Desde
a invenção do quadro negro, passando pela chegada do projetor de
transparências, da fotocopiadora e do videocassete, o foco da tecnologia em
sala de aula vinha sendo a apresentação da informação. No século 21, em razão
da disseminação de computadores e de programas interativos, o desafio agora é
outro: como acessar a informação.(Porvir}
Independentemente do
recurso tecnológico utilizado ou a adotar, o professor é o sujeito capaz de
mediar o aprendizado tornando-o mais atrativo, divertido e interessante para os
alunos. Os recursos tecnológicos, mais do que incentivar a curiosidade do aluno
em relação ao que está sendo proposto como ensinamento, ajudam a prepará-lo
para o mundo. E, espera-se que ele conheça, além dos conteúdos escolares, todos
os demais meios para vencer dificuldades ou embaraços exatamente pelo
quais foram trabalhados, sempre com a ajuda da tecnologia.
O aluno tem direito ao acesso às tecnologias na escola:com dotações e recursos capazes de sustentar atividades e projetos articulados e convergentes. Tudo apoiado em fundamentação pedagógica sólida e atualizada, assegurando a unidade política, técnica e científica imprescindível ao êxito dos esforços e investimentos envolvidos. Assim, a escola cumpre duplamente seu papel de ensinar e educar, educando para um mundo no qual a tecnologia é não só necessária, mas também essencial.
São muitos os benefícios trazidos pelos recursos tecnológicos à educação. Contudo, é preciso que o professor conheça as ferramentas que tem à sua disposição se quiser que o aprendizado aconteça de fato. O uso das tecnologias na escola está além de disponibilizar tais recursos; ele implica aliar método e metodologia na busca de um ensino mais interativo.
É importante que haja não apenas um incremento tecnológico nas escolas. É necessária a revolução na capacitação docente, pois a tecnologia é algo ainda a ser desmistificado para a maioria dos professores, quando nada sabe, sabe pouco, usa a máquina para atividades com fazeres dissociados da educação. E um recado bem direto enquanto preocupação formativa docente vai para as instituições que têm os cursos de pedagogia e licenciaturas. Estes, muito atrasados.
Para a professora Renata Beduschi de Souza[1] “É evidente a insatisfação dos alunos em relação a aulas ditas "tradicionais", ou seja, aulas expositivas nas quais são utilizados apenas o quadro-negro e o giz. O aprender por aprender já não existe: hoje, os alunos precisam saber para que e por que precisam saber determinado assunto. Essa é a típica aprendizagem utilitária, isto é, só aprendo se for útil, necessário para entrar no mercado de trabalho, visando ao retorno financeiro. A internet invade nossos lares com todas as suas cores, seus movimentos e sua velocidade, fazendo o impossível tornar-se palpável, como navegar pelo corpo humano e visualizar a Terra do espaço sem sair do lugar. É difícil, portanto, prender a atenção do aluno em aulas feitas do conjunto lousa + professor.”
Daí caber a pergunta por que fazer o mesmo quando se pode fazer diferente? Uma vez que os alunos tenham preferência pelas aulas que utilizam a tecnologia, por que não aproveitar essa oportunidade e usá-la a seu favor? A escola precisa modernizar-se a fim de acompanhar o ritmo da sociedade e não se tornar uma instituição fora de moda, ultrapassada e desinteressante. Embora lentamente, ela está fazendo isso. Saber que o aluno aprende com o que lhe chama a atenção todos sabem. A questão é: estão os professores, as escolas e os sistemas de ensino preparados para tal mudança?
O trabalho acaba tendo um retorno eficientíssimo. É importante, no entanto, que haja não apenas uma revolução tecnológica nas escolas. É necessária a revolução na capacitação docente, pois a tecnologia é algo ainda a ser desmistificado para a maioria dos professores.
Os recursos tecnológicos devem servir como extensões do professor e o aprendizado propiciado deve ser interligado. O papel do professor é o de mediador, auxiliando o estudante a alcançar seu potencial máximo, aproveitando todos os benefícios educativos que os recursos tecnológicos podem oferecer.
No livro “Cem Aulas Sem Tédio”, as professoras Vivian Magalhães e Vanessa Amorim defendem a ideia de que precisamos encarar nossos medos e utilizar os recursos tecnológicos como apoio para as aulas. Enfatizam que os professores jamais serão substituídos pela tecnologia, mas aqueles que não souberem tirar proveito dela correm o risco de ser substituídos por outros que sabem.
A tecnologia está mudando a forma como produzimos, consumimos, nos relacionamos e, até mesmo, como exercemos a nossa cidadania. Agora é a vez de transformar também a maneira como aprender e como ensinar.
Quando os computadores chegaram às escolas, nossa intenção era educar para o uso das tecnologias. Hoje usamos as tecnologias para educar.
O
distanciamento ou mesmo a ausência da tecnologia nas escolas hoje chega às
raias da insanidade de onde a pergunta: por que a tecnologia é cada vez mais importante na educação?
Numa resposta rápida e simples, novas ferramentas tecnológicas têm potencial para promover a equidade e qualidade na educação, além de aproximar a escola do universo do aluno e ele com o mundo. Tais grandezas já bastariam para justificar que avancemos na superação daqueles três grandes desafios da educação..
Numa resposta rápida e simples, novas ferramentas tecnológicas têm potencial para promover a equidade e qualidade na educação, além de aproximar a escola do universo do aluno e ele com o mundo. Tais grandezas já bastariam para justificar que avancemos na superação daqueles três grandes desafios da educação..
O primeiro deles é a equidade:
• Ampliação do acesso ao conhecimento e a recursos educacionais diversificados;
• Personalização (inteligência artificial para acompanhar o que cada um aprendeu e como aprende melhor, tudo isso em tempo real, além da oferta do que cada um precisa, a partir dos seus interesses e ritmos)
O segundo desafio é o da qualidade:
• Um conjunto de recursos mais ricos, interativos, dinâmicos, que ajudam o aluno a compreender e utilizar o que aprende;
• Apoio ao professor na construção de estratégias pedagógicas mais eficazes;
• Disponível a toda hora, em qualquer lugar, inclusive dando mais autonomia para o aluno (coconstrutor).
O terceiro é o da contemporaneidade:
• Aprendizagem que dialoga com o universo dos alunos do século 21, intensamente mediado pelas tecnologias;
• Preparação para a vida presente e futura, que também demanda competências relacionadas ao uso de recursos tecnológicos.
É preciso ter cuidado para que a tecnologia não crie apenas uma versão digital de práticas pedagógicas tradicionais. Não é mera substituição, mas oportunidade de fazermos coisas antes impossíveis. Novas abordagens, mais disruptivas, que possam trazer a educação para o século 21.
Tecnologia não substitui o professor. Ao contrário, ela empodera os educadores, permitindo que abandonem atividades mecânicas ou repetitivas, como corrigir exercícios e dar aulas expositivas, e tenham mais tempo para atuar como mediadores, mentores e designers da aprendizagem.
Assim como tem alto poder de contribuir, pode prejudicar, seja gerando muita dispersão, seja ampliando a desigualdade entre os que têm e os que não têm acesso.
[1]graduada
em Letras, professora de língua portuguesa da rede municipal de Campo Bom (RS)
e de língua inglesa do Centro de Idiomas da Universidade Feevale, de Novo
Hamburgo (RS).
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