“Não se pode resolver os
problemas utilizando o mesmo
tipo de pensamento que usamos quando os criamos.”
Albert Einstein
tipo de pensamento que usamos quando os criamos.”
Albert Einstein
Prof. Roney Signorini
Assessor e Consultor Educacional
signorinironey1@gmail.com
Dia desses fiz rápida leitura sobre os textos
deixados neste blog, em 2015, para confirmar os conteúdos aqui alocados ao
longo do ano. e foi gratificante conferir o nível das colaborações que se
apresentaram. Como de praxe, algumas suscitavam leitura demorada e aprofundada,
outras exigiam ser arquivadas para posterior avaliação. Inequivocamente todas
conduzindo a reflexões preocupantes, sobretudo as que abordavam o uso de novas
tecnologias de informação e comunicação(TICs) no ensino superior, pois tratavam
de práticas educacionais que têm modificado substancialmente os paradigmas da
educação, presencial ou a distância.
A utilização das mídias digitais e da
Internet propiciou o desenvolvimento não só da educação a distância, mas também
de um modelo pedagógico mais interativo e colaborativo, permitindo modos de
interação. Contudo, observa-se que não há um consenso em torno da viabilidade,
da aplicabilidade efetiva com o uso de novas práticas educacionais.. Há muita
timidez ou receios dos operadores da educação em aceitar, homologar, definir e
decidir por medidas e iniciativas que considerem sua adoção. Melhor dizendo, a
teoria pode estar amedrontando diretores e coordenadores como bichos-de-sete-cabeças,
que exigem na implementação e à prática profissionais que deem cabo da tarefa,
muitos deles, ainda, escravos da resistência e da mesmice.
Há referências a processos inclusive
colocando teóricos em confronto com as realidades de mercado, mais exacerbadas
junto às PMIES (Pequenas e Médias Instituições de Ensino Superior), maioria
absoluta no país, que provocam tanta preocupação quando o assunto é qualidade desejada
ou possível.
O desenvolvimento
de novas TICs modificou o modo de organização das sociedades. A digitalização,
o armazenamento e a transmissão de informações tornaram-se possíveis com as
inovações na microeletrônica e na computação. Assim, o século XXI vivencia
mudanças consideráveis na infra-estrutura de diversos setores sociais, como na
economia e na difusão da cultura. Na educação – e especificamente no âmbito do
ensino superior –, não é diferente.
O que parece ainda
não ter ficado absolutamente claro e evidente é que não há como voltar atrás,
ao contrário, a escola do século XXI precisa inexoravelmente andar para frente.
O caminho não tem volta. É a típica viagem com passagem só de ida e para muitos
pode ocorrer que não consigam pegar o último voo, o último ônibus, preferindo a
última carruagem.
Hoje, existem
milhares de textos tratando do assunto novas tecnologias de modo que ninguém
pode se furtar a tais conteúdos e práticas. Não pode haver desdém ou
desinteresse por projetos, histórias e análises sobre as mudanças nos
parâmetros de aprendizagem.
Gestores, pais
interessados em conhecer o perfil e a dinâmica das IES inovadoras, estudantes
que buscam informações sobre a identidade acadêmica das IES, professores engajados
em conhecer as mudanças que estão acontecendo e que estão por vir, legisladores
da área de educação, todos são
atores responsáveis por avanços e melhorias nos modelos educacionais. Não se
pode, hoje, por falta de coragem e audácia, pelo medo de errar, deixar de
inovar. Mas a necessidade de as IES responderem a contento as exigências do
CPCs, por exemplo, tem adiado a entrada no século XXI. Assim, vai se
claudicando pelo caminho..
Para o prof. Fábio
José Garcia dos Reis, doutor em História Social pela Universidade de São Paulo
(USP), professor e diretor da Unidade Lorena do Centro Unisal, “há uma falta de
sintonia entre os parâmetros da inovação acadêmica e a legislação educacional.
A legislação engessada, elaborada por pessoas que, em muitos casos, não
conhecem as tendências do ensino superior, é um empecilho para o avanço da
inovação. Em casos de sistemas educacionais burocráticos, os gestores encontram
dificuldades para implementar processos de inovação que apresentam bons
resultados de engajamento e de aprendizagem, nos sistemas educacionais
dinâmicos”.
Fazendo coro a essa
constatação, Priscila Simões, doutora em Educomunicação pela USP, diz, em entrevista
ao blog EXAME Brasil no Mundo: “A meu ver o MEC, com seu aparato regulatório,
não está conseguindo induzir um processo de aumento de qualidade nas
instituições de ensino superior. Precisaríamos ter mais flexibilidade e
diversidade para atender às demandas em termos de formação de um país grande e
diverso como o Brasil, mas o MEC induz a todos fazerem o mesmo da mesma forma.
E frequentemente as instituições de ensino ficam mais preocupadas em atender às
demandas regulatórias impostas pelo Ministério da Educação do que em discutir
efetivamente a qualidade de seus cursos, professores e dos profissionais que
estão formando”.
A grande preocupação, hoje, é que as IES mais
burocráticas percam o timing da
mudança (inclusive do seu modelo de gestão), a capacidade de discutir inovação
e de introduzir novas formas de organizar o processo de ensino-aprendizagem.
As sintonizadas com a
inovação estão produzindo material didático com assuntos que podem servir para
um componente curricular (uma disciplina) ou para a discussão de determinado
tema (customização da demanda), estão na busca de programas online de educação que melhoram a
qualidade da oferta acadêmica, estão preparando ofertas de ensino híbrido com
foco na aprendizagem ativa, estão oferecendo programas que orientam a vida
acadêmica e profissional dos estudantes (coaching
para o sucesso do aluno), estão utilizando e criando plataformas adaptativas de
aprendizagem e investindo em plataformas de cursos no modelo moocs. Transitar por esses modelos é
abraçar o novo, e as IES rapidamente perceberam que precisam mover-se em
direção aos processos de inovação.
A tecnologia é (e
cada vez mais será) uma aliada do processo de aprendizagem. Através das
plataformas de aprendizagem, é possível fazer a gestão do aprendizado dos
estudantes. O conceito de currículo, de avaliação, de espaço de aprendizagem
mudará de forma significativa. Portanto, é preciso ir além das ideologias e das
normas do MEC. A experiência do aprendizado não é mais controlada pelo
professor, que ainda em muitos casos, pode viver a nostalgia do passado,
atrasando de certa forma o processo de inovação. Ou pior, interrompendo-o ou
sepultando-o.
O papel das IES que
atuam nos novos campos da educação é apresentar para os agentes reguladores e
para os avaliadores de instituição e de cursos que a inovação quebra
paradigmas, mas de forma alguma representa perda de qualidade. Pelo contrário,
a inovação promove ganhos reais na dinâmica administrativa e acadêmica das IES.
O que está em
discussão não é a formação de cidadãos, o papel relevante das IES para a
sociedade na produção de conhecimento e na contribuição com o desenvolvimento
nacional. Esses são temas internalizados na cultura das IES. O que se deve
discutir são modelos ideológicos, corporativistas e burocráticos de IES, que
estão pouco alinhados com as novas perspectivas econômicas, sociais, culturais
e tecnológicas da sociedade.
O desafio da inovação
requer tempo, investimento financeiro e na formação de pessoas, além de
capacidade de fazer a gestão da mudança cultural. É preciso ter coragem,
atitude empreendedora, conhecimento, recursos financeiros, pessoas e capacidade
de gestão para enfrentar o desafio de iniciar um projeto com tal escopo.
Debaixo de muitos
ônus, iniciativas e sobretudo muito boa vontade para deixar o velho teremos de aprender
a repensar os nossos modelos de ensino e aprendizagem, teremos de intensificar
o uso da tecnologia, que será a nossa grande aliada, teremos de repensar o
papel do professor e dos estudantes, os espaços de aprendizagem e a organização
dos sistemas de ensino superior.
É possível
identificar inovações na educação no tocante à produção de materiais didáticos,
como é o caso dos ambientes virtuais de aprendizagem, e com relação às propostas
metodológicas de ensino-aprendizagem, as quais enfatizam a possibilidade de
autonomia e independência dos estudantes, potencializada pelas novas
tecnologias de informação e comunicação.
O tema inovação, quando abordado em
instituições do ensino superior, gera diferentes reações do mundo universitário.,
Há os que se manifestam a partir das inovações tecnológicas implantadas, outros
que consideram a inovação a partir de políticas que buscam ampliar a
participação de jovens na universidade, discutindo a relação “massificação versus elitização”, e outros que ainda
entendem por inovação os processos de globalização e internacionalização das
universidades brasileiras.
Vivemos um momento de profundas
transformações, e a bandeira da educação deve ser a de mais relevo. A falta de
projetos efetivos e o descaso de investimentos e práticas na educação trazem graves
reflexos para a nação.
O Brasil perde todos os anos
posições importantes quando se fala em competitividade e inovação. Boa parte
dos problemas está na vontade política, mas também na distância que as
universidades de uma forma geral têm em relação ao processo inovador, e na
construção de modalidades de ensino inovadoras para práticas mais concretas de
desenvolvimento econômico para o país.
Com a crescente demanda
educacional brasileira, e principalmente na grande necessidade de mão de obra
qualificada, as universidades brasileiras precisam de uma nova postura,
principalmente em programas inovadores e conectados com o mercado.
Temos de abandonar
definitivamente os lugares-comuns, girando em torno do mesmo eixo imantados por
força centrípeta.
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