quarta-feira, 15 de julho de 2015

Duas Bombas no Colo Educacional



Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor Educacional
roney.signorini@superig.com.br

Na terça-feira(9) Raphael Kapa pelo O Globo explodiu uma bomba com a matéria tratando do Contrato de Professora no ano de 1923, em São Paulo, que proibia casar, ir em sorveterias e andar com homens.
Ele se referia a um artigo da historiadora Jane Soares de Almeida em cujo trabalho a pesquisadora fala sobre a transformação da profissão de professores e da inserção das mulheres no cargo e suas restrições.
Na época, a Escola Normal( modalidade de educação pós-ginásio, equiparada ao colégio {Científico e Clássico}, se tornou bastante procurada pelas jovens paulistas oriundas não apenas da classe média, mas também das famílias mais abastadas do estado por oferecer a oportunidade de prosseguimento de estudos. Para a admissão na escola era exigida a verificação da idade, da saúde, da inteligência e personalidade, fato que demonstra a elitização do curso no período, nos rastros de uma política educacional bastante autoritária. Para as moças era ainda necessário apresentar autorização do pai ou do marido no ato da matrícula, escreveu Jane.
Por absurdo, isso há 92 anos, o contrato mostra uma rigidez caso algumas de suas regras fossem descumpridas. A primeira delas é clara: `Não se casar. Este contrato ficará automaticamente anulado e sem efeito se a professora se casa`.
E continua: Não andar na companhia de homens. Viagens também não eram permitidas sem autorização e passeios pelas sorveterias da cidade eram proibidos. Consumo de cigarro, uísque, vinho ou cerveja configurava como quebra de contrato imediato.
“Apesar das expectativas alvissareiras da ordem e do progresso do século XX, a higiene, a moralidade e religiosidade, a pureza, os ideais de preservação da raça, da sobrevivência social, estamparam no sexo feminino seu emblema de manutenção da sociedade tradicional e as mulheres continuaram sendo submetidas a padrões comportamentais que serviram para impor barreiras à sua liberdade, autonomia e principalmente sobre a sexualidade”, escreveu Jane.

A outra bomba vem de Minas: Juliana Baeta na quinta-feira (11), pelo IG relata que as professoras de inglês Janiele Paula, de 22 anos, e Daniella Ferreira, de 24, se conheceram no trabalho há oito anos e, sempre que se encontravam, demonstravam tanto carinho uma pela outra que acabaram se tornando próximas, mesmo nos poucos encontros que tinham. Mas o abraço forte no fim de cada reunião era ansiosamente aguardado.
Ambas viajaram separadamente para fazer um intercâmbio e em julho do ano passado resolveram, quando chegaram, contar suas experiências. exato momento que elas entenderam também que o que sentiam um pela outra não era só amizade.
“Desde então estamos juntas e em janeiro deste ano oficializamos nossa relação de um modo diferente, no Rio. Assim, vimos nossas histórias se cruzando mais uma vez e de modo mais forte. Mas não pense que tudo se ajeitou facilmente de julho pra cá, os altos e baixos foram bem presentes, mas nosso desejo de viver o que sentimos juntas fez com que os caminhos se abrissem. Fez com que quiséssemos viver nosso amor”, conta Janiele.

Hoje, 11, o portal da Folha Uol traz notícia do Congresso onde bancada evangélica faz manifestação contra parada gay e reza pai-nosso no plenário da câmara.
Ou seja, a coisa sempre esteve brava porque nunca deixarão de existir os sectários, os retrógrados, os intransigentes e os que com a força bruta querem mover o mundo.

Nenhum comentário: