quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Quem não tem Medo da Evasão ?



Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor  Educacional
roney.signorini@superig.com.br

É um fantasma que assusta a todas as IES, desde suas fundações e as acompanha ano a ano, sem dar tréguas com sustos enormes.

De acordo com dados do Inep, a taxa anual média total de evasão no ensino superior brasileiro oscilava de 20 a 26% mas nos últimos anos beira a 33% no presencial. Mais do que preocupante, podemos estar a um passo de desmanches institucionais.

A evasão anual é maior nas IES privadas, cuja taxa média variou de 26% contra 12% das IES públicas. Entre as públicas, as municipais respondem pela maior taxa de evasão anual, enquanto as comunitárias e confessionais mostram uma taxa maior que as particulares, entre as privadas.
A taxa de evasão anual verificada nas faculdades (29%) foi quase duas vezes
maior do que a observada nas universidades (19%) e centros universitários (19%). O volume Brasil é de 25%.
No mundo há os registros porcentuais de Japão 07, Turquia 12, Inglaterra 17, Coréia 22, Alemanha 30, México 31, USA 34, França 41, Suécia 52 e Itália 58,.

Pelo visto, é um fantasmão internacional, e claro, que preocupa as privadas, embora todas saibam intimamente os motivos que iniciam pela imprópria aplicação de um seletivo mal cuidado, porque há pressa em interiorizar os candidatos em detrimento da concorrência, .quando sabidamente as perdas de estudantes que começam mas não terminam o curso geram desperdícios sociais, acadêmicos e importantemente econômicos com perda de receitas. No setor público, nem se fala quanto ao retorno. A situação/condição  provoca ociosidades de ponta a ponta: professores, funcionários, espaços físicos e equipamentos.

Preencher as vagas é condição fundamental para a sustentabilidade do projeto acadêmico institucional, mas é preciso ir além e buscar o melhor aluno possível, aquele mais preparado para aprender e para contribuir como discente, envolvendo-se com a sua formação até o final, sem evadir. E eis que está começando nova temporada de vestibulares/seletivos. Com certeza, com os mesmos vícios e afoitismos.
Inseridas num contexto altamente competitivo as universidades americanas implantaram departamentos de recrutamento, de admissão, de orientação financeira, de egressos, dentre outras estruturas, criaram estratégias e táticas e aprenderam a captar e a manter os melhores alunos possíveis. Atualmente elas contam com alunos do mundo inteiro. No Brasil vivenciamos o mesmo contexto competitivo, mas a maioria das IES ainda não conta com uma gestão capaz de cuidar de todo o processo de captação e principalmente de retenção de alunos, indo até a implantação de uma política de egressos eficaz.
(Visite o site www.consae.com.br)

A rigor, a evasão não se dá uniformemente ao longo dos anos em razão das curvas sócio-econômicas mas os registros informam as diversas razões como cancelamento, trancamento, transferência e desistência, embora os dados sejam imprecisos porque falta fidedignidade, os quais devem(riam) ser coletados com precisão pelas IES, em seus próprios proveitos. Algumas IES brasileiras, não todas, já possuem importantes ações neste sentido, o que demonstra que estão no caminho e cuidando da gestão.

Evasão não é resultado obtido isoladamente sem o cotejo de variáveis como a
da inserção geográfica na região, no estado e no município, se a instituição é pública ou privada, passando pela forma de organização acadêmica e principalmente por área do conhecimento e por cursos.

Evasão no EAD
O Mapa do Ensino Superior, elaborado pelo Semesp, indica que a evasão nos cursos modalidade EAD, em 2011, atingiu a cifra de 42%, representando um crescimento de 8% em relação à evasão do ano anterior.
Neste segmento existem outras preocupações e motivações embora o valor da mensalidade seja aquém do presencial. Importa saber com boa pesquisa as reais razões embora sinalizações fornecidas pelos próprias alunos indiquem despreparo intelectual, falta de disciplina/comportamento frente à novidade, determinação pessoal, carências de equipamentos, não existência ou não frequência aos polos presenciais, postura solitária ( sem grupos ).
Se a evasão nos presenciais é preocupante, o que não dizer dos cursos em EAD ?
Enquanto isso, o bônus demográfico está passando ao largo, suscitando medidas urgentes de inovação porque o mundo está mudando eixo e órbitas.
Lembrando ainda que hoje, hoje, temos cerca de 8 milhões de estudantes na porta do Enem se conduzindo para 2 milhões de vagas superiores. Isso hoje.

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