segunda-feira, 18 de julho de 2016

A Nau dos Insensatos[1]



Persistência é a irmã gêmea da excelência. Uma é a mãe
da qualidade, a outra é a mãe do tempo. Marabel Morgan

Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor Educacional
signorinironey1@gmail.com

Apropriei o título da maravilhosa obra de Katherine Anne Porter[2] que recomendo a leitura, e desnecessário explicar o porquê.

No Brasil, a exemplo da maioria dos países da América Latina, a sociedade civil se encontra num sério estado de debilidade no que se refere à sua capacidade de influenciar as políticas públicas. Observa-se um crescente distanciamento dos cidadãos da esfera pública e, em alguns casos, uma franca relação de hostilidade entre sociedade e Estado. Nesse cenário, pesquisas de opinião têm mostrado, recorrentemente, que o grau de confiança dos cidadãos na política e nos seus gestores públicos é mínimo.

Movimentos populares como os já deflagrados, embora aglutinem muitas pessoas, têm sido mais catárticos do que propriamente revolucionários: não resolvem, pois não têm lideranças reconhecidas. Talvez elas até nem existam, tal o grau de desarticulação da sociedade. Falta espírito público ao cidadão. Parece que ninguém está preocupado com o país senão consigo próprio, aquela história de solipsismo, do “que seria de mim se não fosse eu e meu umbigo”.

Mas a grande verdade é que o indivíduo faz parte de uma teia complexa que tece com seus semelhantes. Nessa trama, a educação desempenha papel fundamental. Mas a educação que pode atender às demandas atuais é uma educação que implica respeito a si mesmo, ao outro e ao ambiente. Um tipo de educação que, além de contemplar o saber acumulado pela humanidade, incorpore tecnologias, permeadas por valores e ética, espírito crítico, colaboração, criatividade, inovação, empreendedorismo. Trata-se de uma educação para a cidadania, preocupada em preparar indivíduos comprometidos com o seu futuro e o da sociedade em que vivem.

Uma educação que empodere indivíduos para que possam entender-se a si próprios em relação ao contexto no qual vivem, entender esse contexto e entender como esse contexto funciona para que possam saber escolher com descortino quem vai representá-los com integridade, assegurando uma real e profícua transformação da sociedade.
Quando a escola ensinar cidadania vai ser tão bom... E não há outro lugar onde se aprender isso. Por quê? Que escola pode dar certo quando a sociedade claudica porque lhe falta certeza, vacila e hesita com erros e deslizes, das pequenas às grandes falhas estruturais, desaguando em imperfeições de toda ordem?


Assim, ao fazermos que não identificamos essas falhas mais do que assumimos os erros, pois eles atravessam décadas, espancando o infortúnio da mesmice sempre deixando/levando a culpa aos ombros de alguém. Melhor dizendo, de governantes nos três escalões que insistem em jogar a culpa no antecessor, na iniciativa privada, na falta de verba, etc. Da merenda ao uniforme, passando pelo material escolar, salários e propostas curriculares/conteudísticas.

É impensável sequer assemelhar a trajetória educacional de nossa juventude às melhores do planeta daí porque estarmos sujeitos à desclassificação em rankings ainda que esforços enormes sejam alocados sem sucesso. E assim continuará sendo.

Padecemos, senão de todos, de muitos males de toda a incúria despejada sobre a educação, e não é de hoje, ao contrário, vem de séculos de mentiras e enganos, de subterfúgios à  mais declarada infâmia com essa coisa de “pátria educadora”, ardilosa, dissimuladamente odiosa que quer acobertar desvios e iludir.

Vivemos hoje algumas encruzilhadas educacionais pois sabida e certamente não teremos condições de concluir a contento o Plano Nacional de Educação. Vamos ficar “devendo na caderneta do empório”.
A questão do currículo nacional, com mais certeza é um vôo que vai se estatelar no chão sem condições de cumprimentos pois não há gente preparada para assumir em sala de aula os conteúdos ora propostos, se é que já estão definidos, a toque de caixa e cornetas.
No aspecto/questão salarial dos docentes, nem é bom falar sobre pois prefeituras existem que não querem nem ouvir sobre o assunto porque não têm a mínima condição de aplicar em seus lócus.
A formação e preparação de docentes via licenciaturas e pedagogia vão muito mal, obrigado, em suas mesmices e ranços.
Sai Ministro, entra Ministro e a dança das cadeiras continua como num baile junino, entre espoletas, bombinhas, rojões e busca-pés, tudo sob o adocicado da canjica, revoga portaria e demais normas convulsionando ainda mais o setor que já estava em pé de guerra com a entrada em vigor dessas mesmas normas.
O Fies dá o grito ruidoso dos moribundos em agonia  para estudantes e instituições: salve-se quem puder.
      Lá se vai o barquinho, rio abaixo, repleto de insensatez, total falta de juízo para assunto tão delicado. Uma loucura resultante da falta de bom senso, de ponderação; imprudência.


[1] A nau dos Insensatos é um microcosmos no qual estão representados todos os grupos sociais e categorias humanas: artistas, fracassados incapazes de perdoar seu próprio fracasso, atormentados por não haver defendido o que queriam, pessoas sem moral, otimistas, vaidosos, valentes, etc.

[2] Katherine Anne Porter (15/5/1890 - 18/9/1980) jornalista, ensaísta, romancista e ativista política estadunidense, galardoada com o Prémio Pulitzer de Ficção. Conhecida por sua agudeza de espírito, suas obras lidam com temas sombrios tais como traição, morte e a origem do mal humano.

VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA [1]



Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor Educacional
sinorinironey1@gmail.com
(...) foi o poema de mais longa gestação em toda minha obra.
Vi pela primeira vez esse nome de Pasárgada quando tinha os meus dezesseis anos e foi num autor grego. Mais de vinte anos depois, quando eu morava só na minha casa da Rua do Curvelo, num momento de fundo desânimo, da mais aguda doença, saltou-me de súbito do subconsciente esse grito estapafúrdio:
“Vou-me embora pra Pasárgada!. Lá sou amigo do rei”. Manuel Bandeira

Manuel Bandeira foi um dos gênios da literatura brasileira e nesse poema bem expressou o que milhares de brasileiros desejam, no íntimo, como realização de vida: o sossego, a paz e a tranquilidade, contrariada pelo turbilhão diário de muitos inconvenientes, dissabores, desalentos e sobretudo desencantos da cidade grande.
O poema refere-se a um vindouro distante, repleto de coisas novas, uma espécie de modernidade e de eldorado terreal, um sonho, um desejo como fuga da sua realidade melancólica e da solidão.
Afinal, saindo em direção a Pasárgada deixa-se para trás “o Quinto dos Infernos”, que é onde tudo de ruim acontece: analfabetismo, violência geral, inflação galopante, juros escorchantes, megacorrupção, creche sem vagas, trânsito caótico, ônibus lotados, multas de trânsito a dar com pau, guerra entre torcidas, pancadões na esquina. E dá-lhe infortúnios como greves em setores essenciais, água racionada, preço da energia elétrica lá em cima, árvores caindo em todo lugar, enchente e políticos tripudiando a consciência nacional.
Afora os travos que atravessam o paladar como, se chove, o metrô para ou vai mais devagar (único no mundo!); filas quilométricas para tudo, sempre; poluição fatal; alimentos contaminados e datas de vencimento expiradas, nos supermercados; e da programação de TV pouco se salva, um lixo (ainda não reciclável).
Mas, segundo o sociólogo polonês Zygmunt Bauman [2], as instituições políticas perderam representatividade porque sofrem com um déficit perpétuo de poder. Ele denuncia a perda de referências políticas, culturais e morais da civilização, que desemboca num sentimento de incerteza quanto ao futuro que costuma perpassar de maneira difusa os diferentes estratos sociais.
Há dois fatores que, pelo menos no Brasil, explicam esse desalento. O primeiro é a destruição da confiança, que, entre nós, já atinge quase a totalidade da opinião pública informada. Ninguém mais acredita que partidos e candidatos tenham outro objetivo que não seja o enriquecimento rápido e ilícito. O segundo fator é o preço crescente, em termos econômicos, dos conchavos entre partidos. O custo da multiplicação de ministérios inúteis, de cargos supérfluos, da perda de eficiência, da irracionalidade na aplicação de recursos, da incompetência na escolha e gestão de projetos e do custo das reformas, que não se fazem porque mexem com os interesses dos partidos, beira valores astronômicos. E o sentimento é de decadência.
Comumente, associa-se o conceito de decadência às imagens – e também às realidades – de declínio econômico, de disfuncionalidade política, de regressão social, de queda relativa nos padrões de vida, de desordem institucional, de involução moral, quando não ao caos gerador de conflitos exacerbados. Estes, sim, possíveis gatilhos do colapso de toda uma sociedade, que, felizmente, ainda não soçobrou na anomia e na desorganização, a que são normalmente associadas essas noções de decadência ou de declínio.
O diplomata Paulo Roberto de Almeida [2], ao criar o Pequeno Manual Prático da Decadência (http://diplomatizzando.blogspot.com/2013/04/pequeno-manual-de-decadencia-para-uso.html), estabeleceu dez tópicos para subsidiar diagnósticos de sinais precursores de uma decadência anunciada (não necessariamente percebida). Segundo ele, pode-se saber que um país, ou uma sociedade, está em decadência quando:
1    o sentimento de mal-estar se torna generalizado na sociedade, ainda que possa ser difuso;
2    os avanços econômicos são lentos, ou menores, em relação a outros povos e sociedades;
3    os progressos sociais são igualmente lentos ou repartidos de maneira desigual;
4   a lei passa a não ser mais respeitada pelos cidadãos ou pelos próprios agentes públicos;
5   as elites se tornam autocentradas, focadas exclusivamente no benefício próprio;
6   a corrupção é disseminada nos diversos canais de intermediação dos intercâmbios sociais;
7   há uma desafeição pelas causas nacionais, com ascensão de corporativismos e particularismos;
8   a cultura da integração na corrente nacional é substituída por reivindicações exclusivistas;
9   a geração corrente não se preocupa com a seguinte, nos planos fiscal, ambiental ou outros;
10       ocorre a degradação moral ou ética nos costumes, a despeito mesmo de “avanços” materiais.
Para o Reverendo Hernandes Dias Lopes, “a sociedade brasileira está doente. Suas entranhas estão infectas. Seu mal é grave e crônico. O perigo de morte é iminente. A decadência da sociedade é moral e espiritual. Alcançamos o progresso científico e econômico, mas nossa cultura está moribunda. Conhecemos os segredos da ciência, mas não conhecemos as profundezas abissais do nosso próprio coração. Amealhamos riquezas e despontamo-nos como a sétima economia do planeta, mas nosso povo chafurda num pântano nauseabundo de pecados vis. Temos as maiores reservas naturais do planeta, mas estamos perdendo nosso senso de valores. Agigantamo-nos diante do cenário mundial, mas apequenamo-nos diante do espelho da verdade” (http://hernandesdiaslopes.com.br/).
Novamente é Bauman, um dos pensadores mais eminentes do declínio da civilização, quem nos dá régua e compasso para traçar uma saída: “Sou tudo, menos desesperançoso. Confio que os jovens possam perseguir e consertar o estrago que os mais velhos fizeram. Como e se forem capazes de pôr isso em prática, dependerá da imaginação e da determinação deles. Para que se deem uma oportunidade, os jovens precisam resistir às pressões da fragmentação e recuperar a consciência da responsabilidade compartilhada para o futuro do planeta e seus habitantes” (http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2014/02/bzygmunt-baumanb-vivemos-o-fim-do-futuro.html).
Novamente, eu me repito, sem cansar: o antídoto para esse declínio é a educação transformadora, capaz de criar Pasárgadas, espaços acolhedores, sem distinção de cor, etnia, gênero, classe social, onde a criatividade dê o diapasão de um novo tempo.

[1] Pasárgada, uma cidade da antiga Pérsia, é atualmente um sítio arqueológico na província de Fars, no Irã, situado 87 km a nordeste de Persépolis. Foi a primeira capital da Pérsia Aqueménida, no tempo de Ciro II da Pérsia, e coexistiu com as demais, dado que era costume persa manter várias capitais em simultâneo, em função da vastidão do seu império.
[2] Zygmunt Bauman é professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia. Desde que colocou, em 1999, sua ideia da “modernidade líquida” – uma etapa na qual tudo que era sólido se liquidificou, e em que “nossos acordos são temporários, passageiros, válidos apenas até novo aviso” –, Bauman tornou-se uma figura de referência da sociologia.
[3] Diplomata, mestre em planejamento econômico pelo Colégio dos Países em Desenvolvimento da Universidade de Estado de Antuérpia e doutor em ciências sociais pela Universidade de Bruxelas. Trabalhou como assessor especial no Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

AS ÚLTIMAS PALAVRAS DE STEVEN JOBS CHOCARAM O MUNDO [1]



“Cheguei ao topo do sucesso nos negócios.
Aos olhos dos outros, minha vida tem sido o símbolo de sucesso.
No entanto, além do trabalho, tenho pouca alegria. Finalmente, minha riqueza é simplesmente um fato que estou acostumado.
Neste momento, estou na cama de hospital, lembrando de toda minha vida, percebo que todos elogios e riquezas que estava tão orgulhoso, tornaram-se insignificantes com a iminência da morte.
No escuro, quando vejo a luz verde e escuto o ruído do equipamento de respiração artificial, posso sentir a respiração da morte se aproximar.
Só agora entendo, uma vez que você acumula dinheiro suficiente para o resto de sua vida, devemos seguir outros objetivos que não estão relacionados à dinheiro.
Deve ser algo mais importante.
Por exemplo, histórias de amor, arte, sonhos da infância …
Ao não deixar de perseguir a riqueza, só pode converter uma pessoa em fracassado, assim como eu.
Deus fez de uma forma que possamos sentir amor no coração e não ilusões construídas pela fama ou dinheiro, como fiz em toda minha vida e não posso levar comigo.
Posso levar lembranças que o amor fortaleceu. Esta é a verdadeira riqueza que te acompanhará, lhe dará força e luz para ir em frente.
O amor pode viajar milhares de quilômetros e assim a vida não tem limites.
Vá para onde queira ir. Esforce-se para alcançar seus objetivos. Tudo está em seu coração e em suas mãos.
Qual é a cama mais cara do mundo? A cama de hospital.Se você tem dinheiro, pode pagar alguém para dirigir seu carro, só que não pode pagar alguém para sofrer sua doença.
Os bens materiais perdidos, podem ser encontrados. Existe uma coisa que você não pode encontrar quando perde: a vida.
Seja qual for a fase da vida em que estamos agora, no final, teremos de enfrentar o dia quando a cortina abaixa.
Por favor, valorize seu amor pela família, o amor por seu companheiro(a) e amor pelos amigos …
Trate-se bem e cuide do próximo”.                                               Steve Jobs

[1] Steven Paul Jobs (São Francisco, Califórnia, 24 de fevereiro de 1955Palo Alto, Califórnia, 5 de outubro de 2011) foi um inventor, empresário e magnata americano no setor da informática. Notabilizou-se como co-fundador, presidente e diretor executivo da Apple Inc. e por revolucionar seis indústrias: computadores pessoais, filmes de animação, música, telefones, tablets e publicações digitais. Além de sua ligação com a Apple, foi diretor executivo da empresa de animação por computação gráfica Pixar e acionista individual máximo da The Walt Disney Company. Morreu aos 56 anos de idade, devido a um câncer pancreático.

OS 12 DEFEITOS INSUPORTÁVEIS DOS BRASILEIROS



 Alguém teve coragem de listar algumas coisas que, cada um avalia como quiser, não deixa de ser uma curiosidade que pode levar a uma reflexão de nossos defeitos e de nossas virtudes. Espero que ninguém se ofenda, é apenas uma curiosidade, certa ou errada, cada um avalia. A verdade que esse mito de um povo pacato etc. é mera quimera.

CURIOSIDADES

Se você me perguntasse qual o melhor país do mundo, sem dúvida, responderia Brasil. A resposta seria a mesma se perguntasse sobre o povo. Os brasileiros são incríveis, além de únicos, pois entre os povos que habitam esse planeta, os brasileiros são os mais acolhedores. Entretanto, certos comportamentos, melhor dizendo, características do nosso povo são extremamente irritantes.
Talvez sejam resultados de fatos históricos, talvez seja resultado dessa cultura tão miscigenada…. não dá para saber ao certo de onde provém esses defeitos mas estão presentes do norte ao sul do país. Não que sejam exclusividades brasileiras, apesar de que nas terras tupiniquins pareça muito mais acentuado que em outros lugares. Veja a lista e dê sua opinião:

12. Brasileiro reclama de tudo e não resolve nada
Reclamação vem do latim reclamatione, que designa o ato de “desaprovação manifestada por gritos”, e do verbo reclamare (reclamar) que significa exigir ou reivindicar. Essa, sem sombras de dúvida, é a atitude mais adorada e praticada pelos brasileiros. Nosso povo reclama de tudo!
Apesar do abuso desse ato, o problema não está em reclamar: o problema está em apenas reclamar. Não existe o hábito do segundo passo por aqui. A pessoa reclama, xinga muito no Twitter e fica por isso mesmo. A parte mais importante, que seria achar a solução para reclamação, simplesmente é abandonada, transformando a atitude de reclamar em algo totalmente inútil.
11. Brasileiros são um bando de maria-vai-com-as-outras
A explicação para o excesso de reclamação e para a falta de reação já virou estudo aqui no Brasil. O resultado não apresentou nenhuma novidade: O brasileiro não tem o hábito de protestar no cotidiano. A corrupção dos políticos, o aumento de impostos, o descaso nos hospitais, as filas imensas nos bancos e a violência diária só levam a população às ruas em circunstâncias excepcionais. Por que isso acontece? A resposta a tanta passividade pode estar em um estudo de Fábio Iglesias, doutor em Psicologia e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB). Segundo ele, o brasileiro é protagonista do fenômeno “ignorância pluralística”, termo cunhado pela primeira vez em 1924 pelo americano Floyd Alport, pioneiro da psicologia social moderna.
“Esse comportamento ocorre quando um cidadão age de acordo com aquilo que os outros pensam, e não por aquilo que ele acha correto fazer. Essas pessoas pensam assim: se o outro não faz, por que eu vou fazer?”, diz Iglesias. O problema é que, se ninguém diz nada e conseqüentemente nada é feito, o desejo coletivo é sufocado. O brasileiro, de acordo com Iglesias, tem necessidade de pertencer a um grupo. “Ele não fala sobre si mesmo sem falar do grupo a que pertence.”
Iglesias começou sua pesquisa com filas de espera. Ele observou as reações das pessoas em bancos, cinemas e restaurantes. Quando alguém fura a fila, a maioria finge que não vê. O comportamento-padrão é cordial e pacífico. Durante dois meses, ele analisou o pico do almoço num restaurante coletivo de Brasília. Houve 57 “furadas de fila”. “Entravam como quem não quer nada, falando ao celular ou cumprimentando alguém. A reação das pessoas era olhar para o teto, fugir do olhar dos outros”, afirma. O aeroviário carioca Sandro Leal, de 29 anos, admite que não reage quando vê alguém furar a fila no banco. “Fico esperando que alguém faça alguma coisa. Ninguém quer bancar o chato”, diz.
Iglesias dá outro exemplo comum de ignorância pluralística: “Quando, na sala de aula, o professor pergunta se todos entenderam, é raro alguém levantar a mão dizendo que está com dúvidas”, afirma. Ninguém quer se destacar, ocorrendo o que se chama “difusão da responsabilidade”, o que leva à inércia.
Mesmo quem sofre uma série de prejuízos não abre a boca. É o caso da professora carioca Maria Luzia Boulier, de 58 anos. Ela já comprou uma enciclopédia em que faltava um volume; pagou compras no cartão de crédito que jamais fez; e adquiriu, pela internet, uma esteira ergométrica defeituosa. Maria Luzia reclamou apenas neste último caso. Durante alguns dias, ligou para a empresa. Não obteve resposta. Foi ao Procon, mas, depois de uma espera de 40 minutos, desistiu de dar queixa. “Sou preguiçosa. Sei que na maioria das vezes reclamar não adianta nada”, afirma.
O “não-vai-dar-em-na-da” é um discurso comum entre os “não-reclamantes”. O estudante de Artes Plásticas Solano Guedes, de 25 anos, diz que evita se envolver em qualquer situação pública. “Sou omisso, sim, como todo brasileiro. Já vi brigas na rua, gente tentando arrombar carro. Mas nunca denuncio. É uma mistura de medo e falta de credibilidade nas autoridades”, afirma.
A apatia diante de um escândalo público também é freqüente no Brasil. Nas décadas de 80 e 90, o contador brasiliense Honório Bispo saiu às ruas para lutar pelas Diretas Já e pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Caso que apenas se concretizou pelo massivo uso da imprensa. Estudiosos acreditam que o Impeachment nunca aconteceria se a mídia não colocasse no ar o ataque massivo ao presidente: 10 das 24 horas de programação das emissoras nas semanas anteriores ao ato divulgavam a  ideia das Diretas Já e Impeachment.
O estudo da UnB constatou que a “cultura do silêncio” também acontece em outros países. “Portugal, Espanha e parte da Itália são coletivistas como o Brasil”, afirma o psicólogo. Em nações mais individualistas, como em certos países europeus e a vizinha Argentina, o que conta é o que cada um pensa. “As ações são baseadas na auto-referência”, diz o estudo. Nos centros de Buenos Aires e Paris, é comum ver marchas e protestos diários dos moradores. A mídia pode agir como um desencadeador de reclamações, principalmente nas situações de política pública. “Se o cidadão vê na mídia o que ele tem vontade de falar, conclui que não está isolado”, afirma o pesquisador.
O antropólogo Roberto DaMatta diz que não se pode dissociar o comportamento omisso dos brasileiros da prática do “jeitinho”. Para ele, o fato de o povo não lutar por seus direitos, em maior ou menor grau, também pode ser explicado pelas pequenas infrações que a maioria comete no dia-a-dia. “Molhar a mão” do guarda para fugir da multa, estacionar nas vagas para deficientes ou driblar o engarrafamento ao usar o acostamento das estradas são práticas comuns e fazem o brasileiro achar que não tem moral para reclamar do político corrupto. “Existe um elo entre todos esses comportamentos. Uma sociedade de rabo preso não pode ser uma sociedade de protesto”, diz o antropólogo.
O sociólogo Pedro Demo, autor do livro Cidadania Pequena s (ed. Autores Associados), diz que há baixíssimos índices de organização da sociedade civil – decorrentes, em boa parte, dos também baixos índices educacionais. Em seu livro, que tem base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o sociólogo conclui que o brasileiro até se mobiliza em algumas questões, mas não dá continuidade a elas e não vê a importância de se aprofundar. Um exemplo é o racionamento de energia ocorrido há doze anos: rapidamente as pessoas compreenderam a necessidade de economizar. Passada a urgência, não se importaram com as razões que levaram à crise. Para o sociólogo, além de toda a conjuntura atual, há o fator histórico: a colonização portuguesa voltada para a exploração e a independência declarada de cima para baixo, por dom Pedro I, príncipe regente da metrópole. “Historicamente aprendemos a esperar que a decisão venha de fora. Ainda nos falta a noção do bem comum. Acredito que, ao longo do tempo, não tivemos lutas suficientes para formá-la”, diz Demo.
A historiadora e cientista política Isabel Lustosa, autora da biografia Dom Pedro I, um Herói sem Nenhum Caráter (ed. Companhia das Letras), acredita que os brasileiros reclamam  mas têm dificuldades de levar adiante esses protestos sob a forma de organizações civis. “Nas filas ou mesas de bar, as pessoas estão falando mal dos políticos. As seções de leitores de jornais e revistas estão repletas de cartas de protesto. Mas existe uma espécie de fadiga em relação aos resultados das reclamações, especialmente no que diz respeito à política.” Segundo Isabel, quem mais sofre com a falta de condições para reclamar é a população de baixa renda. Diante da deterioração dos serviços de educação e saúde, o povo fica sem voz. “Esses serviços estão pulverizados. Seus usuários não moram em suas cercanias. A possibilidade de mobilização também se pulveriza”, diz.
Apesar das explicações diversas sobre o comportamento passivo dos brasileiros, os estudiosos concordam num ponto: nas filas de espera, nos direitos do consumidor ou na fiscalização da democracia, é preciso agir individualmente e de acordo com a própria consciência. “Isso evita a chamada espiral do silêncio”, diz o pesquisador Iglesias. O primeiro passo para a mudança é abrir a boca.
10. Brasileiro acha que a vida é resumida em futebol, fofoca, carnaval, cerveja e putaria
Oito em cada dez brasileiros tem o assunto do seu dialogo com outrem resumido nesses termos. Quando não está falando de futebol, está falando de sexo ou fofocando ou falando do quanto bebeu no final de semana e vice-versa. Qualquer tema que saia dessa esfera é rejeitado pela maioria, exceto, se o tema for inicio de um reclamação coletiva (do tipo que não vai dar em nada). Não é de estranhar que a definição do Brasil seja “o país do futebol e do carnaval”.
Tanto a filosofia quanto a Psicologia e a Sociologia explicam que essas paixões comprometem o intelecto humano. Tal como um homem apaixonado pela sua amada, o ser apaixonado não pensa, somente age de acordo com suas emoções. Os brasileiros dão provas que essas paixões os transformam em verdadeiros “trouxas”, entre os quais podemos destacar os seguintes fatos decorridos dessa passionalidade:
Ronaldinho Gaúcho ganhando medalha Machado de Assis da Academia Brasileira das Letras;
Bruna Surfistinha virando best-seller e depois blockbusters;
Brigas de torcidas;
Brigas anuais nas apurações das campeãs do Carnaval;
Pelé sendo reconhecido como um dos maiores brasileiros de todos os tempos pela Times;
Pesquisas mostrando que brasileiro gasta mais com cerveja do que com Educação;
Xvideo como o vigésimo segundo site mais acessado do Brasil, perdendo apenas para sites de funções essenciais(como Google e sites de bancos) e para redes sociais.
Muito se pergunta se o Brasil poderá suportar seu crescimento diante de pensamento tão rudimentar. Existe uma estimativa construída em cima das pesquisas realizadas pelo IBGE que diz que provavelmente daqui a 5 anos o Brasil venha a atingir índices de países de primeiro mundo em diversas áreas. Porém, como comportar tamanho avanço se a cultura brasileira continua a mesma? É por esse motivo que a entrada de estrangeiros no nosso mercado de trabalho cresce a cada dia. Importar “cabeças-pensantes” é lucrativo para empresas já que aqui as cabeças estão ocupadas com outros pensamentos. Enquanto os gringos buscam soluções para os setores da indústria e da sociedade, nós continuamos com a imaturidade de apoiar nosso micro-universo na preocupação com nossos times de futebol e quantos dias de folga vamos pegar no carnaval. A carência de ambição e a passividade diante do que precisa ser feito converte a maior parte dos brasileiros em cartas fora do baralho do setor industrial quando o assunto exige dedicação e disciplina.
9. Brasileiro gosta da hipocrisia
“Sem as pequeninas hipocrisias mútuas nos tornaríamos intoleráveis uns para os outros”. A frase é atribuída ao filósofo alemão Emanuel Wertheimer, coincidindo com as práticas gerais do mundo até nas grandes hipocrisias, como freqüentemente chega ao nosso conhecimento por meio das manchetes diárias. Há milênios condenada pela sociedade, a Hipocrisia se encontra presente, acompanhando o Homem desde do seu engatinhar pela superfície terrestre. Sua definição é difícil de lidar e sua complexidade é relevante, já que, em certas situações, o que parece hipocrisia, na verdade não é.
“Impostura, fingimento, simulação, falsidade”. Dessas quatro facetas ligadas à definição da hipocrisia provavelmente a menos conhecida é a impostura, como “artifício para iludir, embuste, vaidade ou presunção extrema”. De qualquer maneira, o que se ressalta aí é a presença da mentira. No caso da hipocrisia, a mentira social por excelência.
O conceito mais comum de hipocrisia, conceito qual iremos adotar aqui para discutir a situação brasileira, seria o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias, devoção, comportamento e sentimentos para alcançar o apreço publico, mesmo sendo o acusador vítima da sua própria crítica. Ou seja, o assassino que condena o homicídio, o funkeiro que critica a música ruim do Latino, o analfabeto que reclama da falta de leitura do povo.
Brasileiro adora uma boa hipocrisia. São tantos os exemplos para provar essa ultima afirmação que até fiquei em dúvida sobre qual deveria escolher. Optei pelo mais conhecido: Brasileiros versus emissoras de TV. Não deve ser novidade para ninguém que o Brasileiro critica e repudia programas de TV os quais assiste. BBB, o maior exemplo de hipocrisia brasileira, mostra a real face desse povo: de um lado, pessoas engajadas, criticando, dizendo para os outros não assistirem o programa. De outro, um dos programas com uma das maiores audiências da era dos “reality shows”. Nem é preciso ser especialista comportamental para saber que alguém está mentindo nessa história, ou precisa? De maneira semelhante temos o Zorra Total, o programa mais odiado pelo público brasileiro e líder de audiência do seu horário. Oras, de onde provém essa controvérsia senão da mentira e falsidade de alguns que condenam diante do olhar alheio mas, no aconchego do seu lar, passa parte do seu tempo livre assistindo esses programas.
Além dessa hipocrisia direta temos a hipocrisia indireta. Assumindo o mesmo exemplo anterior, podemos dizer que é um hipócrita de forma indireta aquele que reclama de quem assiste BBB, alegando que o último é um programa sem caráter cultural, contudo, não perde o jogo de futebol de quarta a noite ou mesmo, faz questão de assinar um canal de TV exclusivo de Futebol. São dois lados de uma mesma moeda.

8. Brasileiro não sabe lidar com o politicamente correto e politicamente incorreto
Quem tem boa memória e passa algumas horas do seu dia na frente do computador deve lembrar do caso do Stand Up do Rafinhas Bastos ano passado. Durante um dos seus shows, Rafinha resolveu utilizar do humor negro extreme nonsense, típico dele, fazendo uma piadinha um tanto sem graça sobre o estuprador fazer um favor à uma feia quando a estupra.
Quando essa notícia se espalhou foi o caos. Todo mundo condenou o humorista. Foi um tal de “esse cara tem que ser preso” para lá e um “que absurdo, é o fim do mundo” para cá.
Algum tempo depois, começou o novo BBB e aconteceu o  tal “estupro”. O que você pensa que o povo brasileiro fez? Criticou? Não, pelo contrário, ele brincou com a situação, fazendo piadinhas sobre o ocorrido. O politicamente correto foi esquecido, o que leva ao pensamento que aqui no Brasil parece que ele é de lua, ou vem por estação…. não dá para definir. Em certa hora o brasileiro desaprova, condena, critica tal ato incorreto, em outra, pratica e apoia.
7. Brasileiro tem o pé no extremismo para babaquices
Fanatismo ideológico é o estado psicológico que caracteriza qualquer pessoa como idiota. O Fanático é irracional, inflexível, persistente e teimoso. Sua natureza irregular, baseada em paixões, leva a paranoias e gera preconceitos e agressividade com quem discorda de seus valores e crenças. Nos países árabes, esse estado é bastante comum por causa da religião. Em alguns países europeus, extremismo e fanatismo se misturam na busca de alguns grupos por liberação de certos estados de seus países. Já aqui no Brasil…. bem, aqui é uma coisa inexplicável. Brasileiro adota o fanatismo para as coisas mais idiotas, por exemplo:
Defender partidos políticos ( PT e PSDB é tudo farinha do mesmo saco, mermão!)
Defender crenças religiosas ( Evangélico conservador que paga dízimo para pastor e se acha no direito de julgar a vida de todo mundo)
Brigar por times de futebol ( Enquanto você briga, eles recebem um salário gordo e riem da sua cara de otário)
Arrumar confusão por causa de celebridades, atores, atrizes, músicos ( Familia Restart é o cacete da Maria João! Lady Gaga não canta, apenas troca de roupa! Justin Bieber fez sucesso apenas por causa do cabelo! Tarantino é uma farsa! Chorem mimimimi…)
Esses são exemplos somente de uma pequena fração de todos os tipos de fanatismos babacas verde e amarelo. Deveria existir um projeto de lei que classificasse as pessoas por grau de idiotice fanática. Quem fosse reprovado deveria ser jogado, de imediato para evitar a contaminação aos demais, na Ilha de Queimada Grande para servir de alimento para as cobras do local.
6. Brasileiro não admite a própria culpa
“A culpa é minha e eu coloco ela em quem eu quiser” uma das famosas frases de Homer Simpson faz total sentido nessa republica. Segundo International Stress Management Association – em pesquisa com mais de com 1 000 profissionais – praticamente metade dos brasileiros analisados (47%) apresentam um comportamento agressivo quando algo dá errado e tende a negar a participação no erro. Percentual altíssimo se comparado aos países orientais e alguns europeus, os quais não ultrapassam os 14%.
Já faz parte da nossa cultura colocar a culpa nos outros. Não unicamente no trabalho mas em tudo que estamos envolvidos. O Brasil não funciona é culpa dos políticos e não nossa e do nosso voto e apatia frente a tanta corrupção. Enchetes ocorrem por causa do acumulo de lixo nos bueiros e a culpa é do El nino. Para tudo há sempre um bode expiatório.
Um exemplo clássico disso é a falta de leitura dos brasileiros atribuída aos preços dos livros. O Brasileiro consumiu a média 120 litros de cerveja por habitante em 2010.  A estimativa é que ultrapasse a marca de 15 bilhões de litro de cerveja em 2012 segundo a Sindicerv. Acredita-se que o gasto do brasileiro de classe C2 a B2 seja de R$ 360 reais anuais. O estudo da CBL (Camara Brasileira dos Livros) mostra que o brasileiro lê em média 1,8 livros/ano e os livros mais comprados no nosso mercado tem preço em torno de 35 reais. Desse modo, assumindo todos esses fatos, fica claro que a falta de leitura do brasileiro vem pela ausência de vontade. Oras, comprar R$ 360 reais de cerveja pode mas gastar R$ 35 reais com um livro é muito caro? Eita “paísinho”….
5. Brasileiro não sabe resolver um problema de cada vez
Eis que existe um problema que incomoda muita gente e que ninguém nunca mexeu um dedo para solucionar. Certo dia, um brasileiro resolve sair do seu estado apático e coloca a mão na massa. Consegue um percentual razoável de apoio para sua idéia e ela começa a evoluir até que se torna popular. Nesse momento, o outro lado dos brasileiros apresenta-se: o de querer resolver tudo de uma vez só.
Você apresenta uma proposta para reduzir os impostos da importação de produtos e aparece sujeito dizendo que “enquanto perdemos tempo querendo diminuir os impostos, políticos roubam verbas em Brasília”. Você apresenta uma proposta para acabar com a violência nos esportes e aparece um brasileiro dizendo que “enquanto perdemos tempo querendo cessar a violência nos esportes, faltam medicamentos nas farmácias populares”. PORRA! Mas que diabos esse sujeito estava fazendo que não tomou a iniciativa para resolver esses problemas…. ficou esperando alguém tomar a iniciativa para resolver outro problema que não tem nada a ver com aquele que ele exalta para ficar reclamando. E assim, ninguém nunca resolve nada! Achar que tudo pode ser resolvido de uma só vez é um pensamento de babaca que leva ao fracasso. Se você acha que tal problema não é prioridade, faça a sua campanha para resolver o problema que você considera principal e não fique criticando quem está tentando melhorar o nosso país.
4. Brasileiro acha que os EUA é o melhor em tudo
Você deve conhecer algum brasileiro que foi para os EUA e voltou para a nossa amada terra parecendo um robozinho defensor do Tio Sam, ou não?  Eu conheço muitos. Sujeito vai para o exterior, principalmente para os EUA, e volta desdenhando tudo.
Esse hábito é de visitar o exterior e adotar o lado do extremo-negativo quando volta é típico de brasileiro. Comparações que, por muitas vezes, não fazem qualquer sentido, como as reclamações por não haver aqui um fast-food em cada esquina.
O que brasileiro tem que compreender é que cada país é um país. São culturas diferentes, são histórias diferentes, são povos diferentes. Você adotar o que há de positivo lá fora e implantar aqui é ótimo. Ruim é você ver o que há de positivo lá fora para ficar desdenhando o que há de simples por essas bandas.
3. Brasileiro é o câncer da Internet
A raça mais odiada da Internet tem nome: Brasileiros. Não é questão de xenofobia, o repúdio dos brasileiros por outros povos na Internet é pela total falta de postura e ética nossa no meio virtual. O comportamento baderneiro incomoda muitos povos, por isso que os brasileiros tem seu acesso restrito em diversos MMORPG, fóruns, sites, redes sociais, entre outros. Somos o povo mais irritante e troll da Internet.
O Orkut e Facebook são exemplos disso. Quando o Orkut era febre nos outros países, tudo era muito organizado, até que os brasileiros colocaram os pés nas terras googleanas. Foi um deus nos acuda, tamanha a bagunça que a rede virou. As comunidades de idioma inglês foram invadidas pelos brasileiros que começavam a falar em português no meio de debates em inglês. Os gringos irritados com tanta bagunça mudaram para o Facebook. E assim foi até que os brasileiros migraram para o Facebook e o abrasileiraram ( leia-se Orkutizaram). O reflexo dessa mudança canarinho já foi demonstrado na ultima pesquisa de ingresso e saída da empresa que mostram a migração dos gringos para redes sociais alternativas. A invasão brasileira acabou se tornando ameaças para essas empresas da web por representarem grandes baixas nos países onde a empresa já possui determinado sucesso, levando a mesma proibir a nossa entrada com o intuito de manter o negócio.
Brasileiro enche essas redes de spam, de gifs que brilham, de páginas de humor, de páginas de putaria… compartilham qualquer coisa a qualquer tempo. Embora não exista nenhum Código de Ética para Internet, o bom senso deve estar sempre presente. Assim, compartilhar no Facebook, por exemplo, a foto de um gato esquartejado ou algo do gênero não é legal, todo mundo sabe disso, exceto a massa brasileira.
De modo parecido os brasileiros invadem os MMORPG’s. Em semanas eles destroem com os servers. Talvez devido a nossa natureza corrupta, corrompemos tudo que tocamos. E daí surge os BOTS, hacks, cheats e tantos outros mecanismos para obter vantagens sobre os outros que nós inventamos e que fazem os jogos perderem toda a graça.
Espero que com o tempo nós percebamos o quanto somos inconvenientes e irritantes, adquirindo uma postura mais sensata antes que sejamos expulso de tudo que é canto da web.
2. Brasileiro não sabe a própria Língua
A Educação no Brasil é lastimável, isso não é segredo para ninguém. Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que para  2.773 entrevistados (27,3% ), que avaliaram nosso sistema educacional, não houve mudanças na qualidade do ensino e quase um quarto (24,2%) acredita que o sistema piorou. Já o IBGE mostrou no seu estudo de 2011 que apenas 11% dos brasileiros conseguiram concluir o ensino superior ( percentual baixo se analisarmos outros países, tais como Russia (54%) , Cuba (92%), Chile (24%)).
Apesar dos pesares, com toda essa estrutura educacional precária, ainda é inexplicável o domínio débil do brasileiro sobre a sua língua. Não estou me referindo ao domínio completo – compreendendo todas aquelas regras exageradas e chatas -, estou dizendo do “basicão”.
Você leitor deve estar pensando que isso é resultado da falta de investimento do governo, ou não? Logicamente, essa é uma das possíveis causas, contudo, não é a única. Existem outras causas para explicar as anomalias do nosso sistema educacional, como a pesquisa feita por uma das principais empresas de contratos de estágio do país, que constatou no primeiro semestre de 2011 que  nem mesmo os graduando de jornalismo dominam a língua. Através de um ditado de 30 palavras, a empresa verificou que o índice de erro ficou na média 1/3 das palavras.
Esse defeito pode ser verificado em todas as áreas, desde das melhores escolas particulares até mesmo no próprio Sistema Judiciário.
Percebeu leitor? Estamos falando do topo da escala financeira e não um bando de pobre coitado que não tem aonde cair morto. Os grandes nomes da Língua Portuguesa do país, como o autor do livro “Preconceito Linguístico” Marcos Bagno, afirmam que a explicação para esses acontecimentos é mais simples do que parece:o completo desinteresse do povo por sua Língua devido a dificuldade que a mesma apresenta;a ausência do hábito da leitura.
Por esse e outros motivos, nesse país, a Língua virou arma de manipulação e fator gerador de preconceito.
1. Brasileiro adora dar reconhecimento para quem não merece
Quantas vezes você viu uma homenagem para o Carlos Chagas no horário nobre da TV? Releia a pergunta e substitua “Carlos Chagas” por Pelé e mentalize  a resposta. No Brasil, quanto mais você faz pela sociedade, menos reconhecimento você tem dela. Em contrapartida, quanto menos você faz, maior notoriedade tem o seu trabalho. Assim temos cientistas, pesquisadores, juízes, médicos, engenheiros, bombeiros, policiais, professores, entre outros, que dedicam a sua vida em prol de todos e tem reconhecimento zero pela sociedade. Muitos deles sequer recebem um salário justo.
Já quem não faz nada pela sociedade, como atletas – principalmente jogadores de futebol – , artistas, atores, músicos, mulheres de bundas grandes e perfeitas, entre outros que exercem uma “profissão” que não presta qualquer serviço para o bem comum, somente beneficiando aos próprios, além de receber salários altíssimos, são ovacionados pelo público.
Esse hábito não é exclusivamente brasileiro, boa parte dos países ocidentais, em especial aqueles que importam a cultura americana, se comportam dessa maneira. Esse culto as celebridades e o total descaso com quem realmente faz acaba gerando a insatisfação da maior parte das pessoas cultas seja aqui ou em qualquer parte do mundo. Como as pessoas com considerável grau intelectual são minorias, tal comportamento se espalha feito vírus, recebendo o apoio das mídias. Cabe a você e eu, que temos consciência desse tumor, espalhar nossa ideologia e derrubar essa idolatria e admiração aos falsos feitores originada da ignorância humana.
Envie por e-mail. Deixe seu comentário sobre o texto. Porém peço que faça diferente: ao invés de reclamar e falar sobre outros possíveis defeitos dos brasileiros, indique a solução.