Prof.
Roney Signorini
Assessor
e Consultor Educacional
roney.signorini@superig.com.br
roney.signorini@superig.com.br
Há
algumas interrogações no ar suscitando perplexidades quanto ao comportamento do
aluno de hoje, quando predomina a pouca vontade de aprender, aos moldes
tradicionais ainda que com alguns métodos bastante condenáveis como a
“decoreba”, ou o aprendizado pela axilas, levando livro e caderno no sovaco de
casa para a escola. Ceticismo à parte, é uma realidade contundente que incomoda
mas vem de há muito, desde a Era Industrial, na Inglaterra.
Os
que já empreenderam sofridos momentos no percurso da educação, debaixo de
esforços incomuns porque trabalhando durante o dia se dirigem à
noite
para a escola com cansaço sobre-humano,
pagando mensalidades nem sempre contempladas pelo salário pessoal, às vezes
familiar, indo e vindo em transporte público de condição sofrível, mal
alimentados e sem um estofo cultural capaz de permitir-lhe acompanhar os
conteúdos das aulas, ainda insistem bravamente. Capítulo à parte, os docentes
com suas agruras. Vida que também é muito difícil.
A
bem da atualidade, é bom mesmo que ficou para trás o sistema de o professor
falando e os alunos ouvindo porque a sala se transformaria num grande
dormitório. Mas é bom lembrar que também não dará certo sentar-se sobre os
livros e cadernos porque pelas nádegas não há aprendizado algum.
Afora
as incertezas nas escolhas de cursos/profissões que no mais das vezes
ainda
se abate sobre esse peregrino sem cajado, mas com pesada mochila nas costas, tem-se
mais a impressão de ser um nômade sempre pronto para partir.
E
o incômodo habita em todos que frequentam os cursos superiores pois quem está
embaixo quer subir, pouco importando se aos trancos e barrancos, enquanto os
que estão em cima caem na acomodação e no estacionamento de atitudes unicamente
contemplativas, afigurando-se um caos, um silêncio ensurdecedor de pôr medo nos
circunstantes por via da passividade. E isso toca a todas as gerações,
inclusive a “Y”. E sobre esta ainda sabemos pouco, de como trabalhar com ela,
se é que há meios para isso numa sociedade normatizada, regulada e sobretudo
intransigente, quase sempre inconformada com o novo, que gera medos.Conservadora.
São
dois anos ( tecnólogos ) ou quatro que exigem muita paciência, denodo,
determinação, vontades, superação e sobretudo entrega que poucos divisam como
sendo passageira e não perene.
Mas,
sujeitar-se a esse mar de “infortúnios” terá a terra prometida, a absolvição do
encontro realizador, de uma profissão
bem escolhida com seus resultados de promoção humana, com emprego estável e bem
remunerado ?
Nem
sempre porque na vida nada é mais certo do que as mudanças quando constantes
são as críticas, a “falta de sorte”, o inusitado, o abre-fecha de empresas, a
oscilação salarial, as adversidades e desditas borbulhando diariamente ao
simples ato de levantar-se da cama pela manhã e o termômetro econômico do país
dormindo-se aos 30º e acordando aos 20º.
Assim
sempre foi, é e será porque o ator principal é o ser, protagonista das
incertezas no drama ou na comédia humana.
Ainda
sobre o ser e estar no lócus educacional, como superar as fragilidades do
sistema que se mostra tão suscetível com mudança de professores, de currículos
e conteúdos, pra não dizer da ausência deles no ensino básico, com greves
insuportáveis como a dos professores do Rio de Janeiro, ausentes por quase 90
dias ? O que fazer, o que dizer se a impotência é total num prejuízo
incontabilizável na formação educativa de um jovem ? Como fechar esse buraco,
com reposições ?
E
os problemas não estão só no presencial. Com a palavra Dough Becker, CEO da
Laureate Internacional, que domina como poucos o assunto EAD, afirmando que no
Brasil ela tem pouca qualidade e precisa de mais controle.
Ou
seja, sua declaração honesta, de fulgor áureo, condenou os já milhões de
formados nessa modalidade no país, deixando claro o que há por vir se não forem
tomadas medidas urgentes, a partir da capacitação docente, passando pelo
treinamento de tutores e monitores, prestigiando autores, incrementando
plataformas AVAs – Ambiente Virtual de Aprendizagem --, composição de
bibliografia específica, tudo para a
consecução desse objetivo em país continental como o nosso.
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