terça-feira, 11 de novembro de 2014
Desvios comunicacionais na educação
Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor Educacional
roney.signorini@superig.com.br
Há alguns dias li um texto de Lenio Luiz Strek que comentava sobre o “louco de palestra”, sorvido de uma matéria publicada pela revista Piauí com a chancela de André Czarnobai, ambos cobertos de razões, considerando agora outro excelente artigo do economista Gustavo Ioschpe, publicado pela Veja de 8/11/14 com o título Estamos acabando com o país. O artigo tinha como pano de fundo uma palestra que ele proferiu no Rio de Janeiro.
Foi fácil me transportar para a palestra de Gustavo vendo à frente os “loucos de palestras”, ou melhor, os que querem ocupar o lugar do palestrante interferindo com as mais inoportunas e absurdas intervenções.
E foi o que se deu quando chegaram as perguntas do público assistente, em sua maioria professores, repetindo perguntas com o sufrágio reducionista, para não dizer alienado, todos falando em qualidade de ensino pela linguagem, matemática e ciências, conhecimentos avaliados pela Prova Brasil, Enem e Pisa, quando a função da educação transpassa os simplismos dessas colocações. Outras posturas de igual magnitude na formação dos jovens, crítica e conscientemente, são imperativos para um comprometimento nacional. Mas, não, perdeu-se ótima oportunidade para justamente trazer ao debate questões que estão minando cabecinhas e cabeções quando o Muro de Berlim foi ao chão, estatelado, em pó. E conforme Gustavo, ainda tem muita gente sonhando em descer a Sierra Maestra com algum parente de Che, dadas as mãos.
Gustavo não se deixa vergar mas que está(va) irado isso é bem visível e aliando inaceitação com revolta disparou: “Longe de ser exceção, essa dinâmica é a regra: escolas e universidades de entidades privadas, algumas inclusive com fins lucrativos, estão entupindo o cérebro de seus alunos com a mais rasteira e ignóbil doutrinação política marxista. Depois, quando esses alunos se tornam adultos e passam a comandar o país, os donos e diretores dessas escolas e universidades passam anos a fio reclamando (com razão) do intervencionismo estatal e do viés antiempresarial dos líderes... que eles mesmos formaram!”
Estão metralhando o próprio pé, sem intencionalidade ou é só miopia ou visão de curto prazo como diz o articulista ?.
O estarrecedor e autenticamente verdadeiro, cabal, fica por conta da afirmativa de que as áreas de formação são e sempre foram muito desprestigiadas. Formam maus professores, mas damos de ombros e as cobranças são poucas ou nenhumas para mudar-se o quadro e mesmo o mau professor não encontra dificuldade para encontrar trabalho, tem o diploma e nada mais, única exigência. Não se cobra competências e basta professar o que o aluno quer ouvir, optando por falar do papel revolucionário do professor, da missão grandiloquente da formação do cidadão crítico etc. É a opção pelo caminho do ensino raso recheado por profundo doutrinamento. E assim se formam os professores que formarão as futuras gerações, conforme Gustavo, coberto de razão.
É bem possível que ao ler Gustavo você seja dominado por um misto de compaixão e desprezo pelos proprietários de nossas universidades, investindo hoje na criação do seu opositor de amanhã. Que fique claro, conforme Gustavo, que eles não são os maiores culpados pela situação que vivemos mas sim você.que tem recursos provavelmente, para pôr seu filho em uma escola particular e assinar uma(s) boa(s) revista(s) de informação.
Acompanhar a vida acadêmica de um filho é hoje de vital importância. A grande maioria dos pais ignora que seus filhos estão ouvindo nas escolas críticas contra o capitalismo e a burguesia brasileira e abundantes elogios ao modelo cubano e outros lixos comuno-socialistas, traduzidos por uma panfletagem esquerdista travestida de intelectualidade.
Educação é um universo que exige segurança porque pode não haver tempo nem caminhos para correção de rotas. A grande maioria de alunos que estudam em escolas públicas têm pais com instrução muitas vezes insuficiente, razão porque não conseguirão saber que seu filho está sendo vitimado pela historiografia marxista, ou que há outras historiografias possíveis.
Gustavo finaliza com “Estamos criando pessoas que desconfiam da democracia, dos valores republicanos, de sua própria capacidade empreendedora. Se as lideranças do país não estiverem presentes da discussão mais importante -- a de valores, de identidade, de aspirações nacionais —, continuaremos colhendo atraso e frustração. Não se constrói um país desenvolvido sem elites. Esse debate é indelegável.”
“Já passou da hora de termos uma escola apolítica, sem doutrinação, que consiga fazer com que nossos alunos pensem e tenham os instrumentos para pôr de pé seus sonhos de vida. Não podemos nos furtar desse debate nem adiá-lo. Ele começa hoje, na sua sala de jantar, na escola de seus filhos. Aproveite essa liberdade enquanto a temos.”
A grande realidade dos fatos é que supúnhamos que isso pudesse acontecer e sempre adiamos isso mas a fragilidade social em que nos encontramos, suscetíveis a tudo, insegurança, inflação, desatendimento na saúde, desemprego, etc. etc. ainda temos de acompanhar a educação ideológica que vem sendo proposta nas escolas, bem afinada com o bolivarismo que ronda os muros nacionais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário