Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor Educacional
roney.signorini@superig.com.br
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Com o
título “Dilma: faculdade comunitária
interioriza ensino superior” a
sucursal do Estadão em Itajaí(SC) relata a presença da presidente na
quarta-feira, 26, no teatro da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) em
solenidade revestida de tons eleitoreiros, como de hábito da mandatária.
Enchendo a
bola das Comunitárias, Dilma saiu com a afirmação de que elas favorecem a
interiorização do ensino superior e que “Se não fossem essas vagas, muitos
brasileiros não teriam condições financeiras para se formar nas capitais.”(?)
Gap de comunicação : Itajaí (180 mil hab.) ainda não é Capital.
Gap de comunicação : Itajaí (180 mil hab.) ainda não é Capital.
O que fica
a desejar na reportagem é a não citação do real motivo que levou a presidente
até aquele campus, sugerindo ter ido até lá para ser cumprimentada por reitores
pelo motivo da criação da Lei 12.881, assinada no começo de novembro e pela
qual as instituições comunitárias de educação superior são qualificadas a
receber recursos orçamentários e participar de editais reservados para
instituições públicas.
Com isso
ficam estabelecidas as diferenças e as distâncias dos cursos privados que na
região sobrevivem a duras penas.
Com tal
medida mais uma colher de cal foi lançada sobre as PMIES pois a maioria das
Comunitárias no País estão em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Pizza grande.
Conforme a
reportagem, além da Univali, há 13 outras no Estado e que 70% dos catarinenses que
frequentam faculdades estão nas Comunitárias. Ou seja, PMIES, requiescant in
pace (descansem em paz).
Assim, o
que já estava difícil para as particulares agora talvez fique impossível. Isso
me lembra comercial de TV quando dois irmãozinhos disputavam o saquinho de
jujuba e o mais velho dizia “Um pra você e dois pra mim”. Pela iniciativa ficou:
um pra mim e nenhuma pra você.
A presidente, por certo,
ignora(va) ao assinar aquela Lei que estava(ria) sepultando as pequenas e
médias IES que representam uma enorme alavanca no ensino interiorizado do País,
e que a ABMES, por seu presidente Gabriel Rodrigues, estabeleceu uma
extraordinária ação para apoiá-las como plataforma da gestão.
Para ele, é grande a expectativa em relação à colaboração das instituições associadas e não associadas: “espero que participem da pesquisa para legitimar o projeto/ carro-chefe da atual gestão e também para oferecer subsídios ao Plano de Ação para as PMIES que a nossa entidade pretende coletivamente construir e implementar”.
Para ele, é grande a expectativa em relação à colaboração das instituições associadas e não associadas: “espero que participem da pesquisa para legitimar o projeto/ carro-chefe da atual gestão e também para oferecer subsídios ao Plano de Ação para as PMIES que a nossa entidade pretende coletivamente construir e implementar”.
Está com a palavra Cecília Rocha Horta ao afirmar que “Sabe-se, porém, que as PMIES estão localizadas, na
sua maioria, em locais em que o Poder Público não está e/ou está precariamente
presente. Os responsáveis pela criação dessas instituições são em geral
educadores – forças vivas locais – que se organizam visando não só oferecer
ensino superior aos estudantes da região, que não podem frequentar as escolas
dos grandes centros, como também viabilizar, de forma expressiva, a
interiorização da educação no país.
De acordo com os dados do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep/MEC), ano base 2011, as PMIES com até 2.000 alunos representam 71,17% do
total de instituições privadas do país, são responsáveis por 17% das matrículas
e por 27,3% do total de cursos. Apesar das dificuldades e obstáculos, as PMIES
contribuem para a formação de pessoal de nível superior, empregam professores e
auxiliares de administração escolar, movimentam o comércio e o mercado de
trabalho por meio da qualificação de mão de obra para atender às demandas
locais e regionais.
O lado ruim da história é que o
Ministério da Educação (MEC), com base
nos indicadores de avaliação – que ignoram a especificidade e a heterogeneidade
do sistema educacional –, penaliza duramente as instituições, e de forma
especial as PMIES, com cortes de vagas, desligamento de programas de apoio
financeiro ao aluno, arquivamento de processos de cursos em tramitação,
fechamento de cursos, dentre outras medidas.”.
O diretor do SEMESP e sócio do
Instituto Expertise também tem sua avaliação: Rodrigo Capelato observa que as
PMIES são estratégicas para a economia do país, para a economia local, para a
interiorização do ensino e para garantir a diversidade da oferta de cursos
superiores nas regiões em que ensino público não chega. No entanto, adverte: “O
Brasil precisa de políticas públicas para que as PMIES possam se tornar
competitivas”.
De fato, as particulares são os
náufragos da “Nau dos Insensatos” e só resta remar, e remar, e remar sem prazo
de validade dos remos e do barco.
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