso com a docência. Em alguns casos, desconhecem completamente o mercado para o qual preparam seus discípulos, desestimulando-os. Contrariam as mais simples noções da essência que envolve o nobre ofício de ensinar, quais sejam, formar e oferecer um modelo com amor e responsabilidade.

Os currículos acadêmicos, por sua vez, parecem existir para formar verdadeiros “Franksteins”, com seus conteúdos desconexos, que não dialogam entre si e muito menos com o mercado de trabalho. Assim, só por acaso poderiam oferecer às empresas um perfil de profissional parecido com o desejado. Não seria no mínimo coerente entender a expectativa dos empresários para atualizar os perfis dos jovens em formação? Não é isso que nos sugere a genuína aplicação do marketing de resultado? Estudar as necessidades e as aspirações do cliente para satisfazê-lo integralmente e conquistá-lo?

Em consequência, um hiato cada vez maior se cria entre jovens sonhadores estudantes e empresas ávidas por novos e preciosos talentos. É o resultado de convivermos com a dinâmica do mercado de um lado, e o estático mundo acadêmico de outro. A modernidade está aí, para que as pontes sejam erguidas e as conexões estabelecidas. A zona de conforto já está sendo abandonada por iniciativas heroicas e pontuais. Aproximar esses dois mundos com qualidade e visão de futuro já tem nome em outros países: parceria. A universidade alimenta as empresas com profissionais atualizados e capacitados e estas investem naquelas para torná-las, cada vez mais, seus celeiros de talentos.

Para concluir, talvez, estarrecer, pouco (para não dizer nada) se ensina ou discute sobre liderança, gestão de pessoas, planejamento estratégico e empreendedorismo no meio acadêmico. Estes tópicos são considerados transversais e fundamentais a quaisquer negócios que evolvam equipes e vislumbrem algum tipo de sucesso. Qual atividade pode prescindir do emprego destes conteúdos em associação à sua formação específica? Qual empresário não observa os traços de liderança e visão estratégica como diferenciais em seus mais destacados colaboradores?

Não há mais como postergar. Temos de fazer as opções! Olhar para o futuro com ações no presente ou assistir, de forma passiva, as passadas largas do progresso alheio. A propósito, para responder aos questionamentos do início do texto: sim, é possível aproximar tradição e inovação; já contamos com boas iniciativas nesse sentido aqui no Brasil, felizmente!

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Crowdfunding o Velho De Pires e Caneca nas Mãos



                                                                                    Fenômeno virtual em que o apoio
                                                                                       de uns se torna a força de muitos.

Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor Educacional
roney.signorini@superig.com.br

Meus leitores me cobram um posicionamento mais duro e até belicoso com as autoridades de governo que tratam da educação, nos três níveis da federação.
Se não bato também não elogio alguma medida, iniciativa ou programa que vise o estudante, a academia e os empreendedores do setor. É conduta quase felina. Mas, vez por outra o noticiário incita a se “pegar  em armas” porque extrapolam o racional, o equilíbrio e o sensato.
Foi o que aconteceu na semana passada quando Jéssica Nascimento noticiou pela UOL que a baiana Georgia Gabriela da Silva Sampaio, 19 anos, filha de cabeleireira e de um comerciante, foi motivo da grande informação nos noticiários porque lograra ser aceita em nove faculdades dos Estados Unidos.
O lado ruim da notícia foi o de que a jovem tem de ir à luta para arrecadar US$6.200,00 para pagar o “visto, passagem e compra de livros, além de roupa de inverno e inscrições a congressos”. Até agora só arrecadou US$ 2.400,00. E isso se deve à vaquinha online com o endereço HTTPS://www.patreon.com/georgiagabriela?ty=h)  
Esse é um expediente chamado de crowdfunding(financiamento da multidão)
Sua primeira opção foi a Universidade Stanford e conta para sua empreita com essa vaquinha online porque esperar alguma atitude do governo para “ajudar” a estudante, por certo, se não chegar atrasada às aulas que iniciam no dia 12 de agosto, sequer entrará pela porta da universidade. Como a nação é das mais solidárias no planeta, consta que a ajuda já bateu em US 11.115,00 até este momento(10h00 – 27/07/15). É pouco? Foram 305 contribuições.
A razão do sucesso nas universidades americanas se deveu a um estudo/pesquisa que a moça baiana, pretendente  a engenheira biomédica, realizou sobre um novo método de diagnosticar a endometriose, tendo sido premiada pela Universidade Harvard.
Sem rancores ou revanchismos, a estudante foi direto ao ponto: “Por todo o tempo procurei apoio em universidades e instituições públicas brasileiras mas não encontrei nenhuma que pudesse/quisesse me dar suporte. Dei continuidade ao meu projeto por conta própria e precisei sair do Brasil para ser ouvida.”
Geórgia sempre estudou em escolas particulares por meio de bolsas na cidade de Feira de Santana e foi com excepcional aplicação que além das faculdades americanas também foi aprovada em quatro vestibulares no Brasil: dois na Universidade Federal de Feira de Santana e dois na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os cursos escolhidos foram engenharia civil, computação, elétrica e eletroeletrônica.
O extraordinário fica por conta do apoio que a estudante recebeu no Brasil, em grande parte de pessoas físicas com o empréstimo de livros e contribuição direta com o estudo.
Muito motivada a baiana diz que seu maior sonho é impactar a rede pública de saúde com a inovação.
A outra notícia, desalentadora foi publicada no Estadão há mais de um ano porém vale (re)lembrar a quantas as coisas andam no quesito responsabilidade
educacional porque as consequências são inimagináveis, os resultados desastrosos para todos os atores que compõem a cena.
Dizia a notícia que o MEC manda 110 bolsitas voltarem do exterior, uma verdadeira bomba, de desperdício, de incúria, de inimaginável senso na percepção e repercussão do desastre imposto aos estudantes, que retornam com a mão abanando.
De uma parte o governo já havia “financiado” perto de US$12 mil para cada estudante. De outra parte eles não foram aprovados em exame de proficiência em inglês (o grande motivo do repatriamento) embora tivessem flanando pela Austrália e Canadá desde 2013. Muito estranho que não tivessem se habilitado na língua que seria de se supor já estivessem aptos antes mesmo de deixar o Brasil.
Negligência, desídia, favoritismo dos avaliadores por aqui ?
E agora. como fica o pouco obtido no estrangeiro, enquanto estudos ou simulacros de aprendizagem? Quem paga(ou)por tão grande inconsequência
cujos estudos não terão continuidade ? O que fazer numa situação dessas, o governo deve procurar por indenizações ? Mais do que justo ?
Para concluir, uma cearense, Nayane Tiraboschi, 24 anos, é aplaudida por uma conquista incomum de ter se submetido a avaliações  de admissão ao mestrado na Europa, não por exames mas pela trajetória curricular, e ter sido aprovada em 5 universidades além de contemplada com duas bolsas destinadas para toda a América Latina. Mas a notícia carrega um lado negativo quando ela afirma “Eu sempre quis estudar na área de Direito a mediação e conciliação. Mas no Brasil essa parte é pouco divulgada, exercida e praticada.
Fácil entender o desencanto da cearense quanto aos cursos aqui no País.
As universidades que Nayane conseguiu vaga foram a Queen Mary University (Londres), onde conseguiu a única bolsa disponível para a América Latina; Universidade de Westminster (Londres); Trinity College (Dublin); University of Fribourg (Suíça), onde conseguiu uma das duas bolsas disponíveis para estudantes da América Latina; e na Tilburg University (Holanda).
E essas são só três pérolas cor de champanhe do colar educacional brasileiro,
com tantas outras pipocando na mídia e gente falando no potencial transformador e que é necessário estreitar as conexões entre empresas e universidades, como ocorre nos EUA. Por aqui essa parceria não vai dar certo porque a universidade só quer saber de teses e dissertações enquanto a indústria só quer lucro, nada de teorias.
Quem viver verá os muitos seguidores de Thomas Morus brandindo lápis e canetas no apoteótico desfile dos cadernos e livros rasgados.