Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor Educacional
roney.signiorini!@superig.com.br
Assessor e Consultor Educacional
roney.signiorini!@superig.com.br
“Os analfabetos do século XXI não serão
aqueles que não sabem ler e escrever,
mas aqueles que não sabem aprender,
desaprender e reaprender.”
Alvin Toffler
Nesta semana o blog ABMESEDUCA
está dedicando atenção à carreira docente, a fatos e casos que ilustram
essa profissão, com otimismo que a engrandecem, a cujo saber e dedicação até
mesmo um imperador se curva reverentemente. São inúmeros os casos, contados
pelos que vivenciam(ram) as condições mais adversas de aceitação,
condescendência, transigência e tolerância diante da ignorância e do semialfabetismo
que subjuga milhões de brasileiros. Sempre com um trabalho paciencioso e
silente, esses profissionais tentam resgatar jovens do cativeiro da ignorância,
de quem quer promover o ser humano – em alguns rincões somente com uma tosca
lousa, um lápis e um caderno, mas com a determinação e a fé de um sacerdote, ao
qual não raras vezes são perigosamente comparados. São figuras de que o
calendário, a história e até mesmo o governo pouco se lembram, mas, que numa
faina diária dão o melhor de si. Buscando encontrar o desconhecido ou o nada.
Exuviabilidade(1) de todos os dias, semanas, meses e anos a despojar-se de
orgulhos e vaidades em prol da elevação da cultura de meninos e jovens.
Nesse percurso cotidiano,
professores do ensino superior, todos eles sem exceção, têm vivido situações bizarras
e inaceitáveis em sala de aula. Vivência de horrores inexplicáveis, ao deparar-se e confrontar a educação do nível
anterior e se tome pela interrogação de o que aconteceu? o que ocorreu? São
várias as respostas mas poucas absolvem o aluno, o meio social, a docência, os
cursos de formação, a condição econômica, o locus
onde vive, etc. etc,
ficando até mesmo antes do
ensino 1.0. Nada justifica que um aluno, tendo chegado a esse estágio, ignore o
que seja uma preposição, que existem verbos transitivos e intransitivos, não
saiba resolver equações nem extrair uma raiz quadrada, ignore onde ficam os
Andes e pouco conheça de história mundial ou pátria e seja incapaz de articular
duas ou três frases coerentes. O problema, no entanto, está numa área muito
mais crítica do que a superfície linguística do texto. Nosso aluno não aprendeu
a pensar, nosso aluno não tem informação e, quando a tem (muitas vezes de forma
descontextualizada e fragmentária), não sabe onde colocá-la. Nosso aluno não
sabe ler e, não sabendo ler, não lê o mundo que o cerca. Essa é a tragédia da
nossa educação básica, que se espraia ao superior. Chegarão como tsunami em
2014 pois são mais de sete milhões no Enem
de 2013.
Os psicólogos descobriram o “déficit de atenção” ou com
as carências sintáticas(raciocínio), pedagogos criaram métodos e sistemas (2.0
– 3.0) mas os vocabularistas põe a culpa na falta de leitura.
Todos apontando deficiências e críticas a mão cheia sem trazer resultados. Aliás, o novo acordo ortográfico foi adiada para sua implementação para o final de 2015, mas os jornais continuam misturando o verbo “por” com a preposição “por”. Enquanto fim-de-semana tem hífens, final de semana não tem, e por aí vai. Não seria exatamente na língua na qual está o problema? (Vide o anexo, prova de redação de vestibular, mas esteja sentado ao ler. O tema? imagine qualquer um.). É de ser tomado por paroxismo.
Todos apontando deficiências e críticas a mão cheia sem trazer resultados. Aliás, o novo acordo ortográfico foi adiada para sua implementação para o final de 2015, mas os jornais continuam misturando o verbo “por” com a preposição “por”. Enquanto fim-de-semana tem hífens, final de semana não tem, e por aí vai. Não seria exatamente na língua na qual está o problema? (Vide o anexo, prova de redação de vestibular, mas esteja sentado ao ler. O tema? imagine qualquer um.). É de ser tomado por paroxismo.
Enquanto o governo não
investir pesadamente em melhores salários aos professores da educação
fundamental e média, em reciclagem docente, em escolas mais bem equipadas, que
sejam um espaço de interação, de descoberta, de criatividade, de conhecimento,
de prazer, mais profundo e largo será o fosso entre dois Brasis: o do ensino
público e o do particular.
Essa situação inverte-se, no
entanto, quando o jovem chega à universidade. As poucas instituições públicas
ficam com a parcela de jovens mais bem preparada, enquanto as particulares –
cuja hegemonia é patente no ensino superior – apesar de seu trabalho hercúleo, herdam
o espólio da quase finada educação pública e amargam os índices do MEC.
Enquanto o governo não encarar
com interesse e seriedade a educação, pilar fundamental para a sustentação da
sociedade e da economia, não serremos um país desenvolvido e nos tornamos presa
fácil de qualquer aproveitador.
Não nos dá orgulho nenhum ler
a notícia publicada no Portal Terra-Educação, no último dia 3:
Brasil fica no penúltimo lugar em ranking de valorização do professor.
Brasil fica no penúltimo lugar em ranking de valorização do professor.
País está na frente apenas de Israel entre 21
nações avaliadas. China lidera lista, seguida por Grécia, Turquia e Coreia do
Sul -
3 de Outubro de 2013•11h42
Ranking mede o status dos professores em diferentes
países
O Brasil ficou na penúltima colocação entre 21
nações em um índice sobre a valorização dos professores divulgado nesta quinta-feira
pela fundação internacional Varkey Gems, sediada em Londres. O País está
à frente apenas de Israel no status dado aos seus educadores. Em primeiro
lugar aparece a China, seguida de Grécia, Turquia, Coreia do Sul e Nova
Zelândia.
Os 21 países analisados foram selecionados pelo
desempenho no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla
em inglês). Em cada nação foram feitas 1 mil entrevistas que levaram em conta o
status do professor, a recompensa recebida pelo trabalho e a organização do
sistema de ensino.
Difícil dizer o que é mais penoso: andar, no passado, em lombo de burro e trocar a alfabetização por saco de mangas e galinhas, ou transitar, hoje, pela cidade em três turnos, de trem, ônibus e metrô para “cobrir” três ou mais instituições de ensino, além de se sujeitar a ouvir impropérios, quando não, alguns tapas e socos. Os professores são os Sísifos hodiernos que insistem em rolar pedra morro acima para tudo refazer no dia seguinte.
Para descontrair, não há
professor que não acumule casos e “causos”, talvez muito piores do que os
relatados a seguir e ocorridos em sala de aula a se indagar: é comédia ou tragédia?
Orientado pela professora de
Produção Textual a consultar o Aurélio (que estava numa estante na sala) e
sabendo que na classe não tem ninguém com esse nome, o aluno sai pela faculdade
a procurar o dito-cujo nos corredores e na praça de alimentação. Pode ?
Ao “colar” de um colega e não
querendo que as provas parecessem iguais, o aluno trocou sesmarias por três Marias.
Pode ?
O professor pediu aos alunos
que indicassem na folha de prova o nome, o número e a habilitação (PP, RTV, JO,
RP). Um deles, preocupadíssimo, diz que ainda não tem carteira de motorista.
Pode ?
Em 1988, o professor de
Introdução ao Jornalismo depara-se com um texto sobre a olimpíada de CU. Levou
um tempo, para ele descobrir que era a Olimpíada de Seoul. Pode ?
Quem viver verá.
(1)larva
que/quando troca a “casca” antes da transformação em libélula.
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