terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O Pedreiro e o Engenheiro



Prof. Roney Signorini   
Assessor e Consultor Educacional
roney.signorini@superig.com.br

Vez por outra jornalistas com bom faro para reportagens inusitadas encontram no meio social fatos que motivam um bom texto,  que chamam a atenção e fogem da mesmice noticiosa do cotidiano.
Paula Resende, do G1-GO “achou” o personagem Jonivon da Silva, 38 anos, ex-pedreiro  e hoje mestre de obras que voltou a estudar e quer ser engenheiro civil, candidatando-se ao vestibular da UFG.  No caso de insucesso poderá optar por uma instituição particular e arcar com as mensalidades se é que não procurará pelo Prouni ou Fies, mas de qualquer maneira carregando um financiamento nas costas, difícil para conquistar e não menos fácil para levar adiante. Bem entendido, para ele um grande investimento
Se aprovado tem pela frente um árduo caminho ao ter de enfrentar disciplinas de alta complexidade, que lhe cobrarão carências da mais simples aritmética e matemática que deveriam ter sido aprendidas em estágios educacionais anteriores. Não será fácil ver pela frente complicados cálculos, teoremas, trigonometria, resistência dos materiais, etc. etc.
Com aquela idade por certo não desconhece o muro pétreo que terá de construir, as tesouras afiadas que darão sustentação aos”seus” telhados.

Não são parentes, irmãos ou primos, embora pertençam à mesma raça, mas numa outra ponta aparecem os lunáticos, com sonhos erráticos, como os Eikes brasileiros que vivem de favores de financiamentos megalômanos, para quem tudo é fácil de construir, desde que não seja com seu dinheiro próprio. O chamado “dinheiro de mão beijada” bastando somente levar aos órgãos financiadores um calhamaço de propostas/planos e projetos salpicados de salamaleques, maquetes embebidas em champanhe e decoradas com caviar e escargots. Aqueles que sabem tirar proveito dos incríveis recursos recolhidos de impostos no país que este ano baterão a cifra impensável de 1 trilhão e bilhões, conforme o impostômetro anuncia.
 
Aliás, as IES para conseguirem empréstimo junto ao BNDES têm de mostrar IGC-CPC-Enade satisfatórios como a contrapor passado e presente e não presente e futuro.  Quanto a estes, casos exagerados não passam de milhares de reais e não bilhões de dólares, quando o próprio patrimônio responde(ria)  pela dívida/financiamento, diferente de um projeto faraônico que só está/fica no papel que tudo aceita como enganos, engodos e mentiras. O caso das empresas “X” que já pelo nome aparecem como incógnitas.
Em EUA o íntegro ativista Malcom X deve estar se remexendo na cova.
Quanto ao Jonivon, continua Paula Resende, ele é natural de Riachão (MA), o mestre de obras trabalha com construção civil desde que chegou a Goiânia, há 15 anos. Ele até tentou mudar de área de atuação em busca de um emprego que “saísse mais limpinho”, mas viu que não era o queria. “Fiz curso técnico de enfermagem. Trabalhei por um tempo em laboratório, mas vi que não era minha área. Gosto é disso aqui”, reforça. Fica a interrogação do que ele conseguiu já que o exame ocorreu.

Eis um grande exemplo de determinação e persistência que deve ser estendido a tantos jovens
que ficam gravitando nos seletivos sem vontade, sem convicção e vocação.



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