Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor Educacional
roney.signorini@superig.com.br
Assessor e Consultor Educacional
roney.signorini@superig.com.br
O
assunto pipocou em vários sites, jornais, emissoras de TV e de rádio, tão
absurda a notícia que a princípio cheirava a “pegadinha” de quem estampa uma
manchete infernal para atrair o público. Levam o nome de “chamada de capa ou de
primeira página”.
Para tristeza, decepção e revolta, em São Luís, capital do Maranhão e casa-grande dos Sarneys, a Unidade de Educação Básica (UEB) Professor Luís Rego, localizada no bairro Vila Embratel, em reforma desde o ano passado, teve seus alunos com o ano letivo inconcluído levando a escola a começar as aulas de 2014 agora em 2015. Pode?
São ao todo 770 alunos com atraso de um ano letivo, criminosamente suprimido, mas o absurdo não para aí porque outras também passaram por problemas e, ao que tudo indica, a campeã de desatinos é a UEB Hortência Pinho (1.014 alunos), no bairro Coqueiro, com as aulas suspensas devido a uma infestação de pombos e que também não completou o ano letivo de 2014. Pode?
De acordo com o Sindeducação (Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede Municipal de São Luís), essa não é a única escola da rede municipal em que os alunos enfrentam problemas no calendário escolar. Outras não concluíram o ano letivo de 2014 também por causa de reformas nos prédios. A UEB Ribamar Borgéa, no bairro Cidade Olímpica, com 2.278 alunos matriculados, e a UEB Roseno de Jesus Mendes (1.208 alunos), no bairro Vila Janaina, estão sem aulas desde o ano passado. Pode?
O Sindeducação alega que falta transparência na execução das obras das escolas e detalhamento da planilha de custos das reformas. "O prazo das manutenções já se esgotou e os alunos continuam sem aulas. Além disso, os reparos que identificamos nas escolas são superficiais e ineficientes, a Semed [Secretaria Municipal de Educação] está apenas ganhando tempo e a educação continua no mesmo caos”, afirmou a presidente do Sindeducação, Elisabeth Castelo Branco. Pode?
Dentre 54 escolas da Capital, 29 unidades merecem atenção especial porque estavam em estado crítico, porém até agora nada foi feito. Pode?
A
Promotoria de Educação do Estado reuniu-se com o Sindeducação e representantes
da Semed cobrando rapidez nas obras, mas, como papel aceita tudo, de verdades a
mentiras, de responsabilidade a inconseqüências , a desfaçatez é tanta que
professores, alunos e pais “suportaram” sem reação, sem manifestação, mês a mês
o teatro de autoridades. Pode?. A isso também se pode chamar de cooptação
ou o emprego da lei “levando no bico”.
Para não dizer que a Semed não tem/teve/tinha argumentos, culpou a greve dos professores que ocorreu de maio a setembro de 2014 para justificar o atraso da conclusão do ano letivo nas quatro escolas apontadas. Aliás, essa greve é assunto para outro artigo porque ficarem parados 5 meses( fora o das férias que é julho) evidencia paredismo dos graves. O que será para futuro do lindo Maranhão com essa incrível alienação ? Pode ?
Questionada do porquê de não ter transferido as escolas para outros prédios, a secretaria saiu-se com "quando há necessidade de supressão de aulas em função de reparos emergenciais nas escolas, providenciamos o remanejamento das turmas para outras unidades de ensino ou para imóveis alugados". Grande novidade, mas... e daí, por que não efetivou a ação ? Pode ?
O especial operador da educação prof. Arnaldo Niskier, dentre tantas obras escritas tem uma que trata da “Educação Brasileira – 500 anos de história”, publicado pela Edições Consultor. Nesta ou em tantas outras, ele jamais poderia pensar em ver que um ano letivo se iniciaria no próximo. É piada para o Macaco Simão, da Folha de São Paulo. O leitor já ouviu ou leu tamanha basbaquice? Valha-me Deus. Mas, continuam aplicando o Enem, ofertando Prounis, FIES e Pronatec pra não dizer do terror que é o Pisa e outros exames semelhantes, nos quais o país não vai de mal a pior. Vai de pior a inominável.
Pode ?
Aliás, onde estiveram as autoridades do MEC, ausentes e omissas com total incúria aos fazeres educacionais do Maranhão por todo o período dessa tertúlia do ensino? Pode ?
Senão
também, o que fazia a imprensa do estado que não denunciava a tempo e hora essa
desídia governamental, da prefeitura ao governo do estado, à medida que seguiam
os dias, semanas e meses? Com certeza os salários o corpo da educação recebia
pontualmente (professores, diretores, funcionários em geral, bibliotecárias,
bedéis, etc. etc.). Como é que fica isso? Pode?
Nada,
nada, 5.270 crianças gazetearam em 2014, numa única cidade. Pode?
A rigor, o MEC mais preocupado em avaliações também desidiou sendo impossível pensar que nada soubesse, que notícia alguma lhe chegava às portas. Por acaso o Maranhão tem algum representante na Câmara dos Deputados e no Senado, para não perguntar sobre os trabalhos da Assembleia Legislativa? Pode ?
Mas, pergunto eu, enfaticamente, como é que pode se permitir um descaso, um desleixo, uma brutalidade dessas deixando mais de cinco mil crianças sem aulas? É um crime sem absolvição. Alguma dessas crianças tem benefícios diretos ou indiretos do Bolsa Família ? E como é que fica com as suas ausências escolares ?
Senão
por outras vias, ninguém se inscreveu no Enem a configurar absoluto absenteísmo
a ensejar explicações?
Então, vai ficar por isso mesmo ? Pode?
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