Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor Educacional
signorinironey1@gmail.com
Assessor e Consultor Educacional
signorinironey1@gmail.com
Jornalismo positivo, jornalismo cidadão, jornalismo de
soluções, jornalismo de impacto são denominações para uma mesma tendência:
propor um jornalismo que valorize as boas práticas na sociedade, aquelas que
são capazes de transformá-la, indo além da pintura de um cenário de erro
absoluto.
Existe hoje uma dificuldade coletiva em se manter o espírito alegre e a disposição de brigar por uma sociedade mais justa e menos predatória, pois não dá para sair por aí assobiando em meio à crise político-econômica brasileira, à fuga desesperada dos refugiados sírios e à miscelânea de desgraças cotidianas que a mídia não cansa de destacar. Mas inúmeros pesquisadores e jornalistas ao redor do mundo têm lançado um apelo a um tratamento renovado da informação, mais construtivo e que favoreça o empoderamento do leitor como remédio para a resignação e alavanca para a ação.
Jamais tanta informação foi difundida diariamente por tantas fontes e mídias. Jamais tantos indivíduos tiveram acesso a uma informação plural e exponencial. O mundo evolui e vem se reinventando constantemente. Atentas ao imbricamento da vida política, econômica e social, as mídias são as primeiras testemunhas e porta-vozes dessa efervescência de mudanças e evoluíram com a presença da web e das tecnologias móveis. Mas, quando o assunto é o tratamento da informação, tudo avança mais lentamente.
Não seria esta a hora de o jornalismo também empreender sua mudança? Todo o aparato tecnológico à disposição é uma chance de revitalizar o conteúdo da informação, porque, contrariamente ao adágio Bad news, good news, a informação positiva interessa. Pesquisadores já comprovaram que ela se espalha mais rapidamente pelas redes sociais que as “más” notícias.
Reportagens que apresentam soluções para resolver uma questão costumam ser mais compartilhadas entre amigos do que aquelas que apenas apresentam o problema, concluiu um estudo conduzido pelo projeto Engaging News Project, da Universidade do Texas, em Austin, em parceria com a organização Solutions Journalism Network.
Para David Bornstein, coautor da coluna Fixes, do jornal New York Times, que explora soluções para problemas sociais, o jornalismo deveria, além de reportar os problemas, oferecer soluções e informar ao leitor o que pode ser aprendido com elas. Ele não acredita, entretanto, que um dos papéis do jornalismo seja fazer com que as pessoas se sintam bem. “A nossa análise do Fixes é que as pessoas querem um jornalismo que dê soluções para os problemas, mas não porque elas querem apenas boas notícias. Na verdade, elas querem informações que as ajudem a entender o mundo e a enfrentar melhor esses problemas”.
O jornalismo positivo não é sinônimo de ingenuidade, de só estampar notícia “boa”, mas de empoderar o leitor e torná-lo mais consciente dos problemas e consequências dos fatos divulgados: alimentá-lo de realismo e pragmatismo para que veja o copo meio cheio e não meio vazio.
John Fitzgerald Kennedy dizia que “os problemas do mundo não podem ser resolvidos por céticos ou cínicos cujos horizontes se limitam às realidades evidentes. Precisamos de homens capazes de imaginar o que jamais existiu”. A proposta do jornalismo de soluções é fazer face ao fatalismo e à resignação. Pretende ser uma injeção de serotonina, uma ajuda para que o leitor saia da cama de manhã sem ser refém da informação. Para isso, é preciso que os jornalistas acrescentem uma pergunta às seis clássicas da notícia (quem?, o quê?, onde?, como?, quando?, por quê?) – e agora?
Evoluir em direção à informação construtiva é mais do que simplesmente informar – é insuflar a criatividade e incitar à ação, ao compromisso. É resgatar no leitor, antes de tudo cidadão, sua capacidade de se ver agindo eficazmente para mudar seu cotidiano e o de seus semelhantes.
Eis a meta do WWW.JORNALISTAPOSITIVO.BLOGSPOT.COM.BR, que, a exemplo de inúmeros sites e blogs ao redor do mundo, quer oferecer a seus leitores uma ampla gama de artigos, notícias e reportagens tendo como foco o jornalismo de soluções.
No final do ano, na Cidade do Vaticano, o Papa Francisco recebeu cerca de 10 mil fiéis em uma solene cerimônia tradicional e dirigindo-se a eles disse: “Os meios de comunicação precisam abrir mais espaço para histórias inspiradoras e positivas para contrabalançar a preponderância do mal, da violência e ódio no mundo.” Não sem razão.
Em meio à crise política e econômica que atravessamos, o
noticiário não anda dos mais aprazíveis. Matérias diárias sobre mortes,
corrupção e outros crimes diversos acabam por criar um clima tenso e denso
sobre a situação do país. Embora saibamos todos que a imprensa não
possa se abster de comunicar os assuntos de momento, por mais
reprováveis que sejam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário